Me divorciei e quero casar novamente com a mesma pessoa

É pecado casar-se com uma pessoa que já foi casada?

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Não há na Escritura nenhum ensinamento direto sobre novo casamento após o divórcio. Existe, no entanto, uma forte implicação nas palavras de Jesus em Mateus 19:9 no sentido de permitir o novo casamento de uma pessoa que permaneceu fiel, cujo cônjuge foi infiel ao voto matrimonial.

“Gostaria de saber se é pecado casar-se com uma mulher que já foi casada e que deixou seu marido porque nunca gostou realmente dele. Casou-se obrigada porque engravidou e seu pai não permitiu que ela, na época, com 16 anos, ficasse sozinha para criar um filho. Hoje namoro essa pessoa. Ela gosta muito de mim. Pretendemos nos casar. Tenho 27 anos e nunca me casei e ela tem 25. Tenho essa dúvida muito grande no meu coração. Apesar de gostar muito dela, quero obedecer a vontade de Deus. Me ajudem a discernir o que é certo.”

Algumas pessoas têm se deparado com estas questões e sobre o que a Bíblia diz acerca do novo casamento. Vejamos o que a Bíblia ensina sobre este tema. De acordo com Romanos 7:2, o casamento deve durar por toda a vida. “Porque a mulher casada está ligada pela lei a seu marido enquanto ele viver; mas, se ele morrer, ela está livre da lei do marido” (Romanos 7:2).

Cristo reconhece somente uma razão válida para o divórcio. A Bíblia diz em Mateus 5:32: “Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.”

Não agrada a Deus que as pessoas se divorciem. Quando ocorre a infidelidade, Deus concorda que se separem; entretanto mesmo assim não ordena. Quando entre o casal tem havido fidelidade, eles não devem se separar.

A Bíblia diz em Malaquias 2:14-16: “E vocês ainda perguntam: ‘Por quê?’ É porque o Senhor é testemunha entre você e a mulher da sua mocidade, pois você não cumpriu a sua promessa de fidelidade, embora ela fosse a sua companheira, a mulher do seu acordo matrimonial. Não foi o Senhor que os fez um só? Em corpo e em espírito eles lhe pertencem. E por que um só? Porque ele desejava uma descendência consagrada. Portanto, tenham cuidado: Ninguém seja infiel à mulher da sua mocidade.
‘Eu odeio o divórcio’, diz o Senhor, o Deus de Israel, e ‘o homem que se cobre de violência como se cobre de roupas’, diz o Senhor dos Exércitos. Por isso tenham bom senso; não sejam infiéis.”

Se um dos cônjuges se divorcia por outra razão além de adultério, deve permanecer solteiro. A Bíblia diz em 1 Coríntios 7:10-11: “Todavia, aos casados, mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido; se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.”

Não há na Escritura nenhum ensinamento direto sobre novo casamento após o divórcio. Existe, no entanto, uma forte implicação nas palavras de Jesus em Mateus 19:9 no sentido de permitir o novo casamento de uma pessoa que permaneceu fiel, cujo cônjuge foi infiel ao voto matrimonial. “Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério [e o que casar com a repudiada comete adultério]” (Mateus 19:9). Portanto, entende-se que se houve divórcio decorrente de infidelidade conjugal por parte do cônjuge, a parte inocente fica livre para um novo casamento.

Vale ressaltar que o problema do divórcio e do novo casamento só poderá ser visto em sua verdadeira luz se for observado do ponto de vista do Céu, tendo como pano de fundo o Jardim do Éden. Portanto, para compreender melhor esse assunto, leia aqui o artigo “Casamento, divórcio e novo casamento”.

Equipe Biblia.com.br

Nesse recomeço é preciso um trabalho de autoconhecimento acompanhado por profissional, para que as mudanças sejam mais efetivas.Nesse recomeço é preciso um trabalho de autoconhecimento acompanhado por profissional, para que as mudanças sejam mais efetivas.| Foto: Bigstock

A reconstrução de um casamento, ainda que trabalhosa, é possível de ser realizada, como nos explicou anteriormente a psicóloga Mara Lúcia Veríssimo. E isso, mesmo após a separação, a mudança de casa e até mesmo o divórcio.

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A experiência do convívio entre o casal é perpassada por grandes desafios de adaptação à vida conjugal, sendo fundamental a comunicação objetiva e nítida entre eles para o amadurecimento e evolução do relacionamento. Porém, muitas vezes, quando a comunicação não ocorre como deveria e a convivência torna-se, em um primeiro momento, impossível ao casal, o divórcio acaba sendo, infelizmente, a solução encontrada por muitos.

