O que acontece com o corpo no frio extremo

Você já se perguntou se  podemos sobreviver ao frio extremo? Nos últimos anos percebemos algumas mudanças climáticas no nosso planeta. Por exemplo, em 2018, na Rússia a temperatura chegou a -67°C. Na região russa de Yakutia os termômetros quebraram ao marcar -50°C e os cílios das pessoas que se arriscaram a sair de casa congelaram!

Ondas de frio extremo pelo mundo!

No começo de 2019, durante o inverno no Hemisfério Norte as temperaturas também baixaram drasticamente. Em todo os Estados Unidos, até fevereiro de 2019, 21 pessoas morreram pelo frio extremo. Chicago virou um deserto de gelo, lembrando visualmente o Alasca. As companhias aéreas suspenderam seus serviços,  as escolas suspenderam suas aulas.

Como o corpo controla a temperatura para combater o frio extremo? 

No nosso cérebro existe uma região chamado hipotálamo. Ele é responsável por controlar a temperatura corporal. Quando estamos nos exercitando a temperatura corporal aumenta e logo começamos a suar. O hipotálamo detecta o aumento de temperatura e envia um comando para nossas glândulas sudoríparas. Essas glândulas começam  liberar o suor. Esse líquido irá evaporar roubando calor da nossa pele e assim a temperatura irá diminuir. 

No frio a nossa pele fica arrepiada. O hipotálamo percebe a diminuição da temperatura e ativa respostas corporais para reter calor!  A primeira coisa que acontece é o arrepiar dos pelos do corpo. Isso cria uma região que reduz a perda de calor. Caso isso não seja suficiente os músculos começam a tremer. Isso acontece para que calor seja liberado e a temperatura corporal aumente. 

Naturalmente nosso organismo está preparado para lidar com situações de frio e calor. Somos uma máquina biológica programada para sobreviver em situações adversas. Mas e situações de frio extremo, o que acontece como nosso organismo? 

Frio extremo e o corpo humano 

No começo desse texto perguntei para vocês se podemos sobreviver ao frio extremo. A resposta é sim se estivermos em um local com aquecimento e bem agasalhados. Agora imagine uma expedição que foi escalar o Everest e um dos membros se perde do grupo. O que acontece com ele? 

No começo teremos as reações biológicas que comentamos acima, os pêlos irão arrepiar e os músculos começarão a tremer para reter e liberar calor. Isso manterá a pessoa viva por um certo tempo. Mas depois de um período não será suficiente.

Todas as reações químicas e processos biológicos que acontecem no nosso corpo dependem de calor. Ou seja, perdendo calor e reduzindo a temperatura corporal funções básicas serão prejudicadas. Ao perceber a perda excessiva de calor o nível do metabolismo será reduzido. Isso quer dizer que as reações químicas irão acontecer cada vez de forma mais lenta.  Os batimentos cardíacos e frequência respiratória alcançaram níveis cada vez mais baixos. Irá faltar gás oxigênio para o metabolismo celular, a pessoa irá morrer por uma parada cardiorespiratória. 

Ultimamente temos visto várias reportagens e notícias sobre o frio extremo no mundo a fora e no Brasil também com as temperaturas chegando a – 8,1ºC. Mas eu gostaria de saber de você, qual foi a menor temperatura que você já teve que enfrentar? Conta ai sua história nos comentários!

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A onda de frio que atinge o Brasil nesta semana provocou geada e até neve em algumas partes do país. Em Santa Catarina, a cidade de Urupema registrou -8°C; em São Paulo, o bairro de Engenheiro Marsilac (no extremo sul da cidade) chegou a marcar -2,3°C na última madrugada.

A queda nas temperaturas também tem impacto na saúde das pessoas— especialmente nas que vivem nas ruas e estão em alto risco de desenvolver hipotermia, problema que pode afetar os órgãos do corpo e levar à morte. Mas não é só isso: o coração e até as extremidades do nosso corpo também sofrem com a perda acentuada de calor.

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Afinal, dá para morrer de frio?

