Revista: Atlante. Cuadernos de Educación y Desarrollo ISSN: 1989-4155 Show Autores e infomación del artículoRodrigo Medeiros Silva * Ivan De Oliveira Holanda Filho* * Marcos Paulo Mesquita Da Cruz*** Rickardo Léo Ramos Gomes **** UNIATENEU, Brasil RESUMO A burocracia é uma temática relativamente antiga, contudo, está presente na atualidade,
sendo sua utilização muito comum no cotidiano da sociedade. É de grande importância o conhecimento sobre a temática burocracia, visto que ela é de indispensável utilização nas organizações, tanto públicas quanto privadas, e, decorrente da maneira a ser adotada poderá representar facilidades ou dificuldades na administração da organização. O objetivo deste artigo é analisar as percepções da burocracia pelos alunos de administração de empresas. Para isso, foi realizada uma pesquisa de caráter
qualitativo através de entrevistas com quatro deles. Constatou-se a existência de um conhecimento superficial por parte dos alunos de administração de empresas sobre a burocracia, sendo ela muitas vezes confundida com as disfunções burocráticas, ou seja, o excesso de burocracia verificada constantemente nas organizações brasileiras. La burocracia es una temática relativamente antigua, sin embargo, está presente en la actualidad, siendo su utilización muy común en el cotidiano de la sociedad. Es de gran importancia el conocimiento sobre la temática burocracia, ya que es de indispensable utilización en las organizaciones, tanto públicas como privadas, y, derivada de la manera a ser adoptada, podrá representar facilidades o dificultades en la administración de la organización. El objetivo de este artículo es analizar las percepciones de la burocracia por los alumnos de administración de empresas. Para ello, se realizó una investigación de carácter cualitativo a través de entrevistas con cuatro de ellos. Se constató la existencia de un conocimiento superficial por parte de los alumnos de administración de empresas sobre la burocracia, siendo a menudo confundida con las disfunciones burocráticas, o sea, el exceso de burocracia verificada constantemente en las organizaciones brasileñas. Palabras clave: Burocracia. Organización. La administración. ABSTRACT Keywords: Bureaucracy. Organization. Administration. Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: Rodrigo Medeiros Silva, Ivan De Oliveira Holanda Filho, Marcos Paulo Mesquita Da Cruz y Rickardo Léo Ramos Gomes (2019): “As percepções da burocracia pelos alunos de administração de empresas”, Revista Atlante: Cuadernos de Educación y Desarrollo (junio 2019). En línea: 1 INTRODUÇÃO A burocracia está presente na sociedade, sendo sua utilização muito comum no cotidiano. Dessa forma, a burocracia é um assunto relevante e vem sendo estudada desde antigamente. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O que é Burocracia Era irmão de um também famoso sociólogo e economista chamado Alfred Weber e era casado com Marianne Weber que, além de biógrafa do marido, foi uma das alunas pioneiras na universidade alemã e pertencia ao grupo feminista de seu tempo. Dessa forma, Weber é um importante autor, sendo um dos principais pensadores que abordam a temática burocracia, portanto, sendo base para várias pesquisas do gênero. [...] um sistema que busca organizar, de forma estável e duradoura, a cooperação de um grande número de indivíduos, cada qual detendo uma função especializada. Separa-se a esfera pessoal, privada e familiar da esfera do trabalho, visto como esfera pública de atuação do indivíduo. Nas sociedades tradicionais, normalmente a esfera familiar e a esfera trabalho se confundiam, dado o caráter pessoal das relações. Na sociedade industrial há uma ruptura destes padrões (Motta; Vasconcelos apud Mendonça et al., 2002, p.139). Motta (1981), um estudioso brasileiro das obras de Weber e de Marx, buscou estabelecer uma relação entre o sistema produtivo capitalista com
