Os modelos assistenciais estão sempre presentes nas principais provas de Concursos e Residências. É um assunto de extrema importância, principalmente quando falamos de Saúde Coletiva e Sistema de Saúde. Show
Por isso, resolvemos trazer neste artigo as principais informações acerca desse tema tão cobrado. O conteúdo que vocês verão a seguir foi retirado de um capítulo do nosso Manual Prático para Concursos em Saúde: Saúde Coletiva e o Sistema de Saúde (volume 2 de uma coleção de 5 Manuais). O que são modelos assistenciais?Modelos assistenciais são a forma como a assistência à saúde é organizada. Eles podem variar muito ao longo do tempo e espaço em que estão inseridos, de acordo com as mudanças que ocorrem na sociedade como um todo. Observando em escala global, são incontáveis o número de modelos já realizados e atualmente existentes: Modelos hegemônicos, modelo sanitarista, modelo médico assistencial privatista, modelo de atenção gerenciada, modelo de campanhas sanitarista e programas especiais, propostas alternativas, oferta organizada, distritalização, ações programáticas de saúde, vigilância da saúde, modelos presentes no passado e que ainda permanecem na contemporaneidade. Vamos falar sobre a trajetória histórica do Brasil? As organizações dos serviços sempre foram da forma atual? Este artigo artigo abordará os seguintes temas:
A Sanar Saúde Pós entende de profissionais da Saúde. Venha dar esse novo passo em sua carreira, a gente te ajuda! Modelos Assistenciais da Saúde: noções geraisNo Brasil, ao longo da história, devido às transformações sociais, históricas e políticas, varios modelos assistenciais tiveram ascensão e declínio. No período da República, em meio às epidemias existentes, como febre amarela, peste e varíola, foram realizadas campanhas contra essas doenças, que por fim acabaram se tornando uma política de saúde. Já na década de 1930, houve instalação de centros e postos de saúde para atender algumas demandas específicas da população, como: pré-natal, vacinação, infecções sexualmente transmissíveis, tuberculose e hanseníase. Logo, percebe-se a presença de dois modelos assistenciais: o médico Hegemônico (atendimento a demandas específicas) e o Sanitarista (campanhas de saúde para algumas demandas). Modelos HegemônicosEste modelo privilegia as demandas espontâneas da população com atendimento médico unicamente. Tem como características principais: individualismo, saúde/doença da mercadoria, a história da prática médica, medicalização dos problemas, privilégio da medicina curativa, estímulo ao consumismo médico. Modelo SanitaristaEssencialmente constituído de campanhas de saúde, programas especiais e vigilâncias. Tem como principais exemplos de sua atividade: vacinação, controle de epidemias e erradicação de endemias O modelo sanitarista tem os seguintes aspectos: remete a ideia de campanha e programa, ilustra a saúde pública centrada no biomédico, fortalece a influência americana, desenvolve programas especiais, incorpora ações de vigilância sanitária e epidemiológica. Modelo Médico Assistencial PrivatistaEsse modelo é centrado também na demanda espontânea, porém baseado em procedimentos e serviços especializados e na clínica. Ainda é o mais prestigiado na sociedade. O seu perfil principal é demanda aberta. O objetivo é a doença ou o doente, seu agente é o médico, complementado pelos paramédicos. Os meios de trabalho são as tecnologias médicas e as formas de organização são as redes de serviços, com destaque para hospitais. Esteve presente na assistência filantrópica e na medicina liberal. Fortalecido por meio do INAMPS, Instituto Nacional da Previdência Social. Modelo da Atenção GerenciadaO presente modelo está fundamentado a partir da análise de custo – benefício e custo –, efetividade e na medicina baseada em evidências. Tem como principais áreas a epidemiologia clínica, a informática e a bioestatística. Como principais aspectos temos a retomada do aspecto saúde/doença como mercadoria, o biologismo e a subordinação do consumidor. O principal diferencial desse modelo é que há uma racionalização de procedimentos e serviços especializados indo em direção oposta ao modelo médico assistencial privatista. Modelos de Campanhas Sanitárias e Programas EspeciaisConsiste em uma combinação entre disciplinas biológicas e epidemiológicas, resultando em uma atenção voltada para certas doenças e riscos e determinados grupos populacionais. A administração é vertical, com coordenadores ou gerente nacional, estadual e municipal, cujas decisões, normas e informações atravessam instituições, estabelecimentos e serviços de saúde de forma individualizada. O modelo de campanhas sanitárias e programas especiais podem gerar alguns transtornos, por existir um programa para cada doença, gerando dificuldade no controle de verbas, integração entre unidades de serviços e gestão. Além do fato de que muitas das vezes, vários indivíduos possuem mais de um problema de saúde ao mesmo tempo. Propostas AlternativasPrevaleceram as propostas que enfatizavam a racionalização, o uso das tecnologias na atenção médica e o gerenciamento eficiente. A principal foi a atenção primária à saúde ou medicina comunitária. No período da década de 1970, essa proposta foi vista pelos opositores ao governo militar como uma estratégia de levar a assistência à saúde à população em geral. A partir disso, foi necessário buscar outras alternativas para a assistência à saúde. Assim, foram valorizadas propostas como oferta organizada, distritalização, ações programáticas de saúde, vigilância da Saúde, estratégia de saúde