O que é o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas IPCC e qual sua importância para o monitoramento das mudanças climáticas?

A IMPORT�NCIA DO PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDAN�AS DO CLIMA

Dificilmente um adulto n�o se lembra da Eco 92, no Rio de Janeiro. Tratou-se tal evento pela Confer�ncia das Na��es Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento em que foi realizado uma s�rie de acordos entre na��es do mundo inteiro, sobre os riscos de mudan�a global do clima por causa da emiss�o dos gases de efeito estufa pelo homem, principalmente o di�xido de carbono (CO2), o metano (CH4), e o �xido nitroso (N2O).

O �rg�o das Na��es Unidas respons�vel por avaliar periodicamente a evolu��o do conhecimento humano sobre a ci�ncia da mudan�a do clima � o Painel Intergovernamental sobre Mudan�as do Clima (IPCC -Intergovernamental Panel on Climate Change), que a cada cinco anos publica um Relat�rio de Avalia��o sobre o tema.

O IPCC foi estabelecido em 1988 e tem por objetivo proporcionar o acesso as informa��es cientifica, t�cnica e socioecon�mica relevante no entendimento da extens�o dos problemas causados pelas mudan�as clim�ticas. Importante ressaltar que n�o � objetivo da organiza��o acompanhar ou monitorar os efeitos causados pelo homem sobre o clima. Ela se ocupa exclusivamente com a dissemina��o e publica��o de literatura t�cnico-cient�fica.

De acordo com a Wikip�dia, "o IPCC define a mudan�a clim�tica como uma varia��o estatisticamente significante em um par�metro clim�tico m�dio ou sua variabilidade, persistindo um per�odo extenso (tipicamente d�cadas ou por mais tempo). A mudan�a clim�tica pode ser devido a processos naturais ou for�as externas ou devido a mudan�as persistentes causadas pela a��o do homem na composi��o da atmosfera ou do uso da terra".

A organiza��o do IPCC � realizada por um grupo t�cnico respons�vel pela coordena��o do Painel. Este grupo define a composi��o de tr�s grupos de cientistas: a) O Grupo I trata das bases cient�ficas das mudan�as clim�ticas; b) O Grupo II avalia o impacto das mudan�as clim�ticas sobre o planeta e suas consequ�ncias para a popula��o; c) O Grupo III analisa as possibilidades de mitiga��o das mudan�as clim�ticas, atrav�s da redu��o das emiss�es de gases-estufa.

Destaque-se que, o Primeiro Relat�rio de Avalia��o do IPCC, publicado em 1990, em Sundsvall, Su�cia, indicou que na aus�ncia de medidas para a diminui��o das emiss�es de gases de efeito estufa, o clima da Terra tornar-se-ia mais quente, por volta de 3 graus Celsius no final do pr�ximo s�culo e o n�vel do mar aumentaria cerca de 50 cent�metros.

Assim, um grande n�mero de pa�ses decidiu adotar, em 1992, na Confer�ncia do Rio, a Conven��o sobre Mudan�as Clim�ticas, que foi ratificada por mais de 100 pa�ses.

Ato cont�nuo, o Segundo Relat�rio, de 1995, em Roma, It�lia, confirmou as previs�es e registrou a constata��o de que o aquecimento j� verificado, de cerca de meio grau Celsius nos �ltimos 150 anos, resultou da a��o do homem, fortalecendo assim a credibilidade das previs�es.

No ano de 2001, em Acra, Gana, o IPCC publicou um Terceiro Relat�rio de Avalia��o em que destaca, novamente, a prov�vel influ�ncia da a��o humana sobre o aquecimento global. O relat�rio re�ne os resultados de pesquisas realizadas por 900 especialistas em 420 sistemas f�sicos e biol�gicos. Ele calcula em cerca de US$ 100 bilh�es os danos anuais ocasionados pelos efeitos das mudan�as clim�ticas e sugere que as pol�ticas para o fim do fen�meno podem promover o desenvolvimento sustent�vel quando coerentes com amplos objetivos sociais.

Em 2007 foi publicado o �ltimo relat�rio do IPCC, em Paris, Fran�a. Tal documento afirma que � "muito prov�vel" - probabilidade maior que 90% - que o aumento de temperatura observado desde a metade do s�culo 20 seja resultado do aumento das concentra��es de gases de efeito estufa na atmosfera, provocados por atividades humanas. O relat�rio de 2001 afirmava que era apenas "prov�vel".

Constata, ainda, que as concentra��es de CO2, CH4 e N2O, principais gases de efeito estufa, cresceram consideravelmente desde o in�cio da revolu��o industrial (1750), como consequ�ncia das atividades humanas, sendo as emiss�es de CO2 resultado, principalmente, do uso de combust�veis f�sseis e, em menor escala, da mudan�a do uso da terra (convers�o de florestas) e as emiss�es de CH4 e N2O, proveniente das atividades agr�colas.

Ademais, projeta para as pr�ximas d�cadas, um aumento esperado de temperatura de 0,2�C, por d�cada, mesmo que as concentra��es de gases de efeito estufa na atmosfera se mantivessem constantes nos n�veis de 2000. O aumento de emiss�es, acima dos n�veis atuais, conduziria a aumentos de temperatura at� o ano de 2100, na faixa de 1,8�C a 4�C, dependendo do cen�rio socioecon�mico avaliado. O relat�rio estima, tamb�m, um aumento do n�vel do mar entre 18 cm e 59 cm, at� 2100.

Entre as conclus�es est� o alto grau de confian�a em um aumento dos eventos clim�ticos extremos, incluindo um aumento de epis�dios de temperaturas muito altas e chuvas abundantes. O relat�rio prev�, tamb�m, o aumento da intensidade dos ciclones tropicais.

Assim, pode-se observar nos relat�rios do IPCC a indica��o de que, mesmo diante a exist�ncia de incertezas de natureza cient�fica, n�o h� d�vida de que os resultados do efeito estufa s�o n�tidos e poder�o ser mais acentuados nas pr�ximas d�cadas.

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