Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias nas quais são classificados.

O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma espécie.

Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma para zoologia e outra para botânica. Segundo as regras, o primeiro nome publicado (a partir do trabalho de Lineu) é o correto, a menos que a espécie seja reclassificada, por exemplo, em outro gênero. A reclassificação tem ocorrido com certa frequência desde o século XX.

O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a referência a quem primeiro descreveu a espécie, com o ano da decisão, entre parênteses, e não inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre, entre outras coisas, do fato de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia, sujeita a revisão devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de novos parâmetros para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos, ecológicos, comportamentais etc.

O sistema atual identifica cada espécie por dois nomes em latim: o primeiro, em maiúscula, é o gênero, o segundo, em minúscula, é o epíteto específico. Os dois nomes juntos formam o nome da espécie. Os nomes científicos podem vir do nome do cientista que descreveu a espécie, de um nome popular desta, de uma característica que apresente, do lugar onde ocorre, e outros. Por convenção internacional, o nome do gênero e da espécie é impresso em itálico, grifado ou em negrito, o dos outros táxons não. Subespécies têm um nome composto por três palavras.

Ex.: Canis familiares, Canis lupus, Felis catus.

A nomeação dos seres vivos que compõe a biodiversidade constitui uma etapa do trabalho de classificação. Muitos seres são "batizados" pela população com nomes denominados populares ou vulgares, pela comunidade científica.

Esses nomes podem designar um conjunto muito amplo de organismos, incluindo, algumas vezes, até grupos não aparentados.

O mesmo nome popular pode ser atribuído a diferentes espécies, como neste exemplo:

Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Ananas comosus 

Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Ananas ananassoides

Estas duas espécies do gênero ananas são chamadas pelo mesmo nome popular Abacaxi.

Outro exemplo é o crustáceo de praia Emerita brasiliensis, que no Rio de Janeiro é denominado tatuí, e nos estados de São Paulo e Paraná é chamado de tatuíra.

Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Em contra partida, animais de uma mesma espécie podem receber vários nomes, como ocorre com a onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca.

Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Outros nomes populares:

canguçu, onça-canguçu, jaguar-canguçu

Um outro exemplo é a planta Manihot esculenta, cuja raiz é muito apreciada como alimento. Dependendo da região do Brasil, ela é conhecida por vários nomes: aipim, macaxeira ou mandioca.

Considerando os exemplo apresentados, podemos perceber que a nomenclatura popular varia bastante, mesmo num país como o Brasil, em que a população fala um mesmo idioma, excetuando-se os idiomas indígenas. Imagine se considerarmos o mundo todo, com tantos, com tantos idiomas e dialetos diferentes, a grande quantidade de nomes de um mesmo ser vivo pode receber. Desse modo podemos entender a necessidade de existir uma nomenclatura padrão, adotada internacionalmente, para facilitar a comunicação de diversos profissionais, como os médicos, os zoólogos, os botânicos e todos aqueles que estudam os seres vivos.

Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?
 
Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Como se escreve o nome de uma espécie segundo a nomenclatura de Lineu?

Como referenciar: "Nomenclatura Científica dos Seres Vivos" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 17/12/2022 às 10:49. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioclassifidosseresvivos1.php

Nomes científicos e comuns

Nomes científicos de animais

A seguir, estão apresentadas regras resumidas para nomenclatura científica de animais.

Para consultar as regras completas de nomenclatura das espécies, recomenda-se acessar o código internacional que as sistematiza (que consta ao fim desta aba).

Para consultar os nomes das espécies, recomenda-se acessar as bases de dados autorizadas (que constam ao fim desta aba).

 

Taxonomia

  • Os animais são classificados, por convenção, nos seguintes grupos principais (táxons ou taxa), em sequência descendente: reino, divisão ou filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. Todas essas categorias são nomeadas em latim.

Embora sejam palavras em latim, as categorias de classificação acima de gênero (família, ordem, etc.) são escritas em letra redonda e com inicial maiúscula.

Exemplo:
O reino Animalia é composto por seres vivos pluricelulares.

Observação: Em Entomologia, para registrar as categorias acima de gênero (por exemplo, ordem e família) de um determinado animal, segue-se a notação adotada em alguns periódicos (como Austral Entomology e Annals of the Entomological Society of America): escrever, entre parênteses, a ordem, seguida de família (ambas as categorias com iniciais maiúsculas), sem destaque e separadas por dois-pontos.

Exemplo:

Essas plantas apresentam um potencial enorme a ser explorado quanto à preservação da fauna de abelhas (Hymenoptera: Apoidea) e à proteção ambiental.

Gênero e espécie

  • O nome científico de animais é uma combinação binária, que consiste do nome do gênero, seguido do epíteto específico, ambos em itálico. O gênero deve estar com inicial maiúscula, e o epíteto específico com inicial minúscula.

Em textos taxonômicos, o nome científico deve ser seguido do nome de seu autor por extenso e de sua data de publicação (autor e data sem destaque) na primeira vez em que é mencionado no texto.

Exemplo:
Conotracheclus psidii Marshall, 1922

Em textos não especificamente taxonômicos, a exigência de citação do autor varia de acordo com a publicação considerada. A citação do autor somente necessita ser feita na primeira vez. O ano em que foi proposto o nome científico deverá constar, se isso for importante, por questões históricas ou outras.

Exemplo:
Aphis gossypii Glover, 1877

  • No caso de mudança de gênero, a citação do autor original deve aparecer junto com a data, entre parênteses; porém, deve-se sempre consultar as bases de dados quanto à nomenclatura.

Exemplo:
Blatella germanica (Linnaeus, 1767)

  • Nas publicações da Embrapa, o nome binário será sempre grafado em itálico, independentemente de eventuais destaques e do tipo gráfico do texto circundante.
  • O gênero e espécie devem sempre ser grafados por extenso na primeira citação no texto (capítulo ou artigo). Daí por diante, o gênero pode ser abreviado, utilizando-se a inicial maiúscula e o ponto de abreviação, desde que o epíteto específico esteja por extenso (ou seja, não se pode usar gênero abreviado seguido de sp. e spp.).

Exemplo:
Canis lupus Linnaeus, 1758
C. lupus

Se for mencionada uma nova espécie de um mesmo gênero já citado, o nome completo da nova espécie (isto é, o conjunto gênero e epíteto específico) deverá ser grafado por extenso em sua primeira ocorrência.
 

Exemplo:
Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758 e Felis silvestris Schreber, 1777. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foi selecionada a espécie C. lupus para um detalhado estudo morfológico e fisiológico.

Observação 1: Uma vez adotada a forma abreviada, deve-se mantê-la até o fim do texto. Portanto, deve-se evitar a oscilação entre as formas por extenso e abreviada ao longo de um mesmo texto.

Exemplo:
Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Felis silvestris Schreber, 1777. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. Para o presente estudo, foram selecionadas as espécies C. lupus e C. aureus para um detalhado estudo morfológico e fisiológico. No caso de C. aureus, observou-se [...]

Exceção: Não se deve usar gênero abreviado quando o nome científico iniciar a frase (mesmo que sua forma por extenso já tenha sido apresentada antes no texto).

Exemplo:
Nesta região, Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Canis simensis Rüppell, 1840 são as espécies mais comuns. Canis aureus é a espécie que tem mais indivíduos catalogados.

Observação 2: Para o uso de nomes científicos (gênero e espécie) em tabelas e figuras, ver Abas Tabela e Figura.

Observação 3: Para menção de diferentes gêneros cujas letras iniciais sejam idênticas e cujas abreviaturas possam causar dificuldade de entendimento e falta de clareza, deve-se grafar os gêneros por extenso ao longo de todo o texto.

Exemplo:
Na região, foram identificadas as presenças de Canis lupus Linnaeus, 1758, Canis aureus Linnaeus, 1758 e Chrysocyon brachyurus Illiger, 1815. Já Canis latrans Say, 1823 não foi encontrada na área pesquisada. [...] Esse método de aumento da população de Canis aureus na região teve êxito, atingindo índices superiores aos índices internacionais para Chrysocyon brachyurus e Cerdocyon thous Linnaeus, 1766.

  • Quando a espécie ainda não foi identificada, o nome do gênero é seguido de sp. (abreviatura de espécie) ou de spp. (abreviatura de espécies). Nesse caso, o gênero (que não pode ser abreviado) é grafado em itálico, e as abreviaturas sp. e spp. são grafadas em fonte normal, com ponto abreviativo.

Exemplos:
Aphis sp.
Aphis spp.

Observações gerais

  • Diante de nome científico, não se deve usar artigo definido (a ou o) e, por consequência, tampouco sinal indicativo de crase:

Exemplos:
As cultivares X, Y e Z são de baixa resistência a Meloidogyne sp.
O objetivo deste trabalho foi identificar espécies de Myrtaceae resistentes a Meloidogyne mayaguensis.

No entanto, se há algum substantivo antecedendo o nome científico, adotam-se as regras gerais para crase.

Exemplo:  
As cultivares X, Y e Z são de baixa resistência ao nematoide Meloidogyne sp.

  • O nome comum de animais deve vir acompanhado da denominação científica binária, quando citado pela primeira vez no texto.

Exemplo:
O cão doméstico (Canis lupus familiaris L., 1758) foi o primeiro a ser classificado no gênero Canis.

Para uso do hífen em nomes comuns compostos, ver aba Hífen.

O conteúdo desta página foi atualizado em 5/9/2019.

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Qual a nomenclatura de Lineu?

Lineu passou a ser chamado de “pai da botânica”, embora seu sistema tenha passado a ser usado também para animais e bactérias. As primeiras regras gerais para taxonomia só foram normatizadas em 1867.

Como se escreve o nome de uma espécie?

Em nomenclatura científica, os nomes de espécies são escritos em itálico. O nome do gênero tem sempre a inicial maiúscula e é escrito primeiro; o epíteto específico segue o nome do gênero e é sempre escrito todo em minúsculas. Não há exceção a isso.

Como é feita a nomenclatura de uma espécie?

- Todo nome científico de espécie é composto por dois nomes (daí o nome: nomenclatura binomial). O primeiro nome deve ter sua inicial maiúscula e diz respeito ao gênero. O segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula.

Como citar nome de espécie?

O gênero e espécie devem sempre ser grafados por extenso na primeira citação no texto (capítulo ou artigo). Daí por diante, o gênero pode ser abreviado, utilizando-se a inicial maiúscula e o ponto de abreviação, desde que o epíteto específico esteja por extenso (ou seja, não se pode usar gênero abreviado seguido de sp.