Por que a Coroa Portuguesa criou o sistema de capitanias hereditárias?

Por prof. Rômulo

Através da montagem da Expedição Martim Afonso de Sousa em 1530, que permaneceu no Brasil até 1533, o rei português D. João III dava início ao processo de colonização ou ocupação efetiva do Brasil, encerrando assim o período conhecido como Pré-Colonial (1500-1530), em que o Brasil ocupou papel secundário nas pretensões lusitanas. Martim Afonso de Sousa criou o primeiro núcleo político-administrativo do Brasil, a Vila de São Vicente, no ano de 1532. Porém, a primeira expedição colonizadora não era suficiente para consolidar o início da nossa colonização. Era preciso implementar um projeto político, aquele que seria o primeiro da nossa história: As Capitanias Hereditárias.

Colonizar para ocupar

Quando falamos em início da colonização do Brasil, é preciso entender o que levou Portugal a iniciar tal processo. Sabemos que as Expedições Guarda-Costas, enviadas ao Brasil nas décadas de 10 e 20 do século XVI não conseguiram expulsar os invasores franceses do nosso território. Cristóvão Jacques, chefe das expedições guarda-costas, aconselhou o rei a tomar medidas mais enérgicas: um projeto colonizador. Portanto, o medo de perder as terras para os franceses foi um dos incentivos ao início da ocupação portuguesa. Outro fato que fez D. João III iniciar o projeto colonizador foram as notícias que chegavam da América Espanhola: a descoberta de ouro e prata no México e no Peru. Existia a esperança de se obter o mesmo sucesso por aqui. Por fim, a crise do comércio das especiarias orientais fez os portugueses investirem mais tempo na América. A burguesia lusitana dependia cada vez mais da distribuição das especiarias orientais feita pelos comerciantes de Flandres, que acabavam ficando com parte do lucro.

As Capitanias Hereditárias foram criadas em 1534. O Brasil foi dividido em 14 capitanias e 15 lotes (São Vicente tinha dois lotes). Tratou-se de um projeto político marcado pela descentralização ou fragmentação. Em cada capitania, o rei confiou a um donatário a tarefa de administrar. É bom frisar que os donatários não eram donos da Capitania, apenas administravam de acordo com o projeto mercantil de Portugal. Entre eles não tinha nenhum grande nobre ou comerciante de grande destaque, e isso mostra que o Brasil não era tão atrativo.

Para a Coroa, tudo. Para os donatários, trabalho

Quando Portugal fragmentou o Brasil em faixas territoriais e colocou um donatário em cada faixa, também transferiu muitas responsabilidades para eles. O rei praticamente abriu mão de suas responsabilidades, que apenas um Estado forte seria capaz de suportar. Cada donatário tinha a obrigação de defender sua faixa territorial de invasões estrangeiras, conter revoltas internas dos nativos, criar engenhos de açúcar, que era um empreendimento caro demais, povoar a terra, enfim, muitas eram as atribuições, e sem incentivo financeiro da metrópole. Por isso afirmamos que Portugal, através das Capitanias Hereditárias, transferiu para particulares a responsabilidade da colonização.

Dois documentos regiam o primeiro sistema político do Brasil: a carta de doação e o foral. A carta de doação era uma espécie de autorização para que o donatário viesse ao Brasil administrar uma ou mais capitanias. O foral era um documento que estabelecia direitos e deveres dos donatários durante a administração. Era também uma espécie de código tributário. Através do Foral, os donatários tinham o direito de doar terras (sesmarias) a portugueses católicos de confiança. Assim começa a doação de terras no Brasil. O sesmeiro, quando ganhava o latifúndio de presente, passava a ser o dono, ou seja, a sesmaria, ao contrário das Capitanias, era uma propriedade privada. O prazo para o sesmeiro tornar a sesmaria um latifúndio produtivo era de 5 anos, caso contrário, corria o risco de perder as terras.

Surgem os (inevitáveis) problemas

O fragmentado sistema político mostrou-se muito frágil e fadado ao fracasso. A falta de apoio financeiro da metrópole, as constantes revoltas nativas, a grande extensão da capitania que inviabilizava uma administração eficaz, a dificuldade de comunicação entre as capitanias e entre elas e Portugal, as invasões estrangeiras, a inexistência de relações comerciais entre elas, as adversidades naturais, pois em Portugal os donatários estavam acostumados a ambientes urbanos e a falta de apoio financeiro da metrópole inviabilizaram o projeto. Muitos donatários perderam o pouco que tinham, alguns perderam até mesmo a vida. Apenas as Capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram, apresentando resultados satisfatórios no cultivo da cana-de-açúcar. Em 1548, a coroa portuguesa criou um novo sistema político: o Governo Geral, com o objetivo de centralizar a administração da colônia nas mãos de um Governador-Geral. Mas isso é assunto para um outro artigo.

Porque a Coroa Portuguesa criou as capitanias hereditárias?

Os portugueses instalaram as capitanias hereditárias no Brasil porque o comércio de especiarias na Índia estava em declínio e os territórios portugueses eram constantemente invadidos pelos franceses.

O que levou a coroa portuguesa implantar o sistema de capitanias hereditárias a partir da expedição de Martim Afonso de Sousa em 1530 foi?

Resumo sobre as Capitanias Hereditárias O sistema de capitanias hereditárias foi implantado a partir da expedição de Martim Afonso de Sousa, em 1530. Os portugueses tiveram receio de perderem suas terras conquistadas para outros europeus que já estavam negociando com os indígenas e buscavam se fixar ali.

Quem criou o sistema de capitanias hereditárias?

As capitanias hereditárias surgiram por ordem do rei português D. João III, no ano de 1534, sendo a primeira divisão territorial e administrativa implantada pelos portugueses na América Portuguesa.

O que foi o sistema das capitanias hereditárias?

As capitanias hereditárias foram a primeira medida real de colonização tomada pelos portugueses em relação ao Brasil. Com as capitanias, foi implantado um sistema de divisão administrativa por ordem do rei português D. João III, em 1534.

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