Infelizmente, sim. Quando somos expostos a temperaturas muito baixas, nosso corpo apresenta uma queda na temperatura, que normalmente varia entre 36 e 37ºC, para valores abaixo de 35°C —um quadro chamado de hipotermia.

A hipotermia normalmente ocorre quando existe a exposição a frios extremos, podendo apresentar tanto sintomas leves —frio nos pés e nas mãos ou tremores, por exemplo —quanto outros mais graves, como confusão mental e até a morte.

De acordo com Edmo Atique Gabriel, professor livre-docente na Unilago (União das Faculdades dos Grandes Lagos), especialista em cirurgia cardiovascular e também colunista de VivaBem, o problema reduz o fluxo sanguíneo para todos os órgãos do corpo, fazendo com que as reações químicas fiquem mais lentas. O metabolismo cai e a redução de sangue compromete toda a saúde cardiovascular —aumentando o risco para infarto e AVC.

Quem tem problemas do coração tem mais risco?

Sim. De acordo com Paulo Chaccur, diretor de cirurgia cardiovascular no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em SP, e colunista de VivaBem, abaixo de 15 graus, o organismo precisa acelerar o metabolismo e trabalhar mais para manter o equilíbrio térmico, sobrecarregando o sistema cardiovascular —que já enfrenta o estreitamento dos vasos sanguíneos (um fenômeno chamado de vasoconstrição) causado pela exposição ao frio.

Essa contração excessiva acaba reduzindo o fluxo sanguíneo, aumentando o risco de infarto agudo do miocárdio. Em pessoas que já possuem problemas cardiovasculares, como hipertensão arterial, arritmias cardíacas, diabetes e dislipidemias, esse risco se torna ainda maior.

Vou ficar resfriado se 'pegar friagem'?

Apesar de não haver evidências de que exista associação entre a tal da "friagem" e o resfriado, as pessoas realmente ficam mais doentes no inverno. A explicação seria porque os vírus estão mais ativos nessa época do ano e as pessoas tendem a ficar mais tempo em ambientes fechados, facilitando a transmissão de microrganismos.

Além disso, o frio pode provocar alergias e facilitar infecções. Quando a temperatura cai, geralmente o ar fica mais seco, o que resseca as mucosas do aparelho respiratório. Isso compromete a produção de secreções com anticorpos para a defesa do organismo, favorecendo o aparecimento de doenças respiratórias.

Aquele conselho de mãe para não esquecer o casaco também não tem muito a ver com gripes e resfriados. Porém, apesar de o moletom não impedir a doença, o choque térmico —do seu corpo quente com a temperatura fria do ar — faz com que o organismo aumente a produção de energia para deixar o organismo sempre na mesma temperatura. Isso provoca uma queda de imunidade que facilita o contágio de doenças.

Vale reforçar que o inverno no Brasil não significa só queda nas temperaturas, mas também tempo seco e aumento de poluição, cenário que deixa o organismo mais suscetível às doenças virais e respiratórias, como a gripe (provocada pelo vírus Influenza) e a covid-19 (provocada pelo novo coronavírus).

Por isso, a vacinação contra as duas doenças é fundamental especialmente nesta época do ano, evitando internações e mortes provocadas pelos patógenos.

* Com informações de colunas de Edmo Atique Gabriel em 3/5/2020 e Paulo Chaccur em 5/7/2020; e reportagem de Gabriela Ingrid publicada em 17/07/2018.

O que o frio extremo causa no corpo humano?

Em situações extremas, o frio pode diminuir a temperatura corporal abaixo dos 35ºC, causando hipotermia, cujos sintomas progridem de arrepios, sonolência, confusão, coma, até à morte. As crianças e os idosos são mais susceptíveis, pois têm muitas vezes limitações de movimento e de comunicação.

Quais os problemas que o frio pode causar?

O tempo frio aumenta o risco de doenças cardiovasculares e respiratórias. Qualquer pessoa pode ser afetada pelo frio, porém aqueles com maior risco de doenças/ agravos incluem idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas ou com limitações físicas/ mentais.

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