O que pode acarretar um exercício físico realizado de forma incorreta?

Enquanto a vacina contra a covid-19 não chega para toda a população, quem continua firme no isolamento social tenta manter a forma com exercícios físicos em casa. Porém, o excesso ou desempenho inadequado podem ter efeito reverso e causar complicações em quem pratica. 

O que pode acarretar um exercício físico realizado de forma incorreta?
O que pode acarretar um exercício físico realizado de forma incorreta?

O alerta é do cirurgião vascular Calogero Presti, que explica que o controle na frequência dos exercícios é fundamental para evitar lesões de músculos, tendões e articulações - e até mesmo fraturas ósseas de estresse e tendinites.

“Exercício físico saudável, em geral, é aquele moderado, em dias alternados para a recuperação muscular, habitual e com frequência de três a quatro vezes por semana”, destaca o médico, que também é membro do Conselho Superior da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. 

O especialista pontua que antes de iniciar qualquer tipo de treinamento físico é aconselhável que o paciente com doença vascular se submeta a um exame clínico e cardiológico para detectar e avaliar possíveis comorbidades. Pois, caso seja necessário, o preparador físico, em conjunto com um médico, pode aconselhar o treinamento mais adequado para cada situação.

Doenças vasculares, como as varizes, pedem atenção especial durante a prática esportiva. No caso de pacientes com insuficiência venosa crônica, há dificuldade de retorno sanguíneo ao coração quando a pessoa se encontra parada, em pé ou sentada. 

“Os exercícios mais indicados nessa situação são aqueles que promovem a contração e alongamento dos músculos das pernas, em especial as caminhadas, exercícios em esteira ou com bicicleta. A natação e a hidroginástica são particularmente úteis, pois facilitam o retorno venoso pela atenuação da gravidade quando dentro d’água, além de fortalecerem e alongarem os músculos”, orienta Presti. 

Exercícios físicos intensos também podem causar rabdomiólise, ou seja, necrose muscular. Na maioria dos casos, ela ocorre quando o paciente inicia ou reinicia o treinamento físico sem a supervisão de um educador. “O exercício excessivo pode produzir edema das células musculares das extremidades e, como consequência, a necrose dos músculos em graus variáveis, o que ocasiona liberação da mioglobina (proteína muscular) no sangue”, informa.

Grandes quantidades de mioglobina no sistema circulatório podem causar depósitos nos túbulos renais, o que pode gerar insuficiência e mau funcionamento dos órgãos. Em casos extremos, hemodiálise, perda dos rins ou até mesmo o óbito são possíveis, explica o médico.

Exercícios em casa

Qualquer estímulo a atividades físicas de vida diária como jardinagem, limpar e arrumar a casa, lavar louça, arrumar armários, subir e descer escadas e dançar aumentam o gasto calórico, mantêm a atividade muscular, evitam a obesidade e diminuem a depressão durante o distanciamento social, aconselha o especialista.

“Os pacientes com doenças vasculares periféricas se beneficiam muito dos exercícios aeróbicos, sendo aconselhável caminhadas de 30 a 40 minutos 3 a 4 vezes por semana ao ar livre. O exercício aeróbico pode ser realizado na mesma frequência, com esteira ou bicicleta ergométrica em casa.”

Segundo o médico, para os que permanecem em home office é aconselhável interromper o tempo de permanência no computador, intercalando 15 minutos de atividade física a cada 30 minutos de trabalho, movimentando os braços, as pernas, respirando livremente, andando ou fazendo alongamento.

“Quanto aos exercícios recomendados por seu médico ou educador físico, não exagere na quantidade, intensidade e duração. A alta intensidade e o tempo de recuperação muscular e cardiovascular insuficientes podem ser prejudiciais ao sistema cardiovascular, à imunidade, provocar lesões musculares, articulares e tendinites”, completa o médico.

Outra orientação do especialista é manter-se bem hidratado durante os exercícios e evitar fazê-los em ambientes quentes e pouco ventilados. Em caso de desconforto durante o exercício, como cansaço excessivo, falta de ar, dor torácica e tonturas, interrompa os exercícios e procure orientação médica.

“A prática de exercícios físicos deve ser interrompida de imediato na presença de sintomas relacionados à covid-19 como febre, falta de ar, tosse seca e perda do olfato ou paladar”, destaca o médico.

Reconheça os sinais e saiba mais sobre esse transtorno de autoimagem

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Reconheça os sinais e saiba mais sobre esse transtorno de autoimagem

A gente já viu os benefícios da atividade física na prevenção e no tratamento de diversas doenças, inclusive do câncer. Já vimos que ela também é uma grande aliada de quem sofre com a ansiedade. O que ainda não foi dito é que, mesmo sendo um ótimo hábito para incluir no dia a dia, a prática de atividade física pode ser prejudicial quando passa dos limites.

