Por que o ano de 1960 passou a ser conhecido como o ano da África?

Assim como a América do Sul e Central e Ásia, a África também foi colonizada pelos europeus, fato comum entre os citados é que todos foram colônias de exploração. A divisão do continente para exploração ocorreu na Conferência de Berlim, na Alemanha em 1885, nessa fizeram parte Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

A partir dessa conferência ficou definida a divisão geográfica dos respectivos territórios a serem explorados. O processo de exploração das colônias africanas durou muito tempo, as conseqüências atuais são derivadas de vários fatos históricos, sobretudo, da exploração.

No início do século XX, somente a Libéria havia alcançado a independência política em todo continente, isso prova o grau de dependência em relação às metrópoles e também o nível de atraso em desenvolvimento tecnológico, industrial e econômico em comparação aos outros continentes. O processo de independência das colônias em relação às metrópoles européias é denominado historicamente como descolonização.

Doravante a esse período, teve início uma modesta iniciativa de instaurar a independência e autonomia política das colônias, os primeiros a contemplar tal feito foi o Egito nos anos 20, além da África do Sul e Etiópia, ambos nos anos 40.

Um dos fatos que mais favoreceu o processo de descolonização da África foi sem dúvida a Segunda Guerra Mundial que ocorreu na Europa entre 1939 e 1945. Como esse conflito armado que aconteceu no continente europeu o mesmo sofreu com a destruição e o declínio econômico.

O enfraquecimento econômico e político de grande parte dos países europeus, especialmente aqueles que detinham colônias na África, foram aos poucos perdendo o controle sobre os territórios de sua administração.

Esse fato deixa explícito que a perda de territórios se desenvolveu somente pelo motivo de reconstrução que muitos países necessitavam executar, assim não podendo designar forças e recursos para o controle das metrópoles.

Aliado à questão da guerra, surgiram grupos e movimentos que lutavam em busca da independência política, essa onde libertaria se dispersou por todo o continente e perdurou por vários anos. Posteriormente, o resultado foi a restituição dos territórios e surgimento de pelo menos 49 novas nações africanas.

Porém, a luta pela independência se intensificou na década de 60, sempre marcada pelo derramamento de sangue, uma vez que nunca havia atos pacíficos.

Mesmo com todas as adversidades, os países foram alcançando sua independência política, no entanto, a divisão dos territórios ficou definida a partir da concepção européia que não levou em consideração as questões de ordem étnicas e culturais, desatenção que desencadeia uma série de conflitos em distintos lugares da África, isso por que antes dos europeus as tribos tinham suas próprias fronteiras e todos se respeitavam. Com a instauração das novas fronteiras algumas tribos foram separadas, grupos rivais agrupados, entre outros fatos que colocaram em risco a estabilidade política na região.

Depois de longas décadas de lutas para alcançar a autonomia política e econômica, hoje a África conta com 53 territórios independentes, salvo o Saara Ocidental, que é um território de domínio do Marrocos.

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Grandes números de médicos foram trabalhar em hospitais missionários em África, no Médio Oriente, na Ásia e na América Latina.
Nesta década, inúmeros países africanos obtiveram a sua independência, juntamente com muitas alterações significativas em todo o mundo. O impacto destas transformações foi inclusive sentido nos hospitais missionários mais remotos: na Convenção de Nyeri, no Quénia, onde os médicos desse país e de Uganda se reuniram em 1968.
Numa reunião da Médicos com África Cuamm, decidiu-se que os hospitais missionários poderiam beneficiar de uma direção profissional clara com um quadro administrativo preciso e desenvolver relações com os serviços nacionais de saúde, com vista a possibilitar a integração dos serviços hospitalares nas capacidades de tratamento e prevenção básicas.

Quénia, 1968. Convenção de Nyeri

A descolonização da África ocorreu durante no século XX quando as populações dos territórios africanos ocupados conseguiram expulsar o invasor europeu e assim, conquistar a independência.

O primeiro país africano a ser independente foi a Libéria, em 1847; e o último, a Eritreia, em 1993.

Contexto Histórico

Os processos de independência na África se iniciaram no início do século XX, com a independência do Egito. No entanto, somente após Segunda Guerra Mundial, com as potências europeias enfraquecidas, os países africanos alcançaram a independência.

As populações dos países africanos foram convocadas para participar do esforço de guerra e muitos lutaram no conflito. Ao terminar, imaginaram que teriam mais autonomia, porém não foi isso que aconteceu. O colonialismo continuou como antes da guerra.

Causas

Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, a ONU passa a pressionar as potências imperialistas para que ponham fim à colonização.

Monumento ao "Renascimento Africano" erguido em Dacar, Senegal.

Igualmente, o mundo vivia a Guerra Fria, a disputa pela hegemonia mundial entre Estados Unidos (capitalismo) e URSS (socialismo).

Ambos os países apoiavam o lado rebelde que mais se aproximava às suas ideias a fim de cooptá-los para sua esfera de influência.