da família, acolhimento e linhas de cuidados, projetos assistenciais e equipes matriciais e de referência. A maior parte dessas propostas é com o objetivo de atender às demandas da população e promover a integralidade da atenção. Oferta OrganizadaJá a oferta organizada compreende as necessidades epidemiologicamente identificadas e mantém relações funcionais e programáticas com a demanda espontânea no interior da unidade de saúde. Os problemas eram identificados por meio da análise da situação por estudos epidemiológicos. A partir daí, geravam a oferta organizada. O local que se pautar pela oferta organizada atenderá os indivíduos por consulta, pronto-atendimento, urgência/emergência. Também se preocupará com o ambiente, com o controle de doenças e riscos e com o atendimento a demanda da comunidade. DistritalizaçãoOrganização dos serviços a partir de uma rede estruturada, meios de comunicação e integração e de um modelo de atenção de base epidemiológica. Se estrutura a partir de doze princípios: Impacto, Orientação por problemas, Intersetorialidade, Planejamento e Programação local, Autoridade Sanitária e Local, Corresponsabilidade, Hierarquização, Intercomplementaridade, Integralidade, Adscrição, Heterogeneidade, Realidade. Ações Programáticas de SaúdeFoi construída a partir da redefinição de programas especiais de saúde, recompondo as práticas de saúde no nível local, por meio do trabalho prático e ágil. Vigilância de saúdeEssa proposta visa: problemas de saúde, respostas sociais, correspondência entre níveis de determinação e níveis de intervenção (controle de causas, de riscos e danos), práticas sanitárias (promoção, proteção e assistência). Seus principais aspectos: intervenção sobre os problemas de saúde; mais atenção a problemas que requerem maior acompanhamento; relação entre as ações promocionais, preventivas e curativas; atuação entre setores e ações sobre território. Estratégia de Saúde da Família (ESFO PSF (Programa de Saúde da Família), a princípio como parte do modelo Sanitarista de campanhas, foi modificado para um modelo assistencial. Foi criado como uma estratégia para a reorientação da atenção básica e permitindo inclusão entre as propostas alternativas. Junte-se a mais de 5.000 estudantes e profissionais que já assinam o Sanar Saúde +, plataforma de estudos em Saúde mais completa do mercado! Modelos assistenciais e o contexto atual brasileiroO processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS) tem o propósito central de racionalizar formas de financiamento e gestão dos sistemas estaduais e municipais de saúde, a partir de uma proposta de gerar maior autonomia política dos municípios. Hoje, o sistema de saúde brasileiro é uma relação entre os mais diversos modelos assistenciais, com maior vinculação aos modelos hegemônicos, médico assistencial privatista e modelo assistencial sanitarista. Em contrapartida, também busca a construção de modelos alternativos. As dificuldades do financiamento do modelo de saúde vinculado na doença exige o estabelecimento de novas estratégias que visem a qualidade de vida e o desenvolvimento das comunidades com participação dos cidadãos. A vigilância da saúde no contexto da municipalizaçãoO processo de municipalização se refere a constituição de sistemas municipais de saúde, nos quais se pode identificar o modelo de gestão e de atenção à saúde ou modelo assistencial. É importante mencionar que nesse contexto, o município tem condições de articular o conjunto de propostas, programas e estratégias que vêm sendo definidos no nível federal e em vários estados, o que cria uma nova organização do SUS. Comparando esta concepção de Vigilância da Saúde com os modelos assistenciais vigentes (médico-assistencial e sanitarista, hegemônicos), constatam-se as diferenças com relação aos sujeitos, objeto, métodos e forma de organização dos processos de trabalho. A Vigilância da Saúde corresponderia, portanto, a um modelo assistencial que incorpora e supera os modelos vigentes. Dessa forma, é o modelo aconselhado, atualmente, pelo Ministério da Saúde. Considerações FinaisO essencial parece ser a Vigilância da Saúde como eixo para orientação dos modelos assistenciais presentes no SUS, mostrando caminhos para a superação da crise que se encontra no sistema de saúde brasileiro. É importante mencionar ainda que a presença de um modelo de atenção à saúde não significa que o anterior deixa de existir. Isso porque os modelos de assistência podem existir ao mesmo tempo com harmonia ou sem ela, o que também acontece no SUS. Esse resumo dos Modelos Assistenciais é baseado no Capítulo 7 do nosso livro: Coleção Manuais Práticos para Concursos: Saúde Coletiva e o Sistema de Saúde (Vol. 2). Além dos temas apresentados, o manual ainda conta com muitos outros temas sobre Epidemiologia, abordando os principais aspectos e fatores que determinam a saúde da coletividade humana. O sumário completo é composto por:
A Coleção Manuais Práticos para Concursos em Saúde (5 volumes) é o melhor e mais completo conjunto de obras voltado para a capacitação e aprovação de profissionais da Saúde em concursos públicos e programas de residências do Brasil. Elaborada a partir de uma metodologia que julgamos ser a mais apropriada ao estudo direcionado para as provas em Saúde, contemplamos os volumes da coleção com os seguintes recursos:
Leia também: Descomplicando a lei nº 8.80: objetivos e atribuições do SUS Estratégia de Saúde da Família: gabaritando a prova! Gostou desta matéria? Dê o próximo passo de sua carreira com os livros e cursos preparatórios da Sanar Saúde! |