Quais foram as principais causas da eclodição da Confederação do Equador?

A Confederação do Equador (1824) foi um movimento revolucionário e emancipacionista de cunho republicano e separatista entre os monarquistas e os liberais.

Resumo

A Confederação do Equador ocorreu na região nordeste do país em 1824, durante o período do Primeiro Reinado, quando Dom Pedro I outorgou a Carta Magna de 1824, que culminou na elaboração da Constituição Brasileira em março de 1824.

Além disso, o monarca realizou a dissolução da Assembleia Nacional Constituinte, dispensando do cargo Manuel Carvalho Pais de Andrade, que fora eleito pela população e, colocando em seu lugar, para exercer o cargo de governador, Francisco Pais Barreto, o que reforçava a ideia que descontentava grande parte da população no tocante à distribuição de cargos públicos para figuras de origem aristocrática.

Além dessa maneira arbitrária de governar, o evento despontou uma vez que a nova constituição privilegiava em grande parte, os portugueses, com medidas centralizadoras, gerando assim, forte insatisfação da população principalmente da aristocracia rural, ou seja, dos produtores de algodão do norte do Estado, os quais estavam imbuídos pelos ideais liberais e influenciados pela Revolução Industrial.

Por outro lado, a elite agrária e os trabalhadores dos engenhos de açúcar do sul, atividade econômica que vinha sofrendo com a queda da exportação de açúcar, mesmo assim, lutava pela permanência de D. Pedro I no poder, posto que as ideias abolicionistas eram favoráveis aos seus negócios.

Diante disso, liderados por Manuel Carvalho Pais de Andrade e Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca, popularmente conhecido por Frei Caneca, a Confederação do Equador buscava a construção de um Estado independente, com capital no Recife (na época a capital do Império era o Rio de Janeiro) posto que criticavam a escravidão e a centralização do poder exaltados pelo absolutismo, conservadorismo e autoritarismo do monarca.

Assim, após a Revolução Pernambucana de 1817, o Estado de Pernambuco foi novamente palco de agitação de cunho republicano e liberal, uma vez que estavam incomodados com a presença da Corte portuguesa, instalada no país desde 1808, o que inferia muita na vida da população que já vinha sofrendo com a fome, a miséria e a seca que assolava a região.

Note que a denominação do movimento “Confederação do Equador” está relacionado ao nome que seria cunhado o novo Estado, republicano, federalista e anti-lusitano (baseado no modelo norte-americano e na Constituição da Colômbia), de modo que estava próximo da linha do Equador.

Destarte, movimentos avessos ao governo de Dom Pedro I uniram-se contra as forças imperiais, num grande movimento separatista e com o objetivo central de adquirir mais autonomia política e econômica sobre as províncias.

Inicialmente, a revolta eclodiu no estado de Pernambuco, expandindo-se para outros, tal qual o Ceará, o Rio Grande do Norte e a Paraíba. O resultado final do confronto foi a execução e prisão da maioria de seus líderes, posto que fora reprimido pelas forças imperiais comandadas pelo almirante britânico Thomas Cochrane.

Por fim, o jornalista Cipriano Barata foi preso, Padre Mororó foi executado e Frei Caneca, mentor intelectual do movimento, foi fuzilado dia 13 de janeiro de 1825 no largo das Cinco Pontas, no Recife, enfraquecendo, dessa maneira, a Confederação do Equador.

Para saber mais:

  • Revolução Pernambucana
  • Estado da Paraíba
  • Revolução Industrial
  • Abolicionismo
  • Absolutismo
  • Brasil Império
  • Poder Moderador
  • História de Pernambuco
  • Primeiro Reinado
  • Curiosidades
  • De acordo com os dois principais grupos envolvidos na revolta, a bandeira desse movimento sob o lema “Religião, Independência, União e Liberdade”, era constituída por um ramo de algodão (aristocracia rural), que representava os liberais republicanos, os quais buscavam o fim da presença lusitana no país; e a cana-de-açúcar (elite agrária), representando o grupo monarquista que apoiava Dom Pedro I.
  • Em 1817, Frei Caneca participou da Revolução Pernambucana conhecida como Revolução dos Padres.

Saiba mais sobre essa revolução emancipacionista e liberal que ocorreu em Pernambuco em 1824


Quais foram as principais causas da eclodição da Confederação do Equador?

Frei Caneca: líder da Confederação do Equador aguardando execução

O que foi

A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário, ocorrido em Pernambuco, no ano de 1824. Esse movimento tinha caráter separatista, republicano, liberal e emancipacionista. Embora Pernambuco tenha sido o centro e berço do movimento, ele se espalhou por outras províncias nordestinas.

Em muitos aspectos, esse movimento foi uma continuação (espécie de segunda fase) da Revolução Pernambucana de 1817.

Principais causas e contexto histórico:

Desaprovação ao sistema político centralizador e autoritário implementado por Dom Pedro I, após a promulgação da Constituição de 1824.

Descontentamento com a influência e participação de aristocratas portugueses no governo imperial brasileiro. Havia muitos privilégios, dados pelo governo, para esses portugueses.

