Os sinais de pontuação são um aspecto gramatical que gera dúvida em muitos estudantes. Vamos juntos tentar entender um pouco melhor como funciona a pontuação em um texto?
Em um texto, a pontuação é extremamente importante pois é um dos elementos que ajuda a compreender melhor o que está sendo escrito e ajuda a evitar problemas de coesão/coerência que podem ser gerados por um trecho mal pontuado. Dessa forma, conhecer e saber usar os sinais de pontuação é primordial para um bom desempenho.
De acordo com a definição fornecida pela maioria das gramáticas, “os sinais de pontuação são recursos prosódicos que conferem às orações ritmo, entoação e pausa, bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado pelos gestos na fala, garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida.”
Os sinais de pontuação que usamos na Língua Portuguesa são os seguintes:
- Ponto (.)
- Vírgula (,)
- Ponto e vírgula (;)
- Dois-pontos (:)
- Ponto de exclamação (!)
- Ponto de interrogação (?)
- Reticências (…)
- Aspas (“”)
- Parênteses ( ( ) )
- Travessão (—).
Do ponto de vista da função da pontuação em um texto, podemos dividir estes sinais de pontuação nos seguintes grupos:
- Sinais de pontuação que, fundamentalmente, se destinam a marcar as pausas (vírgula, ponto, ponto e vírgula)
- Sinais cuja função essencial é marcar a melodia, a entonação (dois-pontos, ponto de interrogação, ponto de exclamação, reticências, aspas, parênteses, colchetes e travessão).
Vírgula (,)
A vírgula marca uma pausa de pequena duração. Emprega-se não só para separar elementos de uma oração, mas também orações de um só período.
Atenção! Na frase:
Ontem, as meninas chegaram cedo.
Não há marcação de pausa, mas indicação de inversão sintática.
Aproveite para ver dicas de como utilizar vírgula na redação com a videoaula da professora Dani:
Ponto (.)
O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grupo fônico de final descendente. Emprega-se, pois, fundamentalmente, para indicar o término de uma oração declarativa, seja ela absoluta, seja a derradeira de um período composto:
Ex.: Nada pode contra o poeta. Nada pode contra esse incorrigível que tão bem vive e se arranja em meio aos destroços do palácio imaginário que lhe caiu em cima. (A. M. MACHADO)
OBS.: Quando os períodos (simples ou compostos) se encadeiam pelos pensamentos que expressam, sucedem-se uns aos outros na mesma linha. Diz-se, neste caso, que estão separados por um ponto simples.
Atenção! O ponto indica, além do mais, a organização do pensamento, no sentido de organizar as ideias no texto.
Ponto e vírgula (;)
Possui um funcionamento semelhante ao da vírgula, sendo usado, na grande parte das suas ocorrências em textos, para marcar pausas um pouco maiores do que as expressas pela vírgula.
Como o nome indica, esse sinal serve de intermediário entre o ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais desta, segundo os valores pausais e melódicos que representa no texto. No primeiro caso, equivale a uma espécie de ponto reduzido; no segundo, assemelha-se a uma vírgula alongada.
Dois-pontos (:)
Os dois-pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível suspensão da voz na melodia de uma frase não concluída.
Ponto de interrogação (?)
É o sinal que se usa no fim de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta
Ponto de exclamação (!)
É o sinal que se pospõe a qualquer enunciado de entoação exclamativa. Emprega-se, pois, normalmente:
- Depois de interjeições ou de termos equivalentes, como os vocativos intensivos, as apóstrofes;
- Depois de um imperativo.
Reticências (…)
As reticências marcam uma interrupção da frase e, consequentemente, a suspensão da sua melodia. Empregam-se em casos muito variados. Veja quais são os principais casos nos quais se usa as reticências:
- Para indicar que o narrador ou o personagem interrompe uma ideia que começou a exprimir, e passa a considerações acessórias;
- A fim de marcar suspensões provocadas por hesitação, surpresa, dúvida, timidez, ou para assinalar certas inflexões de natureza emocional de quem fala;
- Para indicar que a ideia que se pretende exprimir não se completa com o término gramatical da frase, e que deve ser suprida com a imaginação do leitor.
Aspas (” “)
Empregam-se principalmente:
- No início e no fim de uma citação para distingui-la do resto do contexto;
- Para fazer sobressair termos ou expressões, geralmente não peculiares à linguagem normal de quem escreve (estrangeirismos, arcaísmos, neologismos, vulgarismos etc.);
- Para acentuar o valor significativo de uma palavra ou expressão.
Parênteses ( ( ) )
Empregam-se os parênteses para intercalar num texto qualquer indicação acessória. Suas principais ocorrências são nos seguintes casos:
- Uma explicação dada, uma reflexão, um comentário à margem do que se afirma;
- Uma nota emocional, expressa geralmente em forma exclamativa, ou interrogativa.
Colchetes ( [ ] )
Os colchetes são uma variedade de parênteses, mas de uso restrito. Empregam-se:
- Quando numa transcrição de texto alheio, o autor intercala observações próprias;
- Quando se deseja incluir, numa referência bibliográfica, indicação que não conste da obra citada.
Travessão ( – )
Emprega-se, principalmente, em dois casos:
- Para indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor;
- Para isolar, num contexto, palavras ou frases. Neste caso, usa-se geralmente o Travessão Duplo.
Videoaula
Para fixar o conteúdo de sinais, assista à videoaula abaixo:
Agora que já estudamos sobre os sinais de pontuação e sua importância para construção dos efeitos de sentido de um texto, chegou a hora de colocar os conhecimentos adquiridos em prática.
Exercícios sobre sinais de pontuação
Sobre o(a) autor(a):
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Eduardo Bugs Gonçalves para o Blog do Enem. Eduardo é formada em Letras – Língua Portuguesa pela Universidade Federal de Pelotas. Cursou Especialização em Leitura e Produção de Textos pela Universidade Federal de Pelotas. È Mestre em Linguística Aplicada. Dá aulas de Português, Literatura e Redação em escolas da Grande Florianópolis desde 2011. Facebook: //www.facebook.com/eduardogonçalves