Mas ainda que se chegue à formalização da separação, é possível que um casal se reaproxime e recomece. "Mas, isso, desde que feitas reflexões sobre o que os une e o que os separa", explica Célia Mazza de Souza, psicoterapeuta de casais e famílias e conselheira Presidente do Conselho Regional de Psicologia do Paraná.

Como recomeçar? 

Inicialmente, o primeiro passo que deve ser dado pelo casal é compreender o motivo que levou à separação, explica Clayton Machado, terapeuta familiar. Descoberta a causa, deve ser dada a oportunidade às partes para que trabalhem a situação motivadora, seja uma traição, discussões e até mesmo a ausência de um na vida do outro. “É importante zerar isso antes de iniciar esse novo momento na relação. Não dá para começar uma nova história com a mesma pessoa, sem ter ultrapassado a situação que levou àquela ruptura”, explica ele.

Sabemos que todo relacionamento traz uma complexidade de questões individuais, da família de origem e do casal em si. Então, para retomar o relacionamento anterior, Celia reforça a necessidade de resolver questões mal resolvidas anteriormente, como também seja estabelecida uma comunicação saudável. Refazer os combinados, se reavaliar individualmente, procurar afastar as questões pessoais que podem interferir no relacionamento também são pontos a serem observados nesse momento.

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Muitas vezes é preciso um trabalho de autoconhecimento acompanhado por profissional, para que as mudanças sejam mais efetivas. “O diálogo acontece com a mediação de um psicoterapeuta de casais ou de famílias quando a busca terapêutica ocorre, no intuito de reavaliar e trabalhar as emoções e decisões quanto ao casamento/divórcio/recasamento”, orienta Célia.

Machado lembra que uma separação pode trazer marcas negativas e traumas e por isso é necessário trabalhar interiormente para ser, fazer e agir diferente. "O perdão precisa ser autêntico, verdadeiro e íntegro, assim uma vez perdoado, para sempre estará", destaca ele.

Ainda, é importante perceber se esse desejo de um recomeço não parte de uma carência afetiva pessoal. Se sim, Machado sinaliza que esse movimento torna-se perigoso, pois se o relacionamento for retomado baseado na carência, após algum tempo ele pode se tornar desgastante novamente. “Não basta uma parte querer reatar se não há espaço para isso ou se o relacionamento já se tornou tóxico e abusivo. Não se conformar com um término de relacionamento pode ser um indício de que a pessoa precisa de ajuda profissional para lidar com a perda”, complementa Célia.

Os psicólogos destacam, ainda, que uma nova aproximação, sempre deve estar pautada na transparência, no respeito e no diálogo, quando cada um poderá falar sobre sentimentos e expectativas quanto ao que viveram, bem como, como será o relacionamento daqui pra frente, buscando tornar natural novamente a vida a dois em quatro paredes.

O recomeço com filhos

Após o casal estar ciente e certo da decisão de retorno, Célia orienta que haja também uma conversa com os filhos, de modo que o diálogo seja ampliado a todos os membros do núcleo familiar com uma comunicação nítida, afetuosa e respeitosa. Afinal, a decisão terá o envolvimento de emoções, sentimentos, expectativas e planos de mais de uma pessoa, sendo fundamental para reiniciar a nova fase com mais harmonia.

Por meio do diálogo com os filhos, pode ser verificada a necessidade de meios para a nova adaptação da família, inclusive buscando auxílio em processo de psicoterapia familiar. “Após o divórcio há na família uma nova adaptação, seja pela frequência de visitas, espaços individuais e familiares. Portanto, um retorno à vivência conjunta envolve uma readaptação, que traz novos desafios ao casal, que também são pais, e aos filhos”, conclui Célia.

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É possível se divorciar e casar novamente com a mesma pessoa?

Com relação a contrair novo matrimônio com o ex-cônjuge, não há qualquer impedimento em lei, portanto, se assim desejaram, poderão celebrar na esfera cível o casamento.

Como fazer para casar novamente com a mesma pessoa?

Após o decreto do divórcio não é preciso esperar para se casar novamente. É simples, não há prazo. Basta estar com sua certidão de casamento averbada em mãos e na sequência, dar início ao procedimento no cartório para se casar.

Pode se casar duas vezes com a mesma pessoa?

De acordo com a lei não há crime de bigamia, quando um homem casa duas vezes com a mesma mulher ou a mulher casa duas vezes com o mesmo homem, e não é crime viver em concubinato, ou seja, ser casado com um parceiro e viver também com outro.

Quantas vezes pode casar com a mesma pessoa?

As pessoas podem se casar quantas vezes quiserem. E o prazo mínimo para pedir separação judicial caiu para um ano após o casamento, em vez de dois. O divórcio agora é possível dois anos após a separação de fato (e não cinco) ou um ano depois da judicial.