Explique de que maneira o personagem da tirinha aborda o assunto da seca no Nordeste

Dentre os muitos aspectos apresentados pela Região Nordeste o que mais se destaca é a seca, causada pela escassez de chuvas, proporcionando pobreza e fome.

A partir dessa temática é importante entender quais são os fatores que determinam o clima da região, especialmente na sub-região do sertão, região que mais sofre com a seca.

O Sertão nordestino apresenta as menores incidências de chuvas, isso em âmbito nacional. A restrita presença de chuva nessa área é causada basicamente pelo tipo de massa de ar aliado ao relevo, esse muitas vezes impede que massas de ar quentes e úmidas ajam sobre o local causando chuvas.

No sul do Sertão ocorrem, raramente, chuvas entre outubro e março, essas são provenientes da ação de frentes frias com característica polar que se apresentam e agem no sudeste. As outras áreas do Sertão têm suas chuvas provocadas pelos ventos alísios vindos do hemisfério norte.

No Sertão, as chuvas se apresentam entre dezembro e abril, no entanto, em determinados anos isso não acontece, ocasionando um longo período sem chuvas, originando assim, a seca.

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As secas prolongadas no Sertão Nordestino são oriundas, muitas vezes, da elevação da temperatura das águas do Oceano Pacífico, esse aquecimento é denominado pela classe cientifica de El Niño, nos anos em que esse fenômeno ocorre o Sertão sofre com a intensa seca.

A longa estiagem provoca uma série de prejuízos aos agricultores, como perda de plantações e animais, a falta de produtividade causada pela seca provoca a fome.

Vegetação

No Sertão e no Agreste o tipo de vegetação que se apresenta é a caatinga, o clima predominante é o semi-árido, esse tipo de vegetação é adaptado à escassez de água.

Algumas espécies de plantas da caatinga têm a capacidade de armazenar água no caule ou nas raízes, outras perdem as folhas para não diminuir a umidade, todas com o mesmo fim, poupar água para os momentos de seca.

Rios temporários ou sazonais

Os rios que estão situados nas áreas do Sertão são influenciados pelo clima semi-árido, dessa forma não há grande incidência de chuvas.

A maioria dos rios do Sertão e Agreste é caracterizada pelo regime pluvial temporário, isso significa que nos períodos sem chuva eles secam, no entanto, logo que chove se enchem novamente.

Nas regiões citadas é comum a construção de barragens e açudes como meio de armazenar água para suportar períodos de seca.

Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

É comum vermos, tanto na internet como na televisão, imagens referentes à seca do Nordeste, com registros de poucas chuvas ao longo do ano e, em determinadas épocas, de grandes períodos de estiagem. Apesar dessas condições desfavoráveis, o Nordeste é uma das regiões semiáridas com maior densidade populacional do planeta, algo que está diretamente ligado ao processo de colonização, que ocorreu primeiro nessa região.

Diante disso, algumas dúvidas emergem nesse contexto: por que será que o Nordeste é tão seco? Seria isso a causa para a pobreza na região?

Primeiramente, é importante esclarecer que não é toda a região Nordeste que sofre com os problemas climáticos relacionados à falta d’água, mas sim a região denominada de Polígono das Secas (veja o mapa abaixo). Além disso, entidades públicas e privadas, de certo modo, “exageram” em relação ao tamanho da área com excesso de aridez, a fim de ampliar a arrecadação através de verbas públicas. Há, portanto, muitas informações imprecisas disponíveis sobre as reais condições físicas e geográficas da seca do Nordeste, conforme já alertara Aziz Ab’Sáber¹.


O polígono das secas abrange parte do Nordeste e o norte de Minas Gerais

Sobre as causas da seca na região, existem alguns motivos principais: em primeiro lugar, o relevo interplanáltico (isto é, depressões localizadas entre planaltos) desfavorece a circulação de massas de ar úmidas, ocasionando a falta de chuvas. Além disso, trata-se de uma região de latitudes equatoriais, com maior incidência de raios solares e, portanto, com maiores temperaturas. Soma-se a isso o fato de a região – ao contrário da Amazônica, por exemplo – não apresentar uma grande quantidade de rios caudalosos que favoreceriam a evaporação com a consequente precipitação em nível local. Na verdade, a maior parte dos rios é intermitente ou sazonal, ou seja, eles secam em determinados períodos. A grande exceção, nesse caso, é o Rio São Francisco, principal recurso hídrico da região.

