14 de Novembro 2022 às 15:18
Segundo o porta-voz do partido Ndonda Nzinga, o relatório financeiro da campanha eleitoral foi liminarmente rejeitado pelo sector do expediente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), mesmo tendo sido esclarecidas as razões.
"Com efeito, a Lei nº36/11, de 21 de Dezembro, estabelece no nº5 do seu artigo 84º, que, se as entidades concorrentes às eleições não prestarem contas no prazo fixado nos nº1 e 03 do mesmo artigo, ou se concluir que houve infração no disposto no artigo 83º, a Comissão Nacional Eleitoral deve fazer a respectiva participação ao Tribunal de Contas, para os efeitos legais", esclareceu Ndonda Nzinga.
No documento enviado pela FNLA à CNE e cedido por Ndonda Nzinga ao Novo Jornal, o partido apela ao "bom senso" do presidente da Comissão Nacional Eleitoral, Manuel pereira da Silva, para autorizar a recepção do relatório.
"Estando ainda estava no tempo de análise da regularidade das contas da campanha eleitoral dos partidos políticos pela CNE, bem como no tempo de notificação dos partidos políticos por vossas excelências para apresentação, no prazo de 15 dias a regularização desses relatórios, somos a pedir o bom senso de sua excelência, Sr. presidente, se digne autorizar a recepção do referido relatório", lê-se na carta cujo assunto é "prestação de contas".
"Esta situação foi comunicada ao Tribunal de Contas", referiu o porta-voz da FNLA, sublinhando que o seu partido respeita as instituições do Estado.
No pleito eleitoral de 24 de Agosto de 2022, cada candidatura recebeu para a campanha eleitoral, 1, 1 mil milhões de Kwanzas.
Refira-se que a FNLA obteve 1,06% dos votos, num total de 66.337, conquistando também dois deputados.
O Brasil, ainda sob ditadura militar, rapidamente estabeleceu relações diplomáticas, reconhecendo como legítimo o governo de Agostinho Neto, antes mesmo de qualquer país do bloco comunista.
Em 1976 as Nações Unidas reconheceram o governo do MPLA como o legítimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul.
Em 27 de maio de 1977, um grupo do MPLA, encabeçado por Nito Alves, desencadeou um golpe de Estado que ficou conhecido como “fraccionismo”, terminando num banho de sangue que se prolongou por dois anos. Em dezembro, no rescaldo do golpe, o MPLA realizou o seu 1º Congresso, onde se proclamou como sendo um partido marxista-leninista, adotando o nome de MPLA-Partido do Trabalho. A UNITA e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. Começou então uma guerra longa e devastadora contra o governo do MPLA. A UNITA apresentava-se como sendo antimarxista e pró-ocidental, mas tinha também raízes regionais.
Guerra civil
Antes de alcançar a independência nacional, os angolanos desenvolveram de início uma intensa luta política, sem recurso às armas. Diante da resposta das autoridades coloniais, que recusavam qualquer conversação com vista à autodeterminação, os patriotas angolanos não tiveram outra saída que não a luta armada que se estendeu por 14 anos. O povo angolano proclamou a independência de Angola, pondo desta forma fim, ao mais longo império colonial em África que durou cinco séculos.
Agostinho Neto, líder do MPLA, morreu em Moscou em 10 de setembro de 1979, sucedendo-lhe no cargo o ministro da Planificação, o engenheiro José Eduardo dos Santos. Seu principal opositor, Savimbi, morreu em 2002, isolado e esquecido.
Dirigente nacionalista angolano, Álvaro Holden Roberto nasceu em 1923 e faleceu a 2 de agosto de 2007, em Luanda.
Iniciou a sua atividade política, a 7 de julho de 1954, com a criação da União dos Povos do Norte de Angola (UNPA), em Matadi
(República Democrática do Congo) e, mais tarde, a 28 de novembro de 1958, nomeada União das Populações de Angola (UPA).
Em 1960, após seis meses de acordo com o MPLA, Holden Roberto decidiu tomar sozinho a liderança contra o colonialismo português. A 15 de março, no norte de Angola, deu início ao seu maior ato
sanguinário através de assaltos às fazendas de café e de mortes indistintas de 1800 colonos brancos e de 8000 trabalhadores bailundos negros. Toda a luta anti-colonial foi, por consequência, penalizada.
A 27 de março de 1962, Holden Roberto criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da qual se tornou presidente, e que teve na sua formação o UPA e o Partido Democrático de Angola (PDA). Faltando ao FNLA uma
máquina governamental que administrasse a luta política, militar, social, cultural e diplomática, foi constituído o Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), a 5 de abril de 1962, presidido por Holden Roberto como Primeiro-Ministro. A 26 de agosto de 1962, é formado o Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA), instalado na República do Congo Democrático, sendo o primeiro chefe do Estado Maior José Kalundungu. Apesar de ter recebido armas dos países de Leste, Holden Roberto
manteve sempre uma ligação com os EUA, que lhes forneceram conselho técnico e uma avença anual. O FNLA continuou a sua atividade contra o poder colonial português até 11 de julho de 1974, altura em que foi decretado a Cessação das Hostilidades.
Em 1991, Holden Roberto regressou a Angola e, após uma reestruturação e instalação oficial em Angola do FNLA, foi reeleito presidente do
movimento.
Como referenciar
Porto Editora – Holden Roberto na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2023-01-06 04:48:22]. Disponível em //www.infopedia.pt/$holden-roberto
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