Nutrientes presentes em maior quantidade nos alimentos óleos e gorduras

Do ponto de vista nutricional, a qualidade de um alimento depende de sua composição química e de uma série de fatores importantes, tais como as modificações sofridas durante os tratamentos tecnológicos e as preparações culinárias, além da biodisponibilidade dos nutrientes.

Os alimentos possuem a finalidade de fornecer ao corpo humano a energia e os nutrientes necessários à formação e à manutenção dos tecidos, ao mesmo tempo em que regulam o funcionamento dos órgãos.

Uma alimentação equilibrada é aquela que fornece a quantidade suficiente de nutrientes para o bom funcionamento do organismo, mantendo a saúde e o estado de bem estar. Os nutrientes que todo ser humano necessita são: as proteínas, os carboidratos, as vitaminas, os minerais, as gorduras, as fibras e a água.

Quimicamente, os alimentos são constituídos principalmente de carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, porém, quantidades menores de outros elementos são encontradas. Quando nos referimos ao valor nutritivo dos alimentos, não os estamos relacionando com respeito à sua composição química, mas sim, com componentes que classificamos como nutrientes, que são conhecidos como carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas, minerais e água.

Os tecidos vegetais são ricos, geralmente, em carboidratos, enquanto os animais são em proteínas. Os cereais caracterizam-se por serem fontes de carboidratos, apesar de terem também gorduras, proteínas, vitaminas e minerais. As frutas e hortaliças caracterizam-se como fontes de vitaminas e minerais.

A composição dos alimentos é bastante variada, em função da espécie cultivada, de fatores edafoclimáticos - fatores ambientais definidos pelo solo e pelo clima. Edafo: referente ao solo. Climáticos: referente ao clima - e das práticas culturais.

1. As consequências de uma alimentação inadequada

As pessoas que têm uma alimentação deficiente e que não consomem as quantidades adequadas de alimentos ricos em energia e nutrientes, adoecem com frequência e têm carências nutricionais. O tipo de má nutrição dependerá da quantidade de energia e de nutrientes que faltam ou que estão em excesso na dieta, do período de tempo, além da idade e condição física da pessoa.

Crianças e adultos podem sofrer desnutrição pelo consumo insuficiente de alimentos, devido à falta de disponibilidade dos mesmos ou porque têm pouco apetite. Estas pessoas apresentam um déficit de energia e de vários nutrientes, o que significa que:

  • não podem trabalhar, estudar ou brincar normalmente;

  • seu sistema imune fica debilitado, por isso adoecem com frequência e/ou de forma grave;

  • as crianças perdem peso e seu crescimento pode ser interrompido. Caso consuma quantidade muito pequena de alimentos, devido a infecções frequentes, uma criança pode desenvolver uma desnutrição grave;

  • os adultos perdem peso. No caso de uma mulher grávida desnutrida, o feto pode não se desenvolver adequadamente;

  • a alimentação pode ser desequilibrada, ou seja, proporciona pouca quantidade de um nutriente em particular. Por exemplo: se há falta de ferro, pode retardar o desenvolvimento mental e físico da criança. Em todas as idades são pessoas menos ativas, têm baixa imunidade frente às infecções e podem desenvolver anemia. As mulheres anêmicas têm um maior risco de morte durante a gravidez ou parto;

  • caso exista carência de iodo, as pessoas tornam-se apáticas e apresentam dificuldades para trabalhar e estudar, podendo desenvolver bócio. Uma mulher que apresente déficit de iodo no início de sua gravidez, tem um risco elevado de dar à luz a uma criança com deficiências físicas e mentais. Por exemplo, a criança pode ter um coeficiente intelectual baixo ou apresentar deficiência auditiva;

  • caso apresentem carência de vitamina A, as pessoas têm maior probabilidade de desenvolver doenças, devido à um possível dano em seu sistema imune. Nos estados graves de deficiência de vitamina A, ocorrem alterações nos olhos, que levam à cegueira noturna, à xeroftalmia (olhos secos), até ao dano da córnea e a cegueira. Estas condições afetam com maior frequência as crianças e as gestantes.

Por outro lado, atualmente, há um maior consumo de alimentos desnecessários à manutenção da saúde, especialmente, alimentos ricos em energia, com alto conteúdo de gordura e açúcar, além de excesso de sal. O consumo excessivo de energia pode resultar em sobrepeso ou obesidade. As pessoas que sofrem estes transtornos apresentam um maior risco de padecer de enfermidades crônicas, como doenças do coração, hipertensão (pressão arterial elevada) e diabetes.

