Duas nações europeias ficaram ao lado das Treze Colônias Americanas, contra a Inglaterra

A colonização norte-americana se caracterizou por uma ausência de Pacto Colonial denominada “negligência salutar”, a qual promoveu uma verdadeira experiência de self-government ou “autogoverno”. A ausência de metais preciosos, que seriam descobertos somente em 1848 na costa oeste da Califórnia, e o clima temperado frio, semelhante ao europeu, fizeram com que as colônias se convertessem em uma região atrativa apenas para aqueles indivíduos que tinham pouco a perder com uma viagem ao Novo Mundo, como aqueles que sofriam perseguições políticas e religiosas, degredados e criminosos.

As liberdades que os colonos gozavam, porém, passariam a ser questionadas após a Guerra dos Sete Anos. Eles reconheciam a autoridade inglesa e se consideravam súditos da Coroa, entretanto, consideravam que possuíam os mesmos direitos de petição e representação que seus compatriotas de Londres. George Washington, por exemplo, o grande líder da independência americana, venceria a batalha de Lake George contra os franceses com o pavilhão inglês.

A Guerra dos Sete Anos foi um conflito colonial entre as duas grandes nações europeias. A Inglaterra tinha a vantagem de possuir cerca de um milhão e meio de súditos no Novo Continente, enquanto os franceses contavam com cerca de cem mil. A posição estratégica dos ingleses, que permitia atingir os portos franceses na região do Canadá com relativa eficiência, o controle de uma Marinha reconhecidamente superior, e um comando eficaz, contribuíram para a vitória britânica. O Tratado de Paz de 1763 reconheceu a soberania inglesa sobre a América do Norte, além de acabar com qualquer pretensão francesa de expansão rumo às Índias.

O PROCESSO DE EXPLORAÇÃO INGLÊS

Após a guerra, o governo inglês resolveu transferir o ônus do conflito para os colonos, aplicando a máxima mercantilista de que a função da colônia é enriquecer a metrópole. A tímida presença do Estado inglês na América seria reforçada por um conjunto de leis que os colonos iriam tratar como “intoleráveis” ou “coercitivas”. Desde a Revolução Gloriosa de 1688, o poder político estava consubstanciado no Parlamento, o qual expressava, em tese, os desejos da nação. Os colonos, entretanto, não tinham qualquer expressão política no Parlamento. Segundo o Declaratory Act, de 1766, as colônias “tem sido, são, e terão de ser por direito subordinadas e dependentes da Coroa e do Parlamento imperial da Grã-Bretanha”.

As primeiras legislações que detonariam a chamada “Era das Revoluções”, nas palavras do historiador Eric J. Hobsbawm, foram fruto do lobby de um grupo de parlamentares conhecidos como King’s Friends, próximos ao monarca George III (1760-1820).

O Sugar Act, de 1764, reedição de uma legislação anterior que efetivamente jamais foi observada, restringia, mediante impostos exorbitantes, o comércio da colônia com as ilhas britânicas. O Stamp Act, de 1765, introduziu tributação sobre documentos jurídicos, periódicos, livros e demais publicações. Dois anos depois, os Townshend Acts determinaram a imposição de novas taxas aduaneiras para as importações coloniais sobre uma série de produtos metropolitanos, tais como chá, papel, vidro e tintas.

Outras disposições, como a obrigação de oferecer alojamento aos soldados ingleses na América e a proibição de obter terras em regiões do oeste, incitaram os colonos a reagir através do boicote aos produtos ingleses. O Parlamento recuou em parte e revogou a maioria das tributações, exceto sobre o chá. Os distúrbios contra a Inglaterra começariam na década de 1770, sobretudo na cidade de Boston.

Em 5 de março de 1770, três colonos foram mortos por soldados ingleses que reagiram a uma manifestação contra a presença das guarnições britânicas na região. O acontecimento foi significativo, pois, pela primeira vez, militares ingleses e colonos norte-americanos, que haviam lutado juntos na Guerra dos Sete Anos, ficaram em posições opostas. O episódio ficou conhecido como “Massacre de Boston”.

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Em 16 de outubro de 1773, colonos travestidos de índios invadiram um navio da Companhia das Índias Ocidentais ancorado no porto de Boston e esvaziaram a carga de 363 caixas de chá na baía, em protesto contra o imposto e o monopólio da companhia inglesa na venda do produto, episódio denominado de “Festa do chá” (Boston Tea Party). O governo britânico prontamente respondeu com um novo conjunto de leis: o porto de Boston seria fechado, o governo de Massachusetts seria chefiado por um general inglês, ocorreria a substituição de funcionários administrativos eleitos pelos colonos por outros designados por Londres e o Ato de Quebec (1774), que na prática, separava o Canadá do restante da América do Norte e eliminaria a possibilidade de os habitantes das Treze Colônias se unirem aos canadenses em uma eventual luta contra a metrópole.

O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA

Em 5 de setembro de 1774, iniciou-se o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia, reunindo doze representantes das Treze Colônias Inglesas, na qual uma Declaração de Direitos foi redigida e o princípio de “no taxation without representation” (nenhuma tributação em representação) reafirmado. A metrópole reagiu com uma nova legislação denominada Restraining Act (1775), que determinavam confisco de navios coloniais que fossem flagrados comercializando com estrangeiros. A batalha legal, entretanto, passaria para o conflito armado: em 18 de abril de 1775 ocorreu o primeiro choque militar entre colonos armados e tropas inglesas em Lexington.

Em maio de 1775, um Segundo Congresso Continental determinou a mobilização militar de todos os cidadãos e a formação de milícias comandadas por George Washington. Thomas Paine publicou Common Sense (Senso comum), no qual advogou a independência e o sistema republicano. Em 4 de julho de 1776, uma comissão presidida por Thomas Jefferson apresentou a Declaração de Independência das Treze Colônias Inglesas, na qual os princípios iluministas de direitos inalienáveis (vida, liberdade e a procura da felicidade), self-government e luta contra a tirania estavam consubstanciados em seus breves três parágrafos.

No mesmo ano da Declaração de Independência, os ingleses sofrem as primeiras derrotas em Trenton e Princetown. No ano seguinte, o general americano, Horatio, venceu em Saratoga o general Burgoyne. Os norte-americanos receberam um precioso reforço de voluntários europeus, como o polaco Kosciusko, o prussiano Von Steuben e o francês La Fayette. O filme norte-americano, O Patriota de 2000, faz uma representação da guerra que, entretanto, reduziu a participação dos europeus no conflito ao lado dos insurgentes. Em 6 de fevereiro de 1778, o governo da França passou a apoiar os colonos, chegando a enviar 8 mil homens sob o comando de Rochambeau (1780). Nos anos seguintes, espanhóis e holandeses também passaram a simpatizar com a causa americana. Em 19 de outubro de 1781, os ingleses capitularam em Yorktown, concluindo o Tratado de Versalhes de 1783, no qual reconheciam a independência norte-americana.

Em 17 de setembro de 1787, foi promulgada a Constituição dos Estados Unidos da América, na qual os princípios de liberdade e autonomia dos estados são consagrados. A escravidão do sul, entretanto, não sofreu qualquer questionamento neste momento. Em 1796, George Washington, primeiro presidente dos Estados Unidos, advertiu em seu Farewell Adress (Carta de despedida) que a América deveria passar ao largo de alianças europeias. Isto marcou o nascimento do princípio do isolacionismo, que somente seria rompido definitivamente com a Segunda Guerra Mundial (1939-45).

O terceiro presidente, Thomas Jefferson, que sucedeu John Adams (1797-1801), iniciou o processo de “marcha para o oeste”. James Madison, quarto presidente dos Estados Unidos, tentou anexar o Canadá, mas foi rechaçado pelos britânicos na “Segunda Guerra de Independência” (1812-14), o último conflito dos Estados Unidos com um país europeu até 1898.

Quais foram as duas nações europeias que ficaram ao lado das Treze Colônias americanas?

Analisando a história e o contexto da Independência dos Estados Unidos, podemos afirmar que as duas nações que ficaram ao lado das Treze Colônias Americanas, contra a Inglaterra, foram a França e a Espanha.

Quais as duas nações europeias?

Países da União Europeia.

Quais países apoiaram as Treze Colônias?

A França, a Espanha e a Holanda apoiaram os colonos e a vitória decisiva contra a Inglaterra aconteceu em Yorktown, na Virgínia. Somente em 1783, entretanto, a Inglaterra reconheceu a independência das 13 colônias da América do Norte.

Qual país europeu colonizou as Treze Colônias?

As 13 colônias eram povoações instaladas pelos britânicos, na costa leste da América, no decorrer do século XVII. Os colonos se fixaram entre o oceano Atlântico e os montes Apalaches, constituindo o embrião dos futuros treze estados americanos.

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