Primeira Copa do Mundo no Brasil

Para a primeira edição da Copa do Mundo, o Uruguai foi escolhido como sede. Isso aconteceu durante o Congresso Extraordinário da FIFA de 18/07/1929, em Barcelona, Espanha. Essa escolha não foi por acaso: o país reunia diversos fatores a seu favor: além de ser bicampeão olímpico (1924 e 1928), tinha o apoio total do governo, que, inclusive, pagou os custos de viagem e hospedagem de todas as seleções e construiu o Estádio Centenário que tinha capacidade para 70 mil pessoas, e, por fim, a FIFA tinha o interesse em afastar qualquer influência do Comitê Olímpico Internacional (COI), principal entidade esportiva da Europa, levando o campeonato para a América do Sul onde ele não tinha grande representatividade. Não houve eliminatórias, qualquer um dos 46 filiados da época poderia se inscrever e participar da Copa do Mundo. Mas, por questões políticas e econômicas, os europeus decidiram boicotar o torneio. Para evitar que o campeonato fosse um fracasso completo, sem nenhuma seleção europeia, foi necessário uma intervenção do presidente da FIFA, Jules Rimet. Somente após isso, França, Bélgica, Romênia e Iugoslávia, se inscreveram. Os demais pioneiros eram Estados Unidos, México, Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Peru e Paraguai, além do anfitrião Uruguai, 13 seleções no total. O destaque do torneio foi a Seleção Uruguaia, que estava no ápice da melhor geração de futebolistas da história da Celeste Olímpica que contava com as estrelas Leandro Andrade, Héctor "Manco" Castro, Héctor Scarone, Pedro Cea, José Nasazzi, Pedro Petrone e Santos Urdinarán, que eram todos integrantes das delegações campeãs olímpicas de 1924 e 1928 e fizeram bonito de novo na Copa de 1930. A final Uruguai X Argentina foi uma das mais emocionantes da história, com a seleção da casa abrindo o placar no início, seguido de empate e a virada argentina antes dos 40 minutos do 1º tempo. Na segunda etapa a Celeste Olímpica mostrou sua garra empatando e virando o jogo. O título foi consolidado aos 44 minutos do 2º tempo, quando "Manco" Castro marcou, de cabeça, o 4º gol, fechando o jogo em 4X2. As bolas utilizadas na copa de 1930 no Uruguai foram a Tiento e T-Model. Alguns jogadores usavam gorro para amenizar o impacto dessa bola feita de painéis de couro duro costurado à mão, o famoso capotão era quase uma pedra. A T-Model de 12 gomos era revestida em couro, possuía uma abertura por onde entrava uma câmera de ar de borracha que depois era costurada com cadarço. Este ficava exposto, o que transformava a partida em um tormento aos jogadores, que sofriam na hora do cabeceio e das boladas. A bola absorvia a água da chuva e ficava com quase o dobro do peso. Na final entre Uruguai e Argentina, cada seleção exigiu jogar com seu próprio modelo da bola. No primeiro tempo, usou-se o modelo argentino Tiento, no segundo, o uruguaio T-Model.

Abrangência Mundial / Forma de disputa Mista — Fase de grupos: 4 grupos, um com quatro seleções e três com três, turno único, dentro do próprio grupo, classificando-se somente o primeiro colocado. Semifinal e final: jogo único. / Título Campeão do mundo / Taça Taça Jules Rimet / Equipes 13 / Jogos 18 / Gols (total) 70 / Gols (média) 3.890000104904175 / Cartões amarelos 0 / Cartões vermelhos 1 / Maior goleada Argentina 6X1 Estados Unidos - 26/07/1930; Uruguaia 6X1 Iugoslávia - 27/07/1930

Após paralisação da Copa por 12 anos devido à Segunda Guerra, Uruguai conquista bicampeonato diante dos favoritos donos da casa, e 'Maracanazo' até hoje é lembrado


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Desde 1938 o Brasil pleiteava ser sede de Mundial. A Alemanha também. Veio a Segunda Guerra. Duas Copas não foram realizadas - 1942 e 1946. No Congresso pós-Guerra da Fifa, em 1946, os alemães, semidestruídos, retiraram sua candidatura. Apenas o Brasil a manteve. E um país sul-americano voltava a ser o centro das atenções no futebol. Antes marcado para 1949, o torneio acabou adiado por um ano.


No Congresso da Fifa em Luxemburgo, A CBD encantou a Fifa quando apresentou a intenção de construir o maior estádio do mundo, com capacidade para 155 mil pessoas. A inauguração oficial do Maracanã, no Rio de Janeiro, aconteceu oito dias antes do começo da Copa, em 16 de junho de 1950. E o estádio acabou sendo palco da grande final, que teve contornos de tragédia para os brasileiros. Os outros foram todos remodelados.



A Segunda Guerra deixou marcas profundas em alguns países, o que tornou impossível a participação no Mundial no Brasil. Hungria, Tchecoslováquia e Polônia não tiveram condições. A Alemanha foi proibida pela Fifa de jogar. Com tudo isso, houve 32 inscritos nas eliminatórias, dos 72 países filiados. Brasil, como sede, e Itália, como último campeão, estavam classificados automaticamente. Argentina, Áustria, Bélgica, Birmânia, Colômbia, Equador, Filipinas e Peru desistiram durante as eliminatórias.  Dos 16 que restaram, Escócia, Índia e Turquia abriram mão das vagas. França, Irlanda e Portugal, convidados para serem os substitutos, declinaram. E o Mundial ficou com apenas 13 seleções, entre elas a Inglaterra, finalmente estreando em Mundiais.