A má nutrição, devido à falta ou ao excesso de energia e/ou nutrientes provenientes dos alimentos, é um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, especialmente nos países em desenvolvimento.

Mais da metade das mortes de crianças entre zero e cinco anos estão associadas à desnutrição. Em muitos países, um terço das crianças sofre retardo do crescimento (baixa estatura) e 10% apresenta baixo peso. Cerca de um sexto dos recém-nascidos apresentam baixo peso ao nascer, o que os torna mais propensos a enfermidades, a crescer menos e a morrer de forma prematura.

A anemia causada pela falta de ferro é o problema nutricional de maior magnitude. Em muitos lugares, a metade das mulheres sofre de anemia.

Os problemas de deficiência de vitamina A, iodo e zinco estão presentes em muitos países.

O sobrepeso, a obesidade e as doenças crônicas associadas a eles, estão aumentando na maioria dos países.

2. Causas da má nutrição

Existem muitas razões pelas quais uma criança ou um adulto pode se tornar desnutrido. As causas variam de uma pessoa para outra, porém, pode-se dividir em causas imediatas, subjacentes e básicas.

2.1 Causas imediatas: uma alimentação insuficiente e enfermidades frequentes.

    A alimentação insuficiente pode dever-se a:

  • aleitamento materno insuficiente;

  • consumo insuficiente de alimentos;

  • pouca variedade de alimentos;

  • baixa concentração de energia e de nutrientes nos alimentos;

  • refeições pouco frequentes.

    Enfermidades. As pessoas podem ser enfermas por:

  • comer pouca quantidade;

  • absorver menos nutrientes;

  • apresentar perdas de nutrientes;

  • ter um aumento do gasto de energia (por exemplo, durante um quadro febril).

2.2 Causas subjacentes: estas incluem uma menor disponibilidade familiar de alimentos, práticas de alimentação e cuidados inadequados, especialmente no caso das crianças e mulheres, condições de vida deficientes e falta de serviços de saúde.

Diminuição da disponibilidade familiar de alimentos, a qual pode dever-se a:

  • falta de dinheiro para comprar alimentos;

  • baixa produção de alimentos na família;

  • deficiência no armazenamento e conservação dos alimentos;

  • escolha inadequada dos alimentos.

Práticas de alimentação e cuidados inadequados, na forma como as famílias:

  • alimentam as crianças e os estimulam a comer;

  • cuidam das mulheres (especialmente durante a gravidez, o parto e a amamentação), dos enfermos e das pessoas idosas;

  • preparam os alimentos e mantêm a higiene do lar;

  • previnem e tratam as enfermidades no lar e o uso que fazem dos serviços de saúde.

Condições de vida deficientes (por exemplo: escassez de água, condições sanitárias inadequadas e excesso de moradores no lar) e precariedade dos serviços de saúde. Além disso, a falta de medicamentos e de profissionais da área de saúde aumentam o risco das pessoas adoecerem. As más condições ambientais aumentam o risco da ocorrência de doenças transmitidas por alimentos (DTAs) ou infecções causadas por alimentos.

2.3 Causas básicas: para cada causa subjacente, existem causas mais profundas, que podem ser:

  • a ampla extensão da pobreza e da falta de oportunidades de emprego;

  • a distribuição desigual e controle dos recursos em uma comunidade, região, país e em nível internacional;

  • o baixo nível socioeconômico e de educação da mulher;

  • os danos ao meio ambiente;

  • a instabilidade e os conflitos políticos;

  • a falta de serviços de saúde, educação e outros serviços sociais.

3. Nutrientes nos alimentos

Para que um alimento seja ou não considerado uma boa fonte de nutrientes depende:

  • da quantidade de nutrientes presentes no alimento. Os alimentos que contêm uma grande quantidade de nutrientes em relação ao seu aporte de energia se denominam alimentos “ricos em nutrientes” ou “de alta densidade de nutrientes”. São os alimentos mais recomendáveis, pois ajudam a suprir as necessidades nutricionais.

  • da quantidade do alimento consumida normalmente.

Na Tabela 1 são apresentados os alimentos que contêm quantidades significativas de diferentes nutrientes.

Tabela 1. Principais fontes de nutrientes.

