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Austin Carroll foi expuso da escola e ter� de terminar os �ltimos tr�s meses de aula em um col�gio alternativo
Uma escola em Indiana (EUA) expulsou um aluno depois de descobrir um tuíte repleto de palavrões no perfil dele. A instituição alega que o estudante usou um computador da escola para publicar a mensagem; ele afirma que acessou o Twitter de casa, segundo informações do “Indiana News Center”.
A mensagem tuitada por Austin Carroll, aluno da Garrett High School, usava várias vezes a palavra “fuck”, um palavrão em inglês. Em português, o tuíte poderia ser traduzido assim: “F*** é uma dessas palavras F***que você pode colocar em qualquer lugar F*** numa frase e ela ainda fará um sentido F***.”
O estudante alega que, por se tratar de seu perfil pessoal no Twitter, “nem a escola nem ninguém deveria se importar com ele”. “Isso porque é uma coisa 'pessoal minha' e não tem nada a ver com eles”, reclama Carroll.
A mãe de Carroll, Pam Smith, defende que a pena dada ao filho foi muito severa. “ Não concordo com o que ele disse, mas também não concordo com a expulsão. Se eles tivessem suspendido meu filho por três dias ou algo assim, eu estaria bem. Mas tirá-lo da escola, em seu último ano, a três meses dele se formar, é errado”, protesta.
Segundo o diretor da escola, o sistema usado nos computadores da instituição monitora as mensagens publicadas pelos alunos assim que eles fazem o login no Twitter. Mesmo que Carroll tenha tuitado de casa, assim que ele fez login novamente pelo computador da escola o sistema passou a rastrear as mensagens.
Para conseguir se formar (ele está no equivalente americano ao Ensino Médio do Brasil), Carroll passará a frequentar uma escola alternativa. “Eu só queria que ele pudesse retornar à escola, ir à formatura e fazer tudo que um estudante de último ano faria”, diz a mãe do estudante.
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Em 2019, o diretor Chiwetel Ejiofor, 43, que atuou no longa-metragem 12 Anos de Escravidão (2013), nos fez chorar ao lançar o filme O Menino que Descobriu o Vento, contando a história real do engenheiro William Kamkwamba, interpretado por Maxwell Simba. Aos 14 anos, William construiu um moinho de vento na vila de Wimbe, onde residia com sua família, beneficiando toda a comunidade que sofria com a falta d’água e a fome no Malauí, país situado na região Oriental da África.
Filho de família pobre, Kamkwamba teve que deixar a escola, pois seu pai não tinha como pagar seus estudos, devido a perda de grande parte de sua colheita, por conta da seca. Proibido de assistir as aulas, ele frequentava clandestinamente a biblioteca da escola, onde lia livros de ciência, o que lhe ajudou a desenvolver os primeiros experimentos com energia eólica. Primeiro criou uma pequena turbina de vento, mas não tinha equipamentos o suficiente para desenvolver algo maior.
Ainda por meio dos estudos, compreendeu que a ciência poderia ajudá-lo a criar algo que pudesse diminuir os efeitos da seca e da fome na vila. Mas com todo esse potencial, seu pai Trywell (Chiwetel Ejiofor) não acreditava que as ideias do garoto pudessem dar certo. Especialmente, pois, pra conseguir criar o moinho, William precisaria utilizar partes de um dos poucos bens da família: a roda de uma velha bicicleta e uma pá de ventilador.
Ao lado de seus amigos, William criou um primeiro moinho de 5 metros de altura que abastecia algumas lâmpadas e carregava celulares. O segundo moinho, de 12 metros, já captava o vento mais forte e possibilitava manter as lâmpadas da comunidade. O terceiro moinho foi que possibilitou o bombeamento de água para a irrigação da plantação.
O filme mostra como a educação pode ser transformadora em todos os sentidos. No começo do longa, o diretor da escola e outros professores rechaçam William e fazem chacota de sua condição financeira, colocando-o pra fora da escola. Mas independente das colocações feitas pelos professores, que deveriam ser exemplo, William tem prazer em estudar e, por isso, frequenta a biblioteca em segredo. Graças a sua persistência, toda a comunidade, que era obrigada a brigar pelos poucos alimentos enviados pelo governo, consegue se tornar independente e revitalizar as plantações.
A história é baseada em fatos reais e já foi contada em diversos jornais pelo mundo, além de ter gerado uma entrevista para a conferência global TED e teve sua história contada em um livro.
Vale a pena assistir
Filmes baseados em histórias reais, contando sobre pessoas que tiveram grandes conquistas são sempre animadores, é ainda mais especial quando estamos falando de pessoas pretas, como por exemplo Em busca da felicidade (2006), filme estrelado por Will Smith, que nos levou às lágrimas com a vitória do personagem, ainda que ele tenha passado por todo tipo de prova. Ao mesmo tempo, também percebemos que o cinema tem utilizado de histórias pretas de sofrimento ou superação como mote para a maioria desses filmes, nos fazendo questionar a necessidade de obras que não utilizem apenas da nossa dor para conseguir bilheteria.
Mas o longa O Menino que Descobriu o Vento (2019) não é apenas um drama em cima das dificuldades da comunidade de Wimbe, o filme tenta trazer leveza ao mostrar, que, muitas vezes, o que vemos apenas como peripécias ou brincadeira de criança, pode ser algo muito grandioso.
Apesar das desconfianças sobre a funcionalidade da obra que o filho deseja criar, Trywell é um pai amoroso e com uma família bem estruturada, onde há amor para cada um. Onde a mesa do jantar é um dos momentos mais puros de se ver numa família, que apesar de ter muito pouco, dividem alimentos e amor.
Confira o trailer:
Ficha técnica
O Menino que Descobriu o Vento
País de origem: Reino Unido
Duração: 113 min
Gênero:
Drama biográfico
Direção: Chiwetel Ejiofor
Produção: Andrea Calderwood, Gail Egan
Roteiro: Chiwetel Ejiofor
Baseado no livro: Boy Who Harnessed The Wind, de William Kamkwamba e Bryan Mealer
Elenco: Maxwell Simba, Chiwetel Ejiofor, Aïssa Maïga, Lily Banda, Joseph Marcell e Noma Dumezweni
Disponível: Netflix
Foto de capa: Divulgação.
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Ouça o episódio #02 – Lucas Koka, BBB e a culpa do homem preto:
Formada em Jornalismo e com especialização em mídias digitais, a baiana tem dedicado sua carreira ao mercado audiovisual há oito anos, quando iniciou na área. Já atuou como produtora executiva em obras para a televisão e em diversas funções dentro da produção de uma obra. Apaixonada por filmes e séries, se considera uma viciada que assiste mais de seis obras por semana.