Somente a partir de 1966 as Copas passaram a ter mascotes.

Ghiggia comemora gol da vitória do Uruguai sobre Brasil na final de 1950 e cala o Maracanã (Foto: Agência AP )


Com base no Nacional e Peñarol, as duas principais equipes do país, a Celeste Olímpica chegou ao Brasil bem desacreditada. Ninguém poderia imaginar que, pouco depois faria o Brasil inteiro chorar de tristeza na final. O caminho para provocar o Maracanazo começou fácil. Na primeira fase, pegou o grupo 4, o mais fácil, apenas com a Bolívia. E aplicou goleada por 8 a 0, no Independência. Depois, na outra fase, os quatro classificados se enfrentaram. O Uruguai empatou com a Espanha por 2 a 2 e ganhou de virada da Suécia por 3 a 2. Precisava vencer o Brasil para levar o bicampeonato. E conseguiu, por 2 a 1


Ademir Marques de Menezes era veloz dominando a bola. Habilidoso. Sempre difícil de ser marcado. E chutava maravilhosamente bem.. O Queixada foi o artilheiro da Copa, com 9 gols. Só não balançou as redes no empate por 2 a 2 com a Suíça, ainda na primeira fase, e na fatídica derrota para o Uruguai na decisão.


O Mundial de 1950 teve vários destaques. Se o Brasil tivesse conquistado a taça, fatalmente a disputa da coroa seria entre Zizinho, Ademir e Jair Rosa Pinto. Mas deu Celeste. E lá, outros três apareceram de forma marcante. O capitão Obdulio Varela foi um gigante, principalmente na final. O meio-campo Schiaffino era o cérebro do time. Mas o destino quis que o atacante Gigghia surgisse como o grande herói. Balançou as redes em todas as partidas do Uruguai e fez um dos gols decisivos mais conhecidos na história dos Mundiais. Até hoje, dá entrevistas falando sobre isso.

Astro do Brasil com Ademir e Jair, Zizinho (F) é comparado a Da Vinci em 50 (Foto: Agência AFP )

Nunca uma seleção brasileira entrou tão favorita para ganhar um Mundial como a de 1950. O técnico Flávio Costa tinha em suas mãos grandes jogadores. Quando goleava por 6 a 1 a Espanha no Maracanã, dando show de bola, e a torcida cantava esfuziante "Touradas em Madri", não havia um brasileiro que não considerasse aquele time imbatível. Mas os problemas na preparação - o oba-oba ficou fora de controle até durante a concentração - atrapalharam a equipe, que na primeira fase goleou o México por 4 a 0, depois empatou por 2 a 2 com a Suíça e venceu a Iugolávia por 2 a 0. Depois, foram duas goleadas históricas, antes da tragédia para o Uruguai: 7 a 1 sobre a Suécia e 6 a 1 sobre os espanhóis.


A Inglaterra abandonou o ar blasé sobre o Mundial justamente na Copa realizada no Brasil. Finalmente, o país aceitou disputar a competição, apesar de não reconhecer na seleção campeã a melhor do planeta. Mas o resultado em campo não confirmou o nariz empinado de quem imaginava ter o melhor futebol do mundo. O English Team só derrotou o Chile, na estreia (2 a 0). Depois, perdeu por 1 a 0 para os Estados Unidos, na grande zebra do torneio, e para a Espanha (1 a 0), despedindo-se da competição.


A certeza da vitória do Brasil era tão grande que o jornal vespertino "A Noite", do Rio, foi às bancas na véspera com a seguinte manchete, acima da foto do time do Brasil posado: "Estes são os campeões do mundo."


No último jogo, contra o Brasil, o Uruguai só tinha uma opção: vencer. A seleção brasileira jogava com a vantagem do empate e um país inteiro à espera da conquista do tão sonhado título. Não havia um que não acreditasse. Mais de 200 mil pessoas se espremeram no Maracanã para comemorar mais do que propriamente torcer. O time ainda abriu o placar, com Friaça, a um minuto do segundo tempo, só aumentando a euforia. Mas, sob o comando de Obdulio Varella, a Celeste se agigantou. Tudo começou a mudar com o empate de Schiaffino, aos 21. E depois o gol da vitória de Ghiggia, aos 34, deu início ao Maracanazo, num dos maiores silêncios ensurdecedores da história do futebol. E o Brasil chora até hoje essa derrota.

Quando foi a primeira Copa do Mundo sediada no Brasil?

Pela primeira vez nosso país sediava uma Copa do Mundo FIFA, que ocorreu de 24 de junho a 16 de julho de 1950. A escolha da sede foi difícil, porque em um cenário pós-guerra muitos países não consideravam adequado organizar uma celebração esportiva.

Onde foi a primeira Copa do Mundo que o Brasil ganhou?

No dia 29 de junho de 1958, Brasil alcançava o topo do mundo na Suécia ao bater os anfitriões por 5 a 2 em uma histórica decisão. Campanha da Canarinho e o Mundial foram marcados por curiosidades.

Qual foi a primeira Copa do Mundo qo Brasil participou?

A edição de 1930 da Copa do Mundo marcou a primeira participação da Seleção Brasileira de Futebol nessa competição. Desde então, seria o único país a participar de todas as edições do torneio da FIFA até a última edição, realizada em 2018.

Onde foi sediada a Copa de 1954?

Copa do Mundo 1954 - Suíça.

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