Muitos proprietários rurais da região Norte e Nordeste não concordavam com a centralização política, que dava poderes aos aristocratas portugueses em detrimento dos brasileiros.

Muitos profissionais liberais, comerciantes e membros da aristocracia brasileira foram influenciados pelo liberalismo, que era contrário à centralização política pregada pelo imperador brasileiro.

Muitos pernambucanos, principalmente da elite agrária (dos setores de algodão e açúcar), tinham receio de que Dom Pedro I, através de sua política centralizadora e a presença de portugueses em seu governo, pudesse recolonizar o Brasil.

Havia também, na região Nordeste, uma elevada insatisfação popular com o governo imperial. Muitos esperavam uma melhoria na qualidade de vida após a Independência do Brasil (1822). Porém, a pobreza e as dificuldades sociais permaneceram e atingiram grande parte da população nordestina.

Crise econômica na região Nordeste provocada, principalmente, pela diminuição nas exportações de açúcar.

Principais objetivos dos revolucionários:

- Os revolucionários exigiam a convocação de uma nova Assembleia Constituinte, para que houvesse a elaboração de uma nova Constituição. Essa deveria ser descentralizadora e ter caráter liberal.

- Diminuição da interferência do governo federal nas questões regionais (provinciais e municipais) e fim do autoritarismo de D. Pedro I.

- Defendiam a abolição do tráfico de escravos.

- Como era um movimento separatista, almejava a criação de um governo independente na região Nordeste. A capital desse Estado independente seria a cidade de Recife.

Principais lideranças da Confederação do Equador:

- Frei Caneca: religioso católico, jornalista e político Pernambuco.

- Manoel de Carvalho: político pernambucano.

- João Guilherme Ratcliff: político luso-brasileiro.

Como foi a revolução: principais fatos, acontecimentos e como terminou

O movimento teve início em Recife, em 2 de julho de 1824, após Manoel de Carvalho declarar a independência da província de Pernambuco. Ele também convidou as outras províncias nortistas e nordestinas para fazerem parte, com Pernambuco, de um novo país, que seria a Confederação do Equador. Embora houvesse muitos habitantes dessas províncias interessados na revolução e fundação de um novo Estado republicano, não houve adesão significativa dessas outras províncias.

Em pouco tempo, a revolução se espalhou pelas províncias do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba, porém poucas pessoas aderiram ao movimento.

Em 12 de setembro de 1824, o governo imperial enviou tropas ao Nordeste. Recife foi cercada e a maior parte dos revolucionários foram presos ou fugiram. Entre os fugitivos estava Manoel da Nobrega. Alguns que enfrentaram as tropas do governo morreram em combate. Assim, a revolta foi rapidamente sufocada em 29 de novembro de 1824.

Frei Caneca foi preso e, com outros participantes, condenado a morte. Ele foi executado, aos 45 anos, em 13 de janeiro de 1825.

Quais foram as principais causas da eclodição da Confederação do Equador?

Bandeira da Confederação do Equador

Curiosidades históricas:

- O líder das forças imperiais brasileiras, enviadas para Pernambuco para acabar com a revolta, foi um político e mercenário francês chamado Thomas Cochrane.

- Além de Frei Caneca, outro sacerdote católico participou da liderança do movimento. Foi o Padre Mororó, que também foi preso, no final da revolução, e executado em 1825.

Quais foram as principais causas da eclodição da Confederação do Equador?

Confederação do Equador: exército imperial brasileiro atacando os revolucionários em Recife.


Artigo publicado em: 29/07/2021 e atualizado em 09/11/2022

Por Jefferson Evandro Machado Ramos
Graduado em História pela Universidade de São Paulo - USP (1994).




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Bibliografia Indicada

Pequena História da Confederação do Equador

Autor: Porto, Costa

Editora: Recife

Fontes de referência do artigo:

- FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2015.

- PRIORE, Mary del; VENANCIO, Renato. Uma breve História do Brasil. São Paulo: Planeta, 2010.

Quais foram as principais causas da Confederação do Equador?

Os motivos da Confederação do Equador foram:.
Crise econômico-social;.
Altos impostos;.
Autoritarismo de Dom Pedro..

Quais as causas da Confederação do Equador Brainly?

O objetivo da revolta era lutar contra o processo de escravatura, instaurar uma nova Constituição isonômica e trazer autonomia à organização político-administrativa da época. Sua causa está associada à outorga da Constituição de 1824 e também à queda do preço do açúcar que consequentemente desnivelou a economia.

Quais são as principais características da Confederação do Equador?

A Confederação do Equador tinha um caráter revolucionário e separatista. Ocorrido em Pernambuco, essa união reuniu políticos e revolucionários em prol da separação do Nordeste brasileiro. As características emancipacionistas e republicanas ganharam notoriedade e fama, sobretudo no centro do país.

O que foi a Confederação do Equador e suas consequências?

A Confederação do Equador foi um movimento político ocorrido no período do Brasil Império. Os envolvidos nesse evento se contrapunham à Constituição promulgada pelo imperador D. Pedro I e às medidas autoritárias que ele vinha tomando durante o seu governo.