Carboidratos

Amido

Açúcares

Fibra dietética

  • Cereais

  • Raízes e tubérculos

  • Frutas ricas em amidos

  • Frutas doces

  • Açúcar

  • Mel

  • Alimentos doces

  • Cereais integrais e raízes

  • Hortaliças

  • Frutas

Gordura

Com alto conteúdo de ácidos graxos insaturados

Com alto conteúdo de ácidos graxos saturados

Com alto conteúdo de ácidos graxos trans

  • A maioria dos óleos vegetais (girassol, milho, soja, oliva)

  • Cereais integrais ou grão inteiro

  • Amendoim, soja, semente de girassol, gergelim e outras sementes oleaginosas

  • Pescados ricos em ácidos graxos

  • Abacate

  • Manteiga

  • Leite integral

  • Vísceras, gordura de carne bovina, suína e aves

  • Óleo de coco

  • Óleo de palma

  • Margarina

  • Gordura vegetal hidrogenada

Proteínas

  • Leite materno

  • Leite de diferentes animais

  • Ovos

  • Carne, vísceras de animais, aves e pescados

  • Leguminosas: feijões, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico

Ferro

Facilmente absorvido (alta biodisponibilidade)

Mal absorvido (baixa biodisponibilidade), a menos que se consuma simultaneamente com alimentos ricos em vitamina C

  • Fígado, sangue e outras vísceras

  • Carnes de animais, aves e pescado (quanto mais vermelha a carne, maior a quantidade de ferro)

  • Leite materno

  • Leguminosas

  • Cereais integrais ou de grão inteiro

  • Amaranto, espinafre e outras hortaliças folhosas de cor verde escuro

Zinco

  • Carnes e vísceras

  • Pescado e aves

  • Insetos comestíveis

Vitamina A e β-caroteno

  • Fígado e rins

  • Gema de ovo

  • Leite materno, particularmente colostro

  • Gordura do leite, manteiga e queijo

  • Pescado inteiro (incluindo o fígado)

  • Azeite de palma sem refinar

  • Hortaliças de cor laranja, por exemplo: cenouras e abóbora

  • Mangas e papaias maduros

  • Batata doce amarela ou laranja

  • Hortaliças de cor verde escuro, por exemplo: acelga, espinafre, amaranto, couve (quanto mais escura a cor verde, maior o conteúdo de vitamina A)

  • Milho amarelo e banana, se consumidas em grandes quantidades

Folato

  • Feijões, lentilhas e amendoim

  • Hortaliças in natura, particularmente as de folhas verdes

  • Fígado e rins

  • Leite materno

  • Ovos

  • Cereais, se consumidos em grandes quantidades

  • Farinhas enriquecidas

Vitamina C

  • Frutas in natura, por exemplo: cítricas (laranja, tangerina, limão), goiaba, kiwi, maracujá.

  • Hortaliças in natura, por exemplo: as de folhas verdes, tomates, pepinos

  • Leite materno

  • Raízes e frutas secas, quando consumidas em grande quantidade

Portanto, uma alimentação variada e equilibrada proporciona as quantidades apropriadas de energia e nutrientes que uma pessoa necessita diariamente para suprir suas demandas nutricionais.

Quais são os nutrientes presentes em maior quantidade nos alimentos?

Macronutrientes são aqueles que nosso corpo necessita em maior quantidade, sendo encontrados abundantemente nos alimentos. Proteínas, carboidratos, lipídios e água são exemplos deles.

Quais são os nutrientes da gordura?

São substâncias orgânicas de origem animal ou vegetal, formadas predominantemente de produtos de condensação entre glicerol e ácidos graxos, chamados triacilgliceróis. Além de fonte de energia, são veículos importantes de nutrientes, como vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e ácidos graxos essenciais.

Quais são os nutrientes presentes em maior quantidade em açúcares e doces?

Sem contar que o açúcar é uma importante fonte de cálcio, fósforo, ferro, cloro, potássio, sódio, magnésio e de vitaminas do complexo B.

Que tipo de nutriente e também chamado de gordura e pode ser encontrado em óleos e gorduras em geral?

Os lipídios são moléculas orgânicas formadas a partir da associação entre ácidos graxos e álcool, tais como óleos e gorduras. Eles não são solúveis em água, mas se dissolvem em solventes orgânicos, como a benzina e o éter. Apresentam coloração esbranquiçada ou levemente amarelada.