Quais as contribuições da psicologia social para o campo das políticas públicas e para a formação do gestor de políticas públicas?

O Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia (CFP e CRPs), criado em 2006 para promover a qualificação da atuação profissional de psicólogas/os que atuam nas diversas políticas públicas.

Além de um papel técnico, o CREPOP tem um importante papel ético e político. Ético no que tange a qualificação profissional, orientando um fazer alinhado com a garantia de direitos e a transformação de vidas. Político por se tratar de um espaço que demarca as contribuições da Psicologia para o campo das políticas públicas, voltadas para transformação social.

Diversas políticas públicas, serviços, programas e temas transversais já foram focos de pesquisa do CREPOP, totalizando 12 documentos de referências publicados, além de dois guias orientadores para gestores e diversos relatórios de pesquisa. Existem no momento mais 10 documentos de referência em fase de elaboração e três ciclos de pesquisas programados para serem executadas ao longo de 2018 com publicações previstas para 2019.

Para acessar as Referências Técnicas já publicadas clique aqui.

Histórico

A criação do CREPOP é um desdobramento de reflexões sobre a prática profissional das/os psicólogas/os no Brasil iniciadas ainda nos anos de 1970. Tais reflexões se ampliaram em paralelo com a progressiva inserção dos psicólogos no campo social durante as décadas de 1980 e 1990, o que tornou urgente a necessidade de aprofundar e embasar melhor os conhecimentos sobre a relação entre Psicologia e Políticas Públicas.

Nessa perspectiva, algumas iniciativas foram desenvolvidas pelo Conselho Federal de Psicologia. No campo do debate interno à categoria, destacam-se os Seminários Nacionais de Psicologia e Políticas Públicas. Já na relação entre o fazer psicológico e o Estado, destaca-se a experiência do Banco Social de Serviços, cujo objetivo era apresentar a Ministérios e Secretarias Estaduais as possíveis contribuições da Psicologia, ofertando projetos de intervenção em áreas nas quais não havia psicólogos atuando e/ou nas quais se colocava a necessidade de alguma intervenção urgente.

A ideia do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas surge durante a realização do Banco Social de Serviços, sendo debatida e definida como deliberação do V Congresso Nacional de Psicologia, em 2004. No ano seguinte, o relatório da experiência do Banco Social de Serviços apresenta o projeto do Crepop como sua continuidade. Segundo esse documento:

O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas deve fazer, permanentemente, um esforço de identificar as práticas dos psicólogos no interior das políticas públicas, práticas estas que estão dispersas, desorganizadas ou são eventuais e convocar os seus protagonistas, ou seja, aqueles psicólogos que são pioneiros ou que estão respondendo por essa prática, no sentido de que eles se organizem para produzir referências sobre essa atuação, para que depois possam ser documentadas e possam ser colocadas à disposição daqueles que as necessitam. Essas referências devem estar à disposição dos psicólogos que desejam trabalhar nessa esfera de políticas públicas, dos contratantes dos psicólogos, no sentido que eles possam ter clareza da contribuição específica e das expectativas legítimas que podem ser cultivadas acerca da participação da psicologia nessas políticas públicas, e das universidades e centros de formação, no sentido de que o conhecimento dessas práticas possa orientar o preparo dos futuros psicólogos já sintonizados com a realidade do mercado profissional (Conselho Federal de Psicologia, p. 95).

A criação do Centro foi aprovada na Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) de dezembro de 2005 e o início das atividades ocorreu no ano seguinte, com representação do CREPOP em todos os Conselhos Regionais de Psicologia existentes à época. Foi desenvolvida uma metodologia própria, organizada em torno de áreas temáticas, envolvendo múltiplas estratégias de coleta de dados com vistas à produção de referências técnicas para a atuação de psicólogos em políticas públicas.

Objetivos

O CREPOP tem como principal objetivo sistematizar e difundir o conhecimento sobre a interface entre Psicologia e políticas públicas. Através das Referências Técnicas é possível demonstrar a contribuição da Psicologia na elaboração e implementação de políticas públicas mais humanizadas a partir da compreensão da dimensão subjetiva dessas políticas. Desse modo, é possível promover a interlocução da Psicologia com espaços de formulação, gestão e execução de políticas públicas.

Referências

Conselho Federal de Psicologia. (2005). Banco Social de Serviços. Relatório Final. Brasília: Conselho Federal de Psicologia.

Gonçalves, M. G. M. (2010). Psicologia e Políticas Públicas. In M. G. M. Gonçalves (Org.). Psicologia, subjetividade e políticas públicas (pp. 77-129). São Paulo: Cortez.

Qual contribuição a psicologia pode ter nas políticas públicas?

Com relação às políticas públicas de saúde, a psicologia atua com foco na atenção, promoção, prevenção de saúde, não apenas nos casos de doença, mas nas ações que visam a melhoria da qualidade de vida da população.

Quais as principais contribuições da psicologia social?

Assim, desde o seu surgimento ela tem contribuído para o entendimento do individuo e suas relações com a sociedade, buscando instrumentalizar as pessoas para que pudessem compreender o contexto social a que pertencem, os constructos sociais, os comportamentos e dessa forma romper com as amarras da opressão e da ...

Qual a importância da atuação do psicólogo no campo da política pública de assistência social?

O psicólogo passa a integrar a Proteção Social Básica, nas equipes dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), e a Proteção Social Especial, nos Centros de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS) que atuam na média complexidade, além de unidades de alta complexidade, como os serviços de ...

Qual a contribuição da psicologia para a formação do profissional do serviço social?

A Psicologia e o Serviço Social dispõem de conhecimentos importantes para a atuação nas escolas e suas relações, na promoção do respeito e da diversidade e no enfrentamento da violência e evasão escolar, contribuindo para a evolução da saúde mental da sociedade como um todo”.

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