Do mesmo modo, as ideias pan-africanistas conquistavam o continente africano com seu pensamento pela unidade africana.

Pan-Africanismo

As cores da bandeira Pan-Africana representam o sangue, o povo negro e a natureza africana

No período entre guerras, começou a se gestar a ideia que os africanos tinham mais semelhanças entre si do que diferenças.

Praticamente todo o continente havia sofrido com a colonização europeia e o tráfico de escravos. Desta forma, foi criado o pan-africanismo que pensava uma identidade comum aos africanos a fim de uni-los contra o invasor europeu.

Um dos líderes mais proeminentes do pan-africanismo foi o americano W.E.B Du Bois (1868-1963), que se destacou escrevendo sobre as questões raciais do seu tempo e apoiando os movimentos de independência do continente africano.

Du Bois foi um ativo participante e organizador do Congresso Pan-Africanos que se realizava periodicamente para discutir temáticas relevantes ao povo negro.

Resumo

Os processos de independência no continente africano ocorreram em momentos diferentes. Por exemplo, as nações do norte da África Ocidental e Oriental estavam livres a partir da década de 1950.

Já os pertencentes à África Subsaariana, em 1960, os integrantes da África Austral e região do Oceano Índico entre 1970 e 1980.

O Egito consegue sua independência em 1922, mas será na década de 50 que vários estados conseguem sua autonomia como a Líbia (1951), Marrocos e Tunísia (1956) e Gana (1957).

Entre 1957 e 1962, 29 países passaram à condição de novos estados independentes e contribuíram para acelerar o processo de descolonização africana.

Cada país imperialista desocupou a África de maneira distinta. Vejamos:

  • O Reino Unido aceita se retirar de certos territórios e transferir o poder para líderes escolhidos pela metrópole. Para mantê-los como aliados, cria-se a Commonwealth.
  • A França muda o status de suas colônias para Províncias Ultramarinas e, mais tarde cria a Comunidade Francesa onde vai reunir suas antigas possessões mantendo o francês como idioma oficial e uma moeda em comum. A exceção será a sangrenta Guerra da Argélia.
  • A Espanha transforma a Guiné-Equatorial em província ultramarina, em 1960 e Ceuta e Melila, em cidades. Em 1968, a Guiné-Equatorial é declarada independente.
  • A Bélgica se envolverá na Guerra do Congo.
  • Portugal não aceita se desfazer de suas colônias e só mudará o status desses territórios em 1959. Mesmo assim, as décadas de 60 e 70 são marcadas por conflitos armados apenas solucionados com a Revolução dos Cravos, em 1974.

Depois da Independência

Para muitos países, não houve mudanças significativas e a população continuou oprimida pela elite. Charge do jornal alemão "Nova Gente", janeiro de 1960.

O custo da luta para a independência foi elevado, em consequência de guerras coloniais que ocasionaram na vida de milhões de pessoas e minaram a capacidade produtiva dos países.

Após o fim da descolonização da África, a maioria dos novos países entra em guerra civil. Isso porque haviam povos que eram historicamente inimigos e agora viviam dentro da mesma fronteira.

Também as diferentes ideologias - capitalismo e socialismo - fizeram enfrentar vários grupos pelo poder.

Além disso, os antigos colonizadores tentam manter as novas nações como aliadas. Para isso, se tornam sócios e compradores das matérias-primas desses países.

Embora o continente tenha mostrado um crescimento nas últimas décadas, os países africanos ainda sofrem as consequências da colonização e dos maus governos.

Leia mais:

  • Países da África
  • Fome na África
  • Conferência de Berlim
  • Partilha da África
  • Guerra Civil
  • Miscigenação

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Por que o ano de 1960 foi considerado o ano da África?

O ano de 1960 ficou marcado como Ano Africano pois um número expressivo de países conquistou sua independência do colonialismo francês e inglês, especialmente por meio de oposições pacíficas. Foi o caso de Camarões, Costa do Marfim, Benin, Burkina Faso, Níger, Mali, Somália, Nigéria, Mauritânia e Gabão.

O que aconteceu em 1960 na África?

Em 1960 surgem novos Estados em África. O continente liberta-se da ocupação colonial num longo processo conhecido na época por "Sol das independências". Processo concluído duas décadas mais tarde com a transformação da Rodésia em Zimbabwe e o fim do 'apartheid' na África do Sul.

Qual foi o ano da África?

em fevereiro de 1960. Em 1960, exatamente 60 anos atrás, a evolução política na África se acelerou. Já em janeiro, os círculos diplomáticos internacionais começaram a falar do "Ano Africano" ou "Ano da África", tendo em vista as aspirações de independência das colônias.

Qual a história da África resumo?

A História da África, geograficamente, teve início com a divisão da Pangeia há 300 milhões de anos. O supercontinente deu origem a dois blocos: Laurásia (América do Norte e Eurásia) e Gondwna (América do Sul, África, Índia, Austrália e as ilhas do Pacífico Sul).

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