os elementos característicos da burocracia. Machado (2015, p. 06) citando Oliveira (1970, p. 50) elabora o que o autor considera um tipo ideal (puro) de funcionário, com as seguintes características: i) é pessoalmente livre, ou seja, obedece somente as obrigações objetivas de seu cargo; ii) é nomeado (e não eleito) dentro de uma hierarquia rígida; iii) tem competências funcionais fixas; iv) o cargo é preenchido por uma livre relação contratual; v) é qualificado profissionalmente (mediante verificação em provas e títulos); vi) é remunerado com salários fixos em dinheiro; vii) exerce seu cargo como profissão única ou principal; viii) têm perspectiva de carreira; ix) trabalha em separação absoluta dos meios administrativos; e x) encontra-se submetido a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e controle. Segundo Weber (1974 apud
Faria; Meneghetti, 2011), a realização dos objetivos deve ocorrer por tarefas já definidas, que necessitam de realização independentemente das características pessoais do funcionário que está realizando o procedimento. Max Weber, entretanto, não se preocupou em definir burocracia. Preferiu conceituá-la através da extensa enumeração de suas características. [...] Em primeiro lugar, Max Weber, que a estudou amplamente, não considerou burocracia um tipo de sistema social, mas um tipo de poder ou de dominação. A burocracia seria um tipo de poder da mesma categoria que o patriarcalismo, o patrimonialismo, o feudalismo e o carismatismo. (Motta; Bresser-Pereira, 2004, p. 6 apud Patzlaff; Santos; Patzlaff, 2015, p. 05) Weber, ao propor a temática burocracia, tinha como objetivo usá-la de modo positivo, como um método de organização que facilitasse os procedimentos diários, tendo em vista o aumento da produtividade, em que há procura deliberada de economizar os meios para atingir os objetivos (Motta; Pereira, 1980). Weber conclui que a administração burocrática é a forma mais racional de exercer a dominação. A burocracia, ou organização burocrática, possibilita o exercício da autoridade e a obtenção da obediência com precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiança. (Maximiano, 2000, p. 64 apud Patzlaff; Santos; Patzlaff, 2015, p. 06) Através do modelo burocrático, a organização define mecanismos que podem regular o comportamento das pessoas e das tarefas. Dentre suas principais características podemos destacar: a autoridade, formalidade, impessoalidade, hierarquia e divisão do trabalho. A defesa da administração burocrática frente ao modelo gerencial faz-se com base na diferença básica entre os conceitos. A primeira tem foco nos processos, nos meios; já o segundo foca nos resultados, ou seja, nos fins. São três os argumentos trabalhados, a saber: i) bons resultados dependem de bons processos, logo faz-se relevante atentar e aprimorar os processos que os geram; ii) determinado resultado somente é aceitável quando a ele se chega por meio de processos legítimos; e iii) na maioria dos casos, os melhores resultados somente podem ser determinados através de procedimentos formais. A burocracia no sentido popular significa muitos papéis, excesso de tramitações, preocupações com regulamentos, ineficiência. Sobre isso Machado (2015, p. 11) ressalta: Faz-se necessária, no entanto, a superação das formas de dominação herdadas do colonialismo e que imprimem ainda hoje aspectos clientelistas a administração pública, para que a burocracia weberiana possa ser aplicada de forma mais eficiente no arranjo do sistema administrativo federal, desde que observados alguns pontos, nos quais devem haver flexibilizações a fim de adaptar o modelo aos moldes gerenciais atuais. 2.2 A Concepção de Burocracia no Brasil No Brasil a concepção de burocracia é algo travado, emperrado e difícil. Porém, é necessário e o trabalho de Weber tem enorme importância para desenvolvimento de instituições. i) Estruturação e funcioidnto da indústria como setor significativo do aparelho produtivo; 2.3 A Qualidade da Informação é Muito Importante As informações são cruciais para implementação de projetos e melhorias de políticas públicas. Em regra as informações e os bancos de dados, públicos e privados, que subsidiam a formulação de políticas públicas no Brasil evoluíram muito nos últimos anos, com ganhos enormes em confiabilidade e refiidnto. Atualmente, encontramos valiosos banco de dados em instituições como Bacen, IBGE, FJP, Fipe, FGV, Dieese, Ipea entre outras. Desnecessário