por exemplo, o dia 8 de março!
Algumas pessoas me perguntam se sou cética, ou porque sou “seca” (ai ai) com algumas coisas, principalmente com datas comemorativas (aniversário, dia disso, dia daquilo, etc).
Costumo não me manifestar nessas datas, principalmente em dias como hoje (vulgo 8 de março). Além de ter aquelas coisas de ser comercial e que parte de seu significado é esvaziado, fico com preguiça e extremamente irritada pelas coisas que vejo ao redor. O que me faz preferir depositar essa energia que Oxunzinha me deu em outras coisas e outras poucas datas.
Mas bom, posso ser cética porque hoje, inevitavelmente, continuei sendo violentada gratuitamente. Lembrando que a violência é simbólica, psicológica e física. Desde a hora que saí de casa para trabalhar, até a hora que fui comprar a minha merecida cerveja do fim de expediente e vejo na TV a busca por um animal que espancou uma mulher no ES e no mesmo momento, tenho que ouvir de outro animal que ele gastou uma fortuna com flores hoje, mas que mulher pra ele "é de casa para o trabalho e do trabalho para casa…é assim que funciona”.
Posso ser, pois estar onde estou no auge dos meus 25 (inteligente, independente, toda natural, bla bla bla bla) me custou e me custa um preço, que no fim das contas, quem arca com ele todo sou eu ou sempre as mulheres que são próximas.
Posso ser, porque diariamente vejo falas de desconstrução masculina, mas na hora de dar o peso de uma culpa, sempre pende para uma mulher.
Posso ser, porque a todo tempo respeito o espaço do outro e quando preciso que o meu seja respeitado, isso não acontece.
Posso ser, porque continuo vendo minhas amigas (as pretas nem se fala, vishh) chorando por coisas que não cabem à elas.
Posso ser pois como sempre ecoa Conceição Evaristo, a noite nunca adormece nos olhos das mulheres.
Um tanto de pode ser e eu até tento, mas na certeza de que isso não é mais tarefa minha. Pode ser que eu continue sendo (realmente acho que não sou💛), mas até que me provem o contrário, seguimos.
Se oponha, dialogue, seja responsável com @ outr@ e CONSTRUA. Acredite em você e no plural de cada pessoa. E mais que isso, respeite esse plural! TODOS OS DIAS.
Por isso, fé nas amiga, mãe, tia, prima, irmã, fé nimim e mais ainda nas maluca. Elas são realmente tudo!
Ah, e não deixem a cerveja descer indigesta. Aproveitem!