O que o carnaval tem a ver com a Igreja Católica?

Carnaval ou entrudo são os três dias de festas que precedem a quarta-feira de cinzas. É uma palavra com origem no latim "carna vale" e que significa dizer "adeus à carne".

O carnaval chegou ao Brasil através das festas que ocorriam na Europa, principalmente na Itália e na França, no século XVII.

As fantasias de pierrô (pierrot) e de colombina foram logo incorporadas ao carnaval brasileiro.

No início, as festas de carnaval aconteciam nas ruas, com desfiles de fantasias. Posteriormente, passaram a ser realizadas nos clubes, onde eram tocadas as marchas, os sambas e os frevos preparados para os festejos.

Desenho de Colombina e Pierrot.

Ver também: Entrudo.

Origem do Carnaval

A origem do Carnaval está relacionada com determinados rituais de fecundidade da terra, que eram organizados na passagem de ano e no início da primavera.

No entanto, com o aparecimento do Cristianismo, o Carnaval perdeu um pouco do seu caráter simbólico e místico.

Os bailes de máscaras foram criados na França, apenas por volta do século XVII, mas rapidamente ficaram populares em outros países europeus.

Durante o Renascimento, as festas carnavalescas atingiram uma grande popularidade, principalmente na Itália (em Roma e Veneza).

No Brasil, apesar do Carnaval ter uma grande componente turística, ainda mantém a sua espontaneidade, que se fortaleceu através do folclore popular.

Saiba mais sobre o folclore brasileiro.

Carnaval no Brasil

Atualmente, algumas cidades se destacam nas festas de carnaval no Brasil, onde esta festividade é considerada uma das maiores do mundo.

No Rio de Janeiro, por exemplo, são os desfiles das escolas de samba e em Salvador são os trios elétricos que tomam conta das ruas da cidade.

Carnaval no Rio de Janeiro.

No Recife, o bloco "O Galo da Madrugada" que sai às ruas no sábado de carnaval e vagueia pelo centro da cidade, já entrou para o livro dos recordes como o maior bloco de carnaval do mundo.

Em Olinda, o destaque fica para os bonecos gigantes, que desfilam pelas ladeiras da cidade Patrimônio da Humanidade.

Carnaval em Olinda, Pernambuco.

O mais popular desfile de carnaval acontece no Rio de Janeiro, na Marquês de Sapucaí, onde ocorre o desfile tradicional das escolas de samba da capital carioca.

Em sentido figurado, a palavra carnaval pode significar “folguedo”, “folia” ou “confusão”. Exemplo: “Quando a professora entrou na sala, encontrou o maior carnaval”.

Feriados de carnaval

O feriado de carnaval acontece 47 dias antes da páscoa, sempre em uma terça-feira. Normalmente o carnaval acontece no mês de fevereiro, mas em alguns anos, pode cair no início de março. Veja os dias de feriado de carnaval a partir de 2020:

  • 2020: 25 de fevereiro
  • 2021: 16 de fevereiro
  • 2022: 1 de março
  • 2023: 21 de fevereiro
  • 2024: 13 de fevereiro
  • 2025: 4 de março

Igreja Católica e o Carnaval

O carnaval é celebrado 47 dias antes da Páscoa. Este período é chamado pela Igreja Católica de Quaresma, que preserva quarenta dias de jejum, com abstinência de carne.

O carnaval ocorre durante os três dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. A terça-feira de carnaval é chamada popularmente de “Terça-feira gorda” ou "Mardi Gras", como dizem os franceses.

Saiba mais sobre a quarta-feira de cinzas, páscoa e quaresma.

Carnaval de Veneza

O carnaval na cidade de Veneza, na Itália, é uma tradição desde o século XVII, e sua característica maior são as máscaras.

Os nobres gostavam da diversão e para não chamar a atenção do povo se disfarçavam escondidos atrás das máscaras.

Os trajes utilizados ainda são os mesmos daquele período: as mulheres com vestidos longos ricamente enfeitados e os homens de libré ou roupas de seda preta e chapéus de três pontas.

Baile de máscaras em Veneza, Itália.

Veja também: cultura popular.

Vários autores explicam o nome Carnaval, do latim “carne vale”, isto é, “adeus carne” ou “despedida da carne”; o que significa que no Carnaval o consumo de carne era considerado lícito pela última vez antes dos dias de jejum quaresmal. Outros estudiosos recorrem à expressão “carnem levare”, suspender ou retirar a carne.

Alguns etimologistas explicam as origens pagãs do Carnaval: entre os gregos e romanos costumava-se fazer um cortejo com uma nave, dedicado ao deus Dionísio ou Baco, o deus do vinho, festa que chamavam em latim de “currus navalis” (nave carruagem), de donde teria vindo a forma Carnavale. Não é fácil saber a real origem do nome.

Outras festas semelhantes aconteciam na entrada do novo ano civil (mês de janeiro) ou pela aproximação da primavera, na despedida do inverno. Eram festas religiosas, dentro da concepção pagã e da mitologia. Por exemplo, para exprimir o cancelamento das culpas passadas, encenava-se a morte de um boneco que, depois de haver feito seu testamento era queimado ou destruído. Em alguns lugares havia a confissão pública dos vícios, o que muitas vezes se tornava algo teatral, como por exemplo, o cômico Arlequim que, antes de ser entregue à morte confessava os seus pecados e os dos outros.

Outras festas semelhantes aconteciam na entrada do novo ano civil (mês de janeiro) ou pela aproximação da primavera, na despedida do inverno. Eram festas religiosas, dentro da concepção pagã e da mitologia. Por exemplo, para exprimir o cancelamento das culpas passadas, encenava-se a morte de um boneco que, depois de haver feito seu testamento era queimado ou destruído. Em alguns lugares havia a confissão pública dos vícios, o que muitas vezes se tornava algo teatral, como por exemplo, o cômico Arlequim que, antes de ser entregue à morte confessava os seus pecados e os dos outros.

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Tudo isso era feito com o uso de máscaras, fantasias, cortejos, peças de teatro, etc. As religiões ditas “de mistérios” provenientes do Oriente e muito difusas no Império Romano, concorreram para essas festividades carnavalescas. Estas tomaram o nome de “pompas bacanais” ou “saturnais” ou “lupercais”. Como essas festas perturbavam a ordem pública, o Senado Romano, no séc. II a.C., resolveu combater os bacanais e seus adeptos, acusados de graves ofensas contra a moralidade e contra o Estado.

Essas festividades populares podiam acontecer no dia 25 de dezembro (dia em que os pagãos celebravam Mitra (ou o Sol Invicto) ou o dia 1º de janeiro (começo do novo ano), ou outras datas religiosas pagãs.

Quando o Cristianismo surgiu encontrou esses costumes pagãos. Os missionários procuraram então cristianizar esses costumes, como ensinava São Gregório Magno, no sentido de substituir essas práticas supersticiosas e mitológicas por outras cristãs (Natal, Epifania do Senhor ou a Purificação de Maria, dita “Festa da Candelária”, em vez dos mitos pagãos celebrados a 25 de dezembro, 6 de janeiro ou 2 de fevereiro). Por fim essas festividades pagãs do Carnaval ficaram apenas nos três dias que precedem a Quarta-feira de Cinzas.

A Igreja procurou também incentivar os Retiros espirituais e a “Adoração das Quarenta Horas” nos dias anteriores à Quarta-feira de cinzas. Hoje, graças a Deus, temos em todo o nosso país Encontros e Aprofundamentos religiosos.

Infelizmente o Carnaval, sobretudo no Brasil, “descambou” para a dissolução dos costumes; nos bailes e nas Escolas de Samba predominam o nudismo e toda espécie de erotismo. Esquece-se que os Mandamentos são a via da libertação e que o pecado é a escravidão da pessoa: “Não pecar contra a castidade” e “Não desejar a mulher do próximo” (cf. Ex 20,2-17; Dt 5,6-21).

Infelizmente o Carnaval, sobretudo no Brasil, “descambou” para a dissolução dos costumes; nos bailes e nas Escolas de Samba predominam o nudismo e toda espécie de erotismo. Esquece-se que os Mandamentos são a via da libertação e que o pecado é a escravidão da pessoa: “Não pecar contra a castidade” e “Não desejar a mulher do próximo” (cf. Ex 20,2-17; Dt 5,6-21).

É triste observar que o próprio Governo estimula esse desregramento com uma ampla distribuição de “camisinhas”, para que os foliões pequem à vontade sem perigo de contaminação. O Papa João Paulo II assim se expressou sobre a camisinha: “Além de que o uso de preservativos não é 100% seguro, liberar o seu uso convida a um comportamento sexual incompatível com a dignidade humana […]. O uso da chamada camisinha acaba estimulando, queiramos ou não, uma prática desenfreada do sexo […] O preservativo oferece uma falsa ideia de segurança e não preserva o fundamental” (PR, nº 429/1998, p. 80).

Nesta época vale recordar o que disse São Paulo: “Nem os impudicos, nem idólatras, nem adúlteros, nem depravados, nem de costumes infames, nem ladrões, nem cobiçosos, como também beberrões, difamadores ou gananciosos terão por herança o Reino de Deus (l Cor 6,9; Rm 1, 24-27)”. O Apóstolo condena também a prostituição (1 Cor 6,13s, 10,8; 2 Cor 12,21; Cl 3,5) e as paixões da carne tão vividas no Carnaval.

O sexo foi feito para o matrimônio e o matrimônio foi elevado à sua dignidade por Cristo (Mt 5,32). Jesus proclamou: “Bem-aventurados os puros, porque eles verão a Deus”. Disse São Paulo: “A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa” (1 Cor 7,4). As consequências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: famílias destruídas; pais e mães (jovens) solteiros; filhos muitas vezes abandonados, ou em orfanatos, e hoje muitas crianças “órfãs de pais vivos”, como disse João Paulo II.

Por tudo isso o cristão deve aproveitar esses dias de folga para descansar, rezar, estar com a família e se preparar para o início da Quaresma na Quarta-feira de Cinzas. O cristão não precisa dessa alegria falsa das festas carnavalescas; pois o prazer é satisfação do corpo, mas a verdadeira alegria é a satisfação da alma, e esta é espiritual.

Prof. Felipe Aquino- Cleófas

O que o Papa diz sobre o carnaval?

O reino de Deus não é um espetáculo nem um carnaval, “não ama a propaganda”: é o Espirito Santo que o faz crescer, não “os planos pastorais”. Foi o que disse o Papa na missa da manhã de quinta-feira (16/11) na capela da Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia (Lc 17,20-25).

Foi a Igreja Católica que criou o carnaval?

Hoje pagão, o festejo já foi considerado dia religioso pela Igreja Católica. O carnaval teria tido suas primeiras raízes na Antiguidade, entre o Egito e a Grécia, em uma comemoração popular que vibrava com a chegada da primavera. A festa marcava o fim do longo inverno e suas vegetações mortas.

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