Segundo o Blog da Saúde, a vigorexia é um tipo de transtorno dismorfóbico – de distorção da autoimagem e faz com que os indivíduos que o possui fiquem exageradamente fortes, desenvolvendo muito alguns grupos musculares que tiram a uniformidade do corpo.

Desse modo, a vigorexia é uma doença psicológica caracterizada pela insatisfação constante com o corpo, conforme explica Silvia Feiten, Mestre em Saúde Pública do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (MS) e vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH).

Silvia comenta que o excesso de atividade física pode também provocar dores musculares persistentes por todo o corpo, muito cansaço, anorexia, insônia, aumento da frequência cardíaca de repouso e menor desempenho sexual. Além de causar problemas articulares e ósseos.

Paralelamente a isso, outros fatores que entram em cena na vigorexia são: a alteração da dieta alimentar, que passa a ser muito restritiva, o consumo de suplementos alimentares sem orientação e o uso de esteroides e anabolizantes, sendo esse último o mais preocupante.

Segundo o Blog da Saúde, esses medicamentos podem provocar esteatose hepática (acúmulo de gordura nas células do fígado), câncer de pâncreas, fígado e próstata, disfunção de diversos hormônios e acromegalia (crescimento anormal das extremidades do corpo), entre outras patologias.

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De olho nos sinais!

Quem é diagnosticado com o transtorno dismorfóbico apresenta alguns sinais que valem atenção. São eles: preocupação excessiva com a aparência, pensamentos negativos acerca da própria imagem, tristeza e baixa autoestima que chegam ao ponto de prejudicar a vida social e profissional.

Como já explicamos, a insatisfação com a aparência pode levar a procedimentos desnecessários e ao uso de substâncias prejudiciais. Quando chega ao ponto de prejudicar a vida social, a pessoa com o transtorno não quer sair de casa, evita fotografias, faz comparações constantes com outras pessoas e não acredita que está com uma boa imagem, mesmo que alguém próximo garanta o contrário.

No âmbito da academia, o profissional de Educação Física certamente será o primeiro a observar indícios de vigorexia em uma pessoa, afirma Silvia. O vigoréxico começa a exagerar no tempo de treino, ser absurdamente seletivo na alimentação e muitas vezes inicia o consumo de anabolizantes.

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Aceitação para prevenir e tratar!

Silva ensina que, ao identificar a vigorexia em um aluno, o profissional de Educação Física pode alertar, esclarecer os riscos para a saúde e sugerir programações de treinos mais adequados, respeitando sempre os limites do corpo e os intervalos de descanso.

Nesse sentido, é importante lembrar que uma pessoa com vigorexia pode e deve manter uma rotina de atividade física, porém em doses menores e com orientação profissional, incluindo um acompanhamento psicológico que facilite a compreensão e o tratamento desse distúrbio de autoimagem.

De acordo com a especialista, a avaliação física também é uma boa estratégia, pois ela serve para mostrar com dados concretos que a massa muscular está adequada, considerando idade, gênero e características genéticas. Em último caso, vale entrar em contato com familiares quando o vigoréxico não se mostrar colaborativo, em especial se for um aluno menor de idade.

Frequentemente, somos bombardeados por imagens de corpos ideais, o que pode gerar conflitos entre o real e o irreal. A busca da imagem “perfeita” pode estar ligada a sentimentos de inferioridade, podendo ainda desenvolver quadros de depressão e ansiedade.

O equilíbrio de nossas atitudes é que pode garantir o bem-estar. Que tal trocar as suas escolhas antigas por algumas mais saudáveis? Cuidar da saúde mental em parceria com as atividades físicas, pode ser a melhor forma de prevenir distorções, angústias e sofrimentos relacionados à percepção de si. 

Quais as consequências de se exercitar de forma errada?

“O corpo passa a produzir hormônios de uma maneira errada. Além disso, o coração fica acelerado o tempo todo, mesmo em repouso”, afirma. As consequências começam a aparecer também no dia a dia e o paciente pode começar a ficar mais irritado, com insônia e até com a imunidade mais baixa.

Quais são as possíveis lesões que podem resultar através da atividade física mal orientada?

Infelizmente, a prática em excesso ou da maneira incorreta de atividades físicas pode ocasionar algumas lesões, sejam elas ósseas ou musculares, por exemplo. Outras estruturas também podem ser atingidas pela prática, como os tendões, ligamentos e outros.

Quais as reações mais comuns durante a prática de atividade física inadequada?

Confira, a seguir, as 10 lesões mais comuns em praticantes de esportes..
Entorse. ... .
Contusão. ... .
Cãibra. ... .
Luxação. ... .
Fratura por estresse. ... .
Estiramento e distensão muscular. ... .
Tendinite. ... .
Bursite..

Quais os riscos da prática de atividade física?

Pode ocorrer fraturas, lesões musculares, tendinites e até condições mais graves, como problemas cardíacos, pressão arterial. Além do profissional de educação física e o clínico geral, os nutricionistas também têm um papel muito importante na orientação de uma atividade física.