O surto psicótico é uma alteração temporária do estado mental em que há uma dissociação entre a realidade e a percepção que a pessoa tem dela, podendo haver alucinações, ansiedade e agressividade durante o episódio.
Essa situação pode ser desencadeada por algumas doenças psiquiátricas, como transtorno bipolar ou esquizofrenia, ou ser resultado do consumo de drogas alucinógenas ou da exposição a produtos industriais, como o chumbo, por exemplo. Portanto, a ocorrência de um surto psicótico não necessariamente está relacionado com um transtorno psiquiátrico, sendo importante que a pessoa seja avaliada por um médico.
O tratamento para o surto psicótico deve ser feito no hospital, sendo necessário o uso de medicamentos antipsicóticos e, em alguns casos, benzodiazepínicos prescritas por um psiquiatra. Além disso, é importante que durante o surto a pessoa encontre um lugar tranquilo e não confronte as alucinações e ideias delirantes, devendo entrar em contato com uma ambulância para receber atenção médica imediata.
Sintomas de surto psicótico
A pessoa no surto psicótico pode apresentar alguns sintomas, sendo os principais:
- Alucinações, que corresponde à presença de sons, imagens ou sensações que não existem;
- Não saber diferenciar o real e o fictício, apesar da demonstração de evidências;
- Ideias delirantes, como pensar que o vizinho é um espião que quer roubar informações, por exemplo;
- Ilusões, que são distorções de algo real, como ver uma mesa e acreditar que é um animal, por exemplo.
Esses sintomas podem ser acompanhados por alterações motoras, como movimentos agressivos, gritos, choro e linguagem inadequada.
É importante levar em consideração que a ocorrência de um surto psicótico em uma pessoa sem antecedentes de doença psiquiátrica, não necessariamente indica que sofre de psicose, sendo importante que seja avaliada por um psiquiatra e neurologista para descartar outra possível alteração cerebral ou mental que possa estar associada ao surto psicótico.
Possíveis causas
Alguns fatores podem favorecer a ocorrência de um surto psicótico, como:
- Complicações antes e durante o parto, como infecções ou estresse materno;
- Familiar com esquizofrenia ou psicose;
- Doenças psiquiátricas, como transtorno bipolar ou esquizofrenia;
- Falta de adesão ao tratamento antipsicótico;
- Consumo de drogas alucinógenas;
- Abstinência de álcool ou medicamentos sedativo-hipnóticos, como o Zolpidem;
- Medicamentos com efeito anticolinérgico, como os antiparkinsonianos ou antidepressivos tricíclicos;
- Exposição a produtos industriais, como o chumbo;
- Alterações metabólicas, como hipoglicemia e hiper ou hipotireoidismo;
- Deficiência de vitamina B12;
- Fases iniciais da doença de Alzheimer.
Além disso, tem sido proposto que vivenciar experiências extremamente estressantes poderia desencadear um surto psicótico, fazendo com que exista uma perda do sentido e da realidade e que haja a necessidade de atenção psiquiátrica imediata.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do surto psicótico deve ser feito em ambiente hospitalar por um psiquiatra, o qual deve realizar uma avaliação física e neurológica para verificar o estado de consciência da pessoa e sua situação clínica. No caso da pessoa estar agitada e não ser capaz de responder às perguntas do médico, pode ser necessário sedá-lo, devendo o médico buscar informações com familiares e/ ou amigos.
Além disso, o médico pode recomendar a realização de exames de sangue e urina para identificar a possível ingestão de drogas, além de exames de imagem como eletroencefalograma, tomografia ou ressonância magnética para descartar outras possíveis doenças ou alterações cerebrais que podem causar o surto.
Tratamento para surto psicótico
O tratamento para o surto psicótico tem início com a estabilização ou correção da sua causa, como suspender o medicamento ou administrar o antídoto adequado à droga alucinógena, por exemplo. Em seguida, o psiquiatra pode indicar o tratamento mais adequado, que pode envolver o uso de antipsicóticos, como Haloperidol, Olanzapina ou Ziprasidona, e benzodiazepínicos.
É importante garantir um ambiente seguro para a pessoa que teve um surto psicótico, assim como para equipe que irá tratá-la, evitando estímulos estressantes como ruídos, por exemplo. Além disso, não é recomendado que seja feito o confronto das ideias delirantes, alucinações ou ilusões que a pessoa tenha tido, pois isso pode alterar ainda mais a pessoa, de forma que pode vir a ter comportamentos agressivos.
Como prevenir
Para prevenir o surto psicótico é importante ter em consideração o risco da pessoa em tê-lo, devendo levar em consideração o diagnóstico estabelecido de um transtorno psiquiátrico, o histórico pessoal e familiar de surto psicótico, a falta de adesão ao tratamento psiquiátrico, assim como experiências e comportamentos que favoreçam o surto.
Dessa forma, o psiquiatra pode indicar a realização da terapia cognitiva-comportamental, com ou sem intervenção familiar, para oferecer ferramentas à pessoa e aos familiares sobre como lidar com esses episódios. É importante também não realizar a automedicação e nem oferecer à pessoa medicamentos antipsicóticos que não tenham sido orientados pelo psiquiatra.