Quais imigrantes vieram trabalhar nas fazendas de café nesse período?

Histórias do Brasil

31/10/2018

Os imigrantes chegam ao Brasil para trabalhar na lavoura do café, o produto brasileiro mais vendido no mundo. A produção é tão grande que o preço despenca no mercado internacional. Mas o Convênio de Taubaté faz com que os cofres públicos paguem os prejuízos dos cafeicultores.

A exclusão do negro do mundo do trabalho assalariado, que se inaugura oficialmente no Brasil ao final do século 19, motivada predominantemente por uma visão racista, abre a possibilidade de imigrantes ocuparem as funções até então realizadas por escravos na lavoura cafeeira.

O imigrante que vem para cá nesse período, pressionado pelo empobrecimento provocado pelo desenvolvimento do sistema capitalista europeu, vê aqui a chance de reverter esse quadro, com a possibilidade de se tornar, com o tempo, um pequeno proprietário rural.

No entanto, a precariedade de sua situação e o endividamento contraído com o latifundiário, que financia a passagem de vinda, torna o imigrante subalterno.

Despreparado para lidar com a realidade do trabalho assalariado, o latifundiário, habituado com os mecanismos escravocratas de coerção, criará formas de prender o imigrante através do endividamento, obrigando-o inclusive a comprar víveres na mercearia de sua propriedade.

Esse tipo de mecanismo denota a coexistência de formas capitalistas e de semi-servidão no Brasil, nas portas de entrada do século 20.

Cabe lembrar que, apesar da visão eurocêntrica, que exclui o negro e opta pelo imigrante europeu, prevalece um grande preconceito referente ao trabalho braçal, desde os primórdios da colonização, levando o latifundiário, muitas vezes, a desconsiderar a condição de homem livre que caracteriza o imigrante, inclusive colocando-o sob vigilância.

Mesmo aqueles imigrantes que se dirigem diretamente para a zona urbana e, portanto, não se defrontam com os mecanismos da sociedade agrária e patriarcal, não irão encontrar condições de vida favoráveis.

O processo de urbanização e industrialização nesse período é gradual, e a formação de um operariado urbano, uma novidade econômica e social.

Não há no Brasil legislação específica que permeie as relações capital-trabalho até os anos 30, o que determinará a sujeição do trabalhador aos donos do capital, seja este agrário ou urbano, definindo assim a precariedade das condições em que viverá a maior parte dos imigrantes nesse período.

A discussão em torno do fim da escravidão no Brasil aconteceu em meados do século XIX, e medidas políticas como a Lei Eusébio de Queirós (1850), Lei Bill Aberdeen (1845) e Lei dos sexagenários (1885) foram criadas com o objetivo de abolir o regime escravista no território brasileiro. Entre essas leis, destaca-se a de 1888, que decretou o fim do trabalho escravocrata no Brasil, gerando assim um grande problema para os fazendeiros que necessitavam de mão de obra nas lavouras. A alternativa encontrada foi buscar trabalhadores em outros países, assim, milhares de italianos, suíços, alemães e japoneses vieram trabalhar nas fazendas de café, principalmente no Estado de São Paulo.

O principal motivo da vinda de imigrantes foi a falta de emprego provocada pela Revolução Industrial a partir do século XVIII e XIX, pois o avanço tecnológico das máquinas dispensou grande parte do trabalho humano nas fábricas. Dessa forma, sair do país de origem foi a solução que os imigrantes buscaram para contornar o desemprego.

Chegando ao Brasil, os imigrantes eram contratados pelo sistema de parceria. Nesse sistema, os fazendeiros custeavam a vinda dos imigrantes, fazendo com que eles já chegassem endividados. Além disso, trabalhavam em um pedaço de terra da fazenda e os lucros e prejuízos da colheita eram divididos. Porém, como os trabalhadores eram controlados de maneira disciplinadora, muitas vezes nem podiam sair das fazendas, e o próprio fazendeiro era quem vendia mercadorias como roupas, alimentos e remédios, o imigrante sempre estava endividado e não conseguia obter lucros com seu trabalho, pois o sistema de parceria sempre beneficiava os fazendeiros.

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Dessa forma, muitos imigrantes deixaram de vir para o Brasil, escolhendo outras regiões da América, como a Argentina, para imigrarem. Temendo a escassez de mão de obra, os grandes fazendeiros mudaram a relação trabalhista e começaram a pagar uma quantia fixa para cada imigrante que viesse trabalhar nas lavouras, assim o sistema de parceria não fora mais utilizado. Somente com essa mudança os trabalhadores estrangeiros voltaram a ter confiança em escolher o território brasileiro para morar.

Os imigrantes, além de servirem como mão de obra na fazenda, faziam parte de um projeto político brasileiro de embranquecimento da sociedade. A intenção era fazer do Brasil um país com maior quantidade de pessoas brancas, pois a elite brasileira dessa época discriminava a mistura de raças do brasileiro, fruto da relação entre índios, escravos e europeus. Assim sendo, esse projeto ambicionava fazer do Brasil um modelo de civilização parecida com a dos países europeus, onde o número de pessoas brancas fosse bem superior ao número de pessoas negras.

Portanto, esse foi um período de bastante mudança na sociedade brasileira, e em razão desse processo histórico ligado à transição do trabalho escravo para o livre, o Brasil tem atualmente colônias japonesas, alemãs e italianas espalhadas pelo seu território que contribuem para formação de uma sociedade repleta de culturas e costumes diferentes.

Quais imigrantes vieram para o Brasil para trabalhar nas fazendas do café?

A alternativa encontrada foi buscar trabalhadores em outros países, assim, milhares de italianos, suíços, alemães e japoneses vieram trabalhar nas fazendas de café, principalmente no Estado de São Paulo.

Quais os primeiros imigrantes a trabalharem nas plantações de café?

As primeiras tentativas para trazer imigrantes para as fazendas de café foram iniciativas de um importante cafeicultor e político, Nicolau de Campos Vergueiro. Para suas fazendas no Oeste Paulista contratou alemães e suíços.

Quem trabalhava no cultivo de café?

Os africanos escravizados formaram a força de trabalho para laborarem no cultivo, colheita e beneficiamento do café. O transporte para o porto do Rio de Janeiro, de onde inicialmente era exportado, era feito no lombo das mulas.

Quais foram os primeiros imigrantes que chegaram ao Brasil para trabalhar nas fazendas de café durante o governo de D Pedro II?

O modelo de estímulo à vinda dos imigrantes foi dado pelo cafeicultor e senador Nicolau de Campos Vergueiro, que tinha propriedades na região de Limeira. Entre 1847 e 1857, Vergueiro estimulou a vinda de famílias belgas, alemãs, suíças e portuguesas para trabalhar em suas lavouras em regime de parceria.