Apesar da posição geográfica equatorial, o clima da região é marcado por ser do tipo tropical, com duas estações bem definidas: um inverno seco e outra moderadamente chuvosa. Essa última é eventualmente interrompida ou intensificada em função de fenômenos climáticos, como o El Niño, que provoca os longos períodos de estiagem, e o La Niña, que ocasiona períodos de chuvas e até alagamentos de algumas cidades.

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Outro fator que provoca a seca do Nordeste é a pouca força que algumas massas de ar úmido possuem. As massas de ar do Oceano Atlântico atingem, em geral, apenas o litoral nordestino, onde ocorre a maioria das chuvas (e onde é registrada a presença da Mata Atlântica). Por outro lado, a oeste, as massas de ar úmido provenientes da Amazônia também não conseguem alcançar inteiramente a região, chegando apenas até o oeste do Maranhão.

Apesar dessa série de eventos climáticos naturais que parecem conspirar para caracterizar a aridez da região nordestina, o motivo principal para as secas é, sem dúvida, político. Muitos autores utilizam a expressão Indústria da seca para se referir a essa questão, isso porque somente os fatores climáticos não são suficientes para explicar a miséria em que vive a população. Atualmente, em regiões áridas dos Estados Unidos e, principalmente, Israel, soluções tecnológicas avançadas foram desenvolvidas para resolver problemas de disponibilidade de recursos hídricos.

Dessa forma, muito dinheiro foi destinado para a região, o suficiente para implantar projetos avançados de irrigação e distribuição de água, porém boa parte da verba foi desviada e a maior parte dos sistemas de irrigação foi destinada a grandes latifúndios (geralmente associados a grandes políticos da região) que priorizam a exportação.

Assim, na opinião de muitos críticos², a indústria da seca funciona da seguinte forma: prometem-se melhorias para a população e oferecem-se ações de caridades (como cestas básicas) em troca de votos. Depois de eleitos, os políticos atuam para atender aos interesses dos grandes latifundiários, que geralmente financiam as suas campanhas. Por fim, exagera-se na mídia o problema da seca a fim de angariar mais recursos que raramente são bem utilizados em prol da população local. Apesar disso, essa realidade vem lentamente mudando nos últimos anos.

Portanto, para melhor resumir, podemos atribuir a questão da seca do Nordeste a três principais fatores: naturais (de ordem física e climática), históricos (heranças da colonização) e políticos (relacionados à indústria da seca).

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¹ AB’SÁBER, A. N. Sertões e sertanejos: uma geografia humana sofrida. Estudos Avançados, 13 (36), p.07-59, 1999. Disponível em: //www.scielo.br/pdf/ea/v13n36/v13n36a02.pdf

² BURSZTYN, M. O poder dos donos: planejamento e clientelismo no nordeste. 2ed. Petrópolis: Vozes, 1985.


Por Rodolfo Alves Pena
Graduado em Geografia

Quais são as principais causas da seca no Nordeste?

Portanto, para melhor resumir, podemos atribuir a questão da seca do Nordeste a três principais fatores: naturais (de ordem física e climática), históricos (heranças da colonização) e políticos (relacionados à indústria da seca).

Quais são as consequências da seca no Nordeste?

Fome e miséria: as principais consequências da seca A seca, além de ser um problema climático, é uma situação que gera dificuldades sociais para as pessoas que habitam a região. Com a falta de água, torna-se difícil o desenvolvimento da agricultura e a criação de animais.

O que pode ser feito para acabar com a seca no Nordeste?

Combate à Seca Para atenuar a situação das pessoas que vivem nessa região, muitos programas e projetos do governo focam na realidade local. Eles propõem ações ante a escassez de água e aumento da pobreza, por exemplo: bolsa família, bolsa estiagem, garantia safra e carro-pipa.

Como as massas de ar e o relevo são fatores responsáveis pelo período de irregularidade de chuvas no Nordeste?

Resposta: No Nordeste existe o Planalto da Borboleta, ele bloqueia a massa de ar vindas do oceano, impedindo que vão para o interior da região, portanto sem massa de ar não há precipitação.

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