Quais são as consequências do desaparecimento de plantas e animais?

Valor da biodiversidade – O desaparecimento da floresta é também o desaparecimento das espécies. Isso tem consequências devastadoras – inclusive para a economia.

A borboleta Rainha Alexandra, da Nova Guiné, é a maior do planeta

Aqui, a maior borboleta do mundo, a Rainha Alexandra, de 28 centímetros de envergadura, bate suas asas. Mais adiante, pousa uma ave-do-paraíso, que com sua plumagem colorida e exuberante é o pássaro símbolo da Nova Guiné. Na árvore seguinte, você pode encontrar um canguru-de-manto-dourado ou, no chão, um sapo “Pinóquio”. A biodiversidade da Nova Guiné é incomparável – mas está ameaçada.

Ave-do-paraíso: não apenas bela

Ainda existem florestas intocadas, por enquanto a ilha ainda é pouco povoada, mas a população de Papua Nova Guiné está crescendo. E com isso cresce também a pressão sobre a mata e sobre os animais. A floresta é desmatada para dar lugar a lavouras e plantações, para o uso da terra e para o corte seletivo de madeiras nobres. Muitas espécies animais da Nova Guiné já estão ameaçadas, por pertencerem exclusivamente a zonas muito restritas. Se o seu habitat desaparece, elas não têm para onde ir e, na pior das hipóteses, morrem.

Mais de 100 espécies por dia

Projetos com as populações indígenas, que separam as áreas de manejo das áreas de proteção permanente, ajudam a estabelecer zonas de retiro. Tais medidas são urgentemente necessárias: dois milhões de espécies da fauna e da flora estão atualmente catalogados pela ciência. Segundo estimativas da ONU, cerca de 130 espécies desaparecem por dia no mundo.

“Isso corresponde a um ritmo cem a mil vezes mais rápido do que o processo evolutivo natural”, diz Andrea Cederquist, especialista em biodiversidade da organização ambiental Greenpeace. A variedade genética da vida sobre a Terra está diminuindo. Quantas espécies desaparecem por dia na Nova Guiné, ninguém sabe dizer. E ninguém sabe também quais serão as consequências. “O aquecimento global e a perda da biodiversidade estão conectados, e isso leva a uma reação em cadeia que não podemos avaliar”, diz Cederquist.

E se elas desaparecessem?

A ciência é unânime: as repercussões do aquecimento global e da perda da biodiversidade são absolutamente imprevisíveis. Não é apenas uma questão de saber se nas montanhas da Nova Guiné há uma espécie a menos de ave-do-paraíso, mas quais são as relações vitais entre os organismos – e em que velocidade o sistema todo pode entrar em colapso pela falta de um elemento essencial ao ciclo da vida.

O pesquisador de formigas Bert Hölldobler fez uma experiência: se devido a uma epidemia as formigas morressem, haveria uma catástrofe ambiental devastadora. A maioria das florestas iria morrer. Primeiro as plantas, depois os herbívoros. A perda da biodiversidade aceleraria de forma vertiginosa, levando a um colapso de todo o ecossistema terrestre.

Com os recifes o cenário é semelhante. Se os corais morrerem por causa do aumento da temperatura da água, todo o ecossistema entra em colapso rapidamente. “Disso todo mundo sabe, mas não se toma nenhuma atitude”, diz a especialista Cederquist.

Custos gigantescos

Proteção e uso da floresta para os nativos

Talvez haja um aumento de esforços para proteger a biodiversidade quando as perdas econômicas causadas pela degradação ambiental passarem a chamar mais atenção. O montante atual já é de 2 a 4,5 bilhões de dólares por ano, como comprovou o estudo “A economia dos ecossistemas e da biodiversidade” em julho de 2010. O estudo foi feito em parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e a consultora PricewaterhouseCoopers.

Comprovou-se, por exemplo, o desempenho econômico dos insetos: só com a polinização das plantas, eles têm uma contribuição de até 190 bilhões de dólares por ano na produção agrícola.

Autor: Oliver Samson (ff)

Revisão: Roselaine Wandscheer

Matéria da Agência Deutsche Welle, DW, publicada pelo EcoDebate, 14/02/2012

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As zonas úmidas são verdadeiros bastiões da biodiversidade biológica, mas, infelizmente, esses ecossistemas foram prejudicados pelas ações humanas.

Do ponto de vista ecológico, as zonas úmidas são um dos ecossistemas mais valiosos da Terra. No entanto, elas estão em constante declínio por causa das mudanças climáticas e da expansão da indústria para uso humano. Infelizmente, cerca de 15,3 bilhões de árvores são perdidas a cada ano, representando o atual declínio do ecossistema.

Por que as zonas úmidas estão desaparecendo? Quais são as consequências disso para o presente e o futuro da sociedade e da biodiversidade? O que podemos fazer para evitar que isso aconteça? Vamos responder a essas e muitas outras perguntas nas linhas a seguir.

As zonas úmidas: ecossistemas muito valiosos

As zonas úmidas são os ecossistemas que são inundados com águas rasas de maneira periódica ou permanente. O baixo nível das águas permite o estabelecimento de todos os tipos de plantas que, por sua vez, abrigam uma enorme diversidade animal.

A importância das zonas úmidas reside no fato de que, apesar de ser um ecossistema relativamente raro, abrigam uma grande biodiversidade, particularmente de aves. Sua existência garante abrigo e alimento para centenas de peixes, pássaros, invertebrados, anfíbios e mamíferos.

Onde os habitats são pobres, particularmente em regiões agrárias, as zonas úmidas são um fragmento muito importante de heterogeneidade, servindo como refúgio e parada para milhões de aves migratórias, tais como o grou ou a cegonha.

No entanto, devido ao desenvolvimento humano desenfreado, a maioria das zonas úmidas da Terra está em perigo ou já desapareceu. Por quê? Vamos te contar a seguir.

Processos históricos que eliminam ecossistemas

Ao longo da história, houve uma infinidade de acontecimentos históricos que, de acordo com as ideias dominantes ou as necessidades econômicas da época, modificaram e/ou eliminaram ecossistemas inteiros.

No mundo ocidental, as mudanças no uso do solo levaram ao desaparecimento de muitas zonas úmidas. A teoria miasmática das doenças, muito popular até o final do século XIX, associava as doenças infecciosas ao “ar ruim” dos pântanos e zonas úmidas.

As ideias higienistas que associavam as zonas úmidas com doenças e a mecanização da agricultura foram as principais forças que levaram ao desaparecimento das zonas úmidas ao longo da história.

Essas ideias ocorreram ao mesmo tempo em que houve a disseminação da mecanização da agricultura, levando à drenagem de milhões de zonas úmidas para a agricultura em todo o mundo.

O desaparecimento de zonas úmidas em números

As perdas de zonas úmidas no mundo todo têm números verdadeiramente dramáticos. Algumas pesquisas estimam que 87% das zonas úmidas da Terra desapareceram desde o século XIX.

Por exemplo, levando em consideração apenas o meio-oeste dos Estados Unidos, certos estudos estimam que, de 1850 a 1930, um mínimo de 125 milhões de acres de zonas úmidas foram drenadas para a agricultura.

Na Espanha, por exemplo, sabe-se por documentos históricos sobre a enorme importância das centenas de milhares de zonas úmidas que ocupavam o território da Península Ibérica. Lagoas enormes, como a de Antela em Ourense ou a de Nava em Palência, sucumbiram aos planos de desenvolvimento agrícola do século XX.

No passado, os planos de desenvolvimento agrícola viam como desnecessárias certas áreas consideradas desinteressantes e levaram ao desaparecimento massivo de muitas zonas úmidas. No entanto, as coisas logo mudaram, como veremos na próxima seção.

A recuperação ecológica dessas terras

Apesar do desejo de conquistar a Terra por parte de governos e interesses econômicos, os movimentos conservacionistas logo começaram a lutar pela preservação das zonas úmidas. Isso foi conseguido ao demonstrar de forma comprovada o seu valor e a sua importância para centenas de espécies.

Por exemplo, na década de 1970, foi fundada a Convenção de Ramsar, que propunha a conservação de milhões de hectares de zonas úmidas de importância internacional. Atualmente, mais de 2 milhões de quilômetros quadrados de zonas úmidas são protegidas por esse acordo.

Recuperação da Lagoa Nava, um paraíso para as aves

Além disso, também temos milhares de exemplos de zonas úmidas restauradas. Uma das mais emblemáticas está na Espanha, mais especificamente na Lagoa Nava, em Palência. Antes do século XX, essa lagoa era uma das zonas úmidas mais importantes da Península Ibérica, pois cobria quase 5000 hectares na estação das chuvas.

No século XIX, a lagoa era descrita como um habitat sem igual para as aves, conforme indicado por vários depoimentos:

“Serve de refúgio, e particularmente no inverno, para uma infinidade de espécies de aves aquáticas e de formas variadas, entre as quais é possível ver gansos de três tipos, patos de muitos outros, marrequinhas, corujas, andorinhões, maçaricos e outras aves extremamente vistosas e desconhecidas no resto do país.”

Pascual Madoz, dicionário estatístico (1859)

Mais uma vez, os planos de desenvolvimento do século XX acabaram com a biodiversidade e a lagoa foi drenada para a agricultura em 1968. No entanto, a partir de 1990, a Junta de Castela e Leão assumiu a restauração parcial da lagoa, que se tornou um dos melhores exemplos de restauração de antigas zonas úmidas na Espanha.

Desde 1990, pouco mais de 15% da sua superfície original foi recuperada.

Essa lagoa é um local de importância global para o ganso-comum (Anser anser), com cerca de 12 000 indivíduos registrados durante a temporada de inverno. Outras aves estepárias de certa importância também encontram refúgio no local, tais como a abetarda-comum (Otis tarda) ou o pato-de-rabo-alçado (Oxyura leucocephala).

Com financiamento suficiente e vontade política, é possível recuperar as zonas úmidas perdidas por causa da ação humana.

Cuidar das zonas úmidas é cuidar da biodiversidade

Em conclusão, podemos dizer que as zonas úmidas são ecossistemas extremamente importantes para muitíssimos animais, principalmente aves. Se ajudarmos na sua conservação, vamos promover a permanência a longo prazo de milhares de espécies que têm as zonas úmidas como habitat. Portanto, cuidar das zonas úmidas é cuidar da biodiversidade.

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