O que é o líquido amniótico

Índice

  • 1 O Líquido Amniótico
  • 2 Fisiologia do Líquido Amniótico
  • 3 Avaliação do Líquido Amniótico
    • 3.1 Posts relacionados

Confira um artigo completo que falamos sobre o Líquido Amniótico para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.

Boa leitura!

O Líquido Amniótico

O produto conceptual é envolto por Líquido Amniótico (LA) durante todo o seu desenvolvimento intrauterino. Além de manter a homeostase térmica, o líquido proporciona proteção ao feto contra traumas mecânicos, evita fenômenos compressivos do cordão umbilical e é fundamental para o adequado desenvolvimento do sistema musculoesquelético, permitindo a movimentação corporal.

A presença de diversos hormônios, fatores de crescimento, enzimas e outras substâncias denota o importante papel que este líquido exerce na promoção do crescimento e da diferenciação dos epitélios intestinal e pulmonar, além de participar da manutenção da homeostase fetal e constituir um ambiente estéril favorável ao desenvolvimento do concepto.

Por sua grande importância, as alterações do volume de líquido amniótico, tanto para mais como para menos, estão classicamente associadas a aumento do risco perinatal e complicações no parto e no puerpério.

O volume de líquido amniótico aumenta de cerca de 30 mL com 10 semanas, para 200 mL com 16 semanas, até alcançar cerca de 700 mL na metade do terceiro trimestre. Este líquido é composto por cerca de 98% de água. Um feto a termo contém, a grosso modo, 2.800 mL de água, e a placenta contém outros 400 mL, de forma que o útero a termo contém quase 4 L de água. O volume anormalmente reduzido é denominado oligodrâmnio, enquanto o aumento no volume do líquido é denominado hidrâmnio ou polidrâmnio.

Com a incorporação dos exames ultrassonográficos na rotina propedêutica do acompanhamento pré-natal, tornou-se mais fácil o diagnóstico das alterações do volume de líquido amniótico e o acompanhamento dessas gestações de alto risco.

Fisiologia do Líquido Amniótico

No início da gestação, a cavidade amniótica é preenchida com um líquido muito similar, em composição, ao líquido extracelular.

Durante a primeira metade da gestação, ocorre transferência de água e de outras pequenas moléculas pelo âmnio (fluxo transmembranoso), pelos vasos fetais na superfície placentária (fluxo intramembranoso) e pela pele fetal. A produção fetal de urina inicia-se entre 8 e 11 semanas, mas a urina só passa a ser um componente importante do líquido amniótico a partir do segundo trimestre. O transporte de água pela pele fetal continua até que ocorra a queratinização, com 22 a 25 semanas.

SE LIGA! O fato de a urina não possuir papel importante na regulação do líquido amniótico no início da gestação explica porque fetos com anormalidades renais letais não manifestam oligodrâmnio grave antes das 18 semanas.

A osmolalidade da urina fetal é significativamente hipotônica em relação a do plasma materno e fetal e semelhante ao do líquido amniótico. Essa hipotonicidade da urina fetal, e consequentemente do líquido amniótico, é responsável pela significativa transferência intramembranosa de líquido através e para o interior dos vasos fetais sobre a superfície placentária e, assim, para o feto.

Esta transferência atinge 400 mL por dia e é o segundo regulador do volume do líquido. Em um quadro de desidratação da gestante, o aumento na osmolalidade materna favorece a transferência de líquido do feto para a mãe e, posteriormente, do compartimento do líquido amniótico para o feto.

Com a evolução da gestação, quatro vias têm participação importante na regulação do volume do líquido amniótico. A primeira é a urina fetal, que é a principal fonte de líquido amniótico na segunda metade da gravidez. Ao termo, a produção de urina pelo feto pode exceder 1 L por dia e, assim, o volume de líquido amniótico é recirculado diariamente.

A terceira fonte importante para a regulação do líquido amniótico é o trato respiratório. Cerca de 350 mL de líquido pulmonar são produzidos por dia no final da gestação, e metade deste volume é imediatamente deglutida. Finalmente, a deglutição fetal é o principal mecanismo de reabsorção do líquido amniótico e corresponde a média de 500 a 1.000 mL por dia.

O impedimento à deglutição, causado por anormalidade no sistema nervoso central ou por obstrução do trato gastrointestinal, pode resultar em um grau impressionante de polidrâmnio. As outras vias, como fluxo transmembranoso e fluxo pela pele fetal, respondem por uma proporção bem menor do transporte de líquido na segunda metade da gestação.

ViaEfeito sobre o volumeVolume diário aproximado (mL)
Urina fetal Produção 1.000
Deglutição fetal Reabsorção 750
Secreção pulmonar de líquido Produção 350
Fluxo intramembranoso para os vasos fetais sobre a superfície placentária Reabsorção 400
Fluxo transmembranoso através da membrana amniótica Reabsorção Mínimo

Tabela: Regulação do volume do líquido amniótico no final da gestação. Fonte: Obstetrícia de Williams, 2016

Avaliação do Líquido Amniótico

Do ponto de vista prático, o volume real do líquido amniótico raramente é mensurado fora do ambiente de pesquisa. Atualmente, o exame ultrassonográfico é o método de escolha para o diagnóstico e o acompanhamento das alterações do volume de líquido amniótico. Entretanto, diante de determinados sinais e sintomas, é possível suspeitar da presença dessas anormalidades.

Há suspeita de oligodrâmnio quando o volume uterino é menor que o esperado para a idade gestacional, podendo-se evidenciar a diminuição do líquido amniótico e o fácil reconhecimento das partes fetais pela palpação do abdome materno. A mãe também pode relatar redução na movimentação fetal e/ou história de perda de líquido pela via vaginal.

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O que é líquido amniótico e qual sua função?

O líquido amniótico não tem cheiro ou gosto, ele envolve no bebê no útero durante toda a gravidez. O fluído faz a proteção contra movimentos bruscos ou eventuais batidas na barriga, além de ter outras funções vitais, como o fornecimento de oxigênio para o feto e manter a temperatura ideal até o seu nascimento.

O que faz produzir o líquido amniótico?

Aonde o líquido amniótico é produzido? Além da urina, que é a principal fonte do líquido amniótico, ele também é composto pela secreção pulmonar do feto. Uma pequena parte de líquido passa da mãe para a bolsa (chamada via transmenbranosa) e outra parte do líquido vem diretamente da placenta (via intramenbranosa).

O que causa líquido amniótico na gravidez?

Existem diversas causas para o aumento de líquido amniótico ou polidrâmnio. Algumas delas são: diabetes materno. malformações digestivas do feto (atresia de esôfago, estenose duodenal, espinha bífida)

O que acontece quando o líquido amniótico está baixo?

Baixo líquido amniótico: oligoidrâmnio O nome do quadro em que a mãe apresenta nível reduzido de líquido amniótico é oligoidrâmnio. O quadro costuma ocorrer a partir de 13, 14 semanas de gestação, podendo acontecer até o final dela, mas é mais frequente no último trimestre.

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