O continente africano é o mais pobre economicamente do planeta, além de apresentar vários problemas de ordem social (conflitos étnicos, fome, doenças, etc.). Um dos principais motivos desse cenário foi o processo de colonização e independência dos países africanos, em que apenas os interesses das potências imperialistas foram levados em conta. Show
Ao abordar os problemas sociais da África é de fundamental importância esclarecer sobre as raízes históricas desse fenômeno, despertando o senso crítico dos alunos. Explique que a divisão territorial do continente teve como critério apenas os interesses dos colonizadores europeus, desprezando as diferenças étnicas e culturais da população local. Esse processo foi marcado por muita violência e intensa exploração das riquezas dos países africanos que, após conquistarem a independência, ficaram instáveis politicamente e economicamente, visto que os colonizadores simplesmente abandonaram a região em meio a diversos conflitos étnicos e separatistas. Em seguida, solicite a leitura e análise do poema “Reza, Maria”, cuja autoria é de um escritor de Moçambique, denominado José Craveirinha. Reza, Maria “Suam no trabalho as curvadas bestas Corre-se a pontapés os cães na fome dos ossos Feras matam velhos, mulheres e crianças Crias morrem à míngua de pão Do ódio e da guerra dos homens Ah! Maria, Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Através da análise do poema é possível trabalhar a forma de exploração dos colonizadores, a violência imposta, os massacres à população local, o descaso das organizações internacionais com a África, a degradação do ser humano com tal situação, entre outros aspectos. Destaque que Moçambique (país do escritor do referido poema) foi colônia portuguesa, e que a população nativa do Brasil (índios) também sofreu com a violência dos colonizadores. Outro elemento importante a ser destacado no poema se refere à Maria (mães de Jesus): o autor traça uma espécie de desabafo e pede para que Maria reze em proteção dos negros africanos. Por fim, proponha a realização de uma redação abordando as consequências da colonização na África e o poema analisado. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A história da colonização da África encontra-se documentada desde que os fenícios começaram a estabelecer colônias na costa africana do Mediterrâneo, por volta do século X a.C. Seguiram-se os gregos a partir do século VIII a.C., os romanos no século II a.C., os vândalos, que tomaram algumas colônias romanas já no século V da nossa era, seguidos pelo Império Bizantino, no século seguinte, os árabes, no século VII e, finalmente, os estados modernos da Europa, a partir do século XIV. História da colonização da África[editar | editar código-fonte]A colonização fenícia[editar | editar código-fonte]A Fenícia foi um antigo reino cujo centro se situava na planície costeira do que é hoje o Líbano, no Mediterrâneo oriental. Esta civilização desenvolveu-se entre os séculos X e V a.C., estabelecendo colónias em todo o norte de África. Uma das colônias fenícias mais importantes desta região foi Cartago. A colonização grega[editar | editar código-fonte]A partir de 750 a.C. os gregos iniciaram um longo processo de expansão, formando colônias em várias regiões, como Sicília e sul da Itália, no sul da França, na costa da Península Ibérica, no norte de África, principalmente no Egito, e nas costas do mar Negro. Entre os séculos VIII e VI a.C. fundaram aí novas cidades, as colónias, as quais chamavam de apoíkias, palavra que pode ser traduzida por "nova casa". A colonização romana[editar | editar código-fonte]Em 146 a.C. Cartago foi destruída por Roma no que se pode considerar a implantação daquele império no Norte de África. O Império Romano dominou toda a África Mediterrânica, ou seja, a parte do norte da África e que rodeia o Mar Mediterrâneo, quando ocorreu a descolonização na África. A colonização árabe[editar | editar código-fonte]A colonização dos árabes ocorreu durante os séculos VIII e IX e abrangeu todas as terras que formam o Deserto do Saara e grande parte da África Ocidental e a zona costeira da África Oriental.[1] Omã[editar | editar código-fonte]Durante o século XVIII o Omã estabeleceu várias colónias ultramarinas, dentre as quais estão o Baluchistão (atual Paquistão), as Comores, Moçambique, Madagascar e Tanzânia. Porém, com o declínio do sultanato, tais colónias foram perdidas quando, em 1891 o sultanato vira protetorado britânico. A colonização recente da África[editar | editar código-fonte]Mapa de África Colonial em 1913. Bélgica França Alemanha Grã-Bretanha Itália Portugal Espanha Pode dizer-se que a colonização recente da África iniciou-se com os descobrimentos e com a ocupação das Ilhas Canárias pelos portugueses, no princípio do século XIV. O processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político do continente africano por potências europeias tem início no século XV e estende-se até a metade do século XX. Ligada à expansão marítima europeia, a primeira fase do colonialismo africano surge da necessidade de encontrar rotas alternativas para o Oriente e novos mercados produtores e consumidores. No século XIV, exploradores europeus chegaram a África. Através de trocas com alguns chefes locais, os europeus foram capazes de capturar milhões de africanos e de os exportar para vários pontos do mundo naquilo que ficou conhecido como a escravidão. No princípio do século XIX, com a expansão do capitalismo industrial, começa o neocolonialismo no continente africano. As potências europeias desenvolveram uma "corrida à África" massiva e ocuparam a maior parte do continente, criando muitas colônias. Entre outras características, é marcado pelo aparecimento de novas potências concorrentes, como a Alemanha, a Bélgica e a Itália. A partir de 1880, a competição entre as metrópoles pelo domínio dos territórios africanos intensifica-se. A partilha da África tem início, de fato, com a Conferência de Berlim (1884), que institui normas para a ocupação, onde as potências coloniais negociaram a divisão da África, propuseram para não invadirem áreas ocupadas por outras potências. Os únicos países africanos que não foram colônias foram a Etiópia (que apenas foi brevemente invadida pela Itália, durante a Segunda Guerra Mundial) e a Libéria, que tinha sido recentemente formada por escravos libertos dos Estados Unidos da América. No início da Primeira Guerra Mundial, 90% das terras já estavam sob domínio da Europa. A partilha é feita de maneira arbitrária, não respeitando as características étnicas e culturais de cada povo, o que contribui para muitos dos conflitos atuais no continente africano, tribos aliadas foram separadas e tribos inimigas foram unidas. No fim do século XIX, início do XX, muitos países europeus foram até a África em busca das riquezas presentes no continente. Esses países dominaram as regiões de seu interesse e entraram em acordo para dividir o continente. Porém os europeus não cuidaram com a divisão correta das tribos africanas, gerando assim muitas guerras internas. Os seguintes países dividiram a África e "formaram" países africanos existentes ainda hoje. A colonização portuguesa[editar | editar código-fonte]Em 1444, Dinis Dias descobre Cabo Verde e segue-se a ocupação das ilhas ainda no século XV, povoamento este que se prolongou até ao século XIX. Durante a segunda metade do século XV Portugal foi estabelecendo feitorias nos portos do litoral oeste africano. No virar do século, Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, abrindo as portas para a colonização da costa oriental da África pelos europeus. A partir de meados do século XVI, os ingleses, os franceses e os holandeses expulsam os portugueses das melhores zonas costeiras para o comércio de escravos. Foram os seguintes os actuais países africanos que se tornaram independentes de Portugal no século XX (data da independência, em ordem cronológica):
A colonização francesa[editar | editar código-fonte]Na África, foi no Senegal que os franceses primeiro estabeleceram entrepostos em 1624, mas não formaram verdadeiras colônias até ao século XIX, limitando-se a traficar escravos para as suas colónias nas Caraíbas. No Oceano Índico, os franceses colonizaram a Île de Bourbon (atual Reunião), em 1664, Île Royale (actualmente Maurícia), em 1718 e as Seychelles, em 1756. Durante o reinado de Napoleão, o Egito foi também conquistado por um breve período, mas a dominação francesa nunca se estendeu para além da área imediatamente à volta do Nilo. O verdadeiro interesse da França por África manifestou-se em 1830 com a invasão da Argélia e o estabelecimento de um protectorado na Tunísia, em 1881. Entretanto, expandiram-se para o interior e para sul, formando, em 1880, a colónia do Sudão Francês (actual Mali) e, nos anos que se seguiram ocupando a grande parte do Norte de África e da África ocidental e central. Em 1912, os franceses obrigaram o sultão de Marrocos a assinar o Tratado de Fez, tornando-se outro protetorado. Foram os seguintes os actuais países africanos que se tornaram independentes de França no século XX (data da independência, em ordem cronológica):
Entretanto, vários territórios africanos continuam sob administração francesa, depois de vários referendos:
A colonização britânica[editar | editar código-fonte]No final do século XVIII e meados do século XIX, os ingleses, com enorme poder naval e econômico, assumem a liderança da colonização africana. Combatem a escravatura, já menos lucrativa, direcionando o comércio africano para a exportação de ouro, marfim, tapetes e animais. Em consequência disso, os africanos ficam com o mercado dominado pelos interesses do Império Britânico. Para isso, os britânicos estabelecem novas colónias na costa e passam a implantar um sistema administrativo fortemente centralizado na mão de colonos brancos ou representantes da coroa inglesa. Os ingleses estabelecem territórios coloniais em alguns países da África Ocidental, no nordeste e no sudeste e no sul também do continente. Os atuais estados africanos que se tornaram independentes do Reino Unido foram (por ordem cronológica):
A colonização neerlandesa[editar | editar código-fonte]Os neerlandeses estabeleceram-se na litorânea Cidade do Cabo, na África do Sul, a partir de 1652 e dominaram o que antes de 1994 era a província do Cabo. Desenvolvem na região uma nova cultura e formam uma comunidade conhecida como africâner ou bôer. Mais tarde, os bôeres perdem o domínio da região para o Reino Unido na Guerra dos Bôeres. A colonização belga[editar | editar código-fonte]A Bélgica colonizou o Congo Belga (atual República Democrática do Congo), Ruanda e Burundi.
A colonização espanhola[editar | editar código-fonte]A Espanha colonizou a Guiné Equatorial, o Saara