ressaltar que informação de qualidade dispensa a interação com os usuários, sempre importantes para o aprimoramento de políticas públicas (Douglas, 2004, p.25) No Brasil muitos projetos e melhorias não acontecem por falta de iniciativas e políticas e não por falta de informação. Acreditamos que se a execução de políticas públicas não tem atingido seus objetivos, não é por falta de informações técnicas que subsidiam a formulação de políticas públicas no Brasil são de boa qualidade, com os problemas mais relevantes se concentrando na fase de implementação e execução dessas políticas (Douglas, 2004, p. 25) Diante do que defende o autor, efetivamente, faltam políticas públicas mais objetivas que contemplem pessoas mais carentes e melhorem a qualidade de vida da população. Cabe a população cobrar, fiscalizar, e, mais importante, votar em candidatos que realmente executem e priorizem melhorias em seus projetos. A independência dos poderes da República, o advento das instituições participativas e a consolidação dos instrumentos de controle sobre a administração pública (burocrático, parlamentar e judicial) fazem com que os gestores públicos tenham que se relacionar, simultaneamente, com três sistemas institucionais na produção de políticas públicas, quais sejam: o representativo, o participativo e o de controles burocráticos (Sá e Silva; Lopez; Pires, 2010 apud Pires; Gomide, 2014, p. 11). Entretanto, vale ressaltar, é preciso observar o alerta que Pires e Gomide (2014, p. 11) fazem: Os mesmos autores consideram importante ressaltar que: É certo que a capacidade técnico-administrativa para implementação de políticas de desenvolvimento pode existir tanto na presença quanto na ausência de democracia.7No entanto, atualmente no Brasil, a consolidação da democracia tem imposto à ação estatal requisitos voltados à inclusão e relação com os atores afetados na tomada de decisão, na promoção da accountability e no controle de resultados. Isso demandas novas capacidades do Estado, além das necessidades de uma burocracia profissional, coesa e meritocrática (Pires; Gomide, 2014, p. 15). 3 METODOLOGIA Este artigo consiste em um trabalho de caráter exploratório, pois possui como objetivo proporcionar familiaridade com o problema, com a intenção de torná-lo explícito ou de constituir hipóteses (Gil,
2002). 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS A fim de alcançar o objetivo deste trabalho que é analisar as percepções da burocracia pelos alunos de administração de empresas, foram realizadas quatro entrevistas. “A burocracia, a princípio, era para ser uma coisa boa, para
ter mais controle nos processos nas organizações, mas na prática, como eu entendi por burocracia, mas são muitos papéis para assinar” (Entrevistado 1). Nota-se que o entrevistado 1 entende a concepção de
burocracia como algo positivo, mas ressalta que na prática ela representa problemas. “Ter mais
controle nos processos das organizações” (Entrevistado 1). Ambos os entrevistados (1 e 3) abordaram os motivos para a existência da burocracia. O
entrevistado 1 foi objetivo e evidenciou o controle como sendo um dos principais motivos, enquanto que, o entrevistado 3 apresentou uma abordagem ampla, utilizando-se de seus conhecimentos para argumentar sua opinião, relacionando o fato da burocracia propiciar maior qualidade nos processos, e facilitar a comunicação entre os departamentos. “Positivo é organização, controle sobre o que tá acontecendo e..., torna mais fácil organizar e saber, o que está acontecendo dentro da empresa, porque tá tudo anotado, escrito no papel, o que aconteceu, os procedimentos devidamente organizados, fica mais fácil” (Entrevistado 1). Verifica-se, claramente, que os entrevistados associam a ligação entre burocracia e Gestão Organizacional como uma maneira de controlar, registrar e organizar a empresa. “Positivo é organização, controle sobre o que tá acontecendo e..., torna mais fácil organizar e saber, o que está acontecendo dentro da empresa, porque tá tudo anotado, escrito no papel, o que aconteceu, os procedimentos devidamente organizados, fica mais fácil” (Entrevistado 1). É
perceptível, ao observar as respostas dos entrevistados, que as vantagens da burocracia são de fundamental importância para qualquer empresa. “E o que gera mais problemas nas organizações são o excesso de burocracia, e que a gente percebe isso mais claramente no Brasil” (Entrevistado 1). O entrevistado 2 mostrou certo entendimento sobre as desvantagens da burocracia, enquanto os outros entrevistados associaram à burocracia às disfunções burocráticas, ou seja, excesso de burocracia. Devemos compreender que, a burocracia não é o mesmo que disfunções burocráticas. As disfunções burocráticas correspondem a um nome criado para designar as anomalias de funcioidnto responsáveis pelo sentido pejorativo que o termo burocracia adquiriu junto aos leigos no assunto. (Chiavenato, 2002, p.21). Quando se fala sobre a prática da burocracia, os entrevistados tiveram as seguintes visões: “Documento e papéis, uma pilha de processos. E dificuldades, em realizar um certo desejo da pessoa. Por exemplo,
a gente vai para o serviço público, fazer alguma coisa, sei lá. Assim, nesse dia mesmo. Eu quero fazer alguma coisa, tenho dificuldades, tenho que preencher isso ou aquilo, entendeu?! É isso a minha visão de burocracia. Da prática mesmo e não da teoria” (Entrevistado 1). A maioria dos entrevistados associou a prática burocrática ao senso comum, ou seja, o excesso de burocracia presente na sociedade brasileira. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS No contexto de intensa expansão do capitalismo no princípio do século passado, o modelo burocrático desempenhou papel fundamental na medida em que criou as condições que possibilitaram a enorme expansão qualitativa e quantitativa das funções administrativas nas esferas públicas e privada. É difícil imaginar a intensa evolução das relações capitalistas com a hipertrofia e o gigantismo das corporações multinacionais sem a criação de uma estrutura burocrática adequada para garantir condições mínimas de administração, controle, e planejamento nesse ambiente econômico tão complexo e desenvolvido (Douglas, 2004, p. 26) Como dito anteriormente o ensino de burocracia precisa ser analisado com cautela aos futuros graduandos do curso de administração, pois o mesmo é um processo complexo e até hoje é estudado no mundo inteiro no qual teve e tem grande importância no desenvolvimento de modelo como o capitalismo.
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Parte IV – Evocação de palavras Entrevistado, nós estamos chegando ao final da nossa entrevista, e eu queria te pedir para escolher somente duas palavras que você associa a burocracia, as mais fortemente associadas, em sua opinião. Palavra 1: Explique um pouco sobre essa palavra. Por que você a associa a burocracia? Palavra 2: E essa segunda palavra, comente um pouco sobre ela. Por que você a associa a burocracia? *Bacharel em Administração (UECE) e graduando em Engenharia Civil (UNIFOR). Nota Importante a Leer: Qual é a importância da burocracia?Idealizada por Max Weber, a burocracia tem como principal alvo a eficiência em si, com uma hierarquia rígida, relações impessoais, e principalmente procedimentos e rotinas muito engessados o que tornaria os processos mais racionais e homogêneos, enrijecendo a estrutura de poder vigente.
O que é o controle burocrático?No controle burocrático, a motivação é reduzida e a valorização é em função dos aspectos políticos, ou seja, mediante a busca do poder. Para Silva (2002), “o controle burocrático é exercido através de regras, procedimentos, divisão formal do trabalho, hierarquia e estrutura formal da organização.”
Porque a burocracia é importante para as organizações?A burocratização é o mais importante deles. Certamente os processos ditam regras, hierarquias e aprovações para autorizar o andamento de certas tarefas. Isso só se torna um empecilho se a empresa não organizar os recursos de forma correta.
Quais os benefícios de um sistema burocrático?Vantagens da Burocracia
Rapidez nas decisões, pois, cada um conhece o que deve ser feito, por quem e as ordens e papéis tramitam através de canais preestabelecidos; Univocidade de interpretação garantida pela regulamentação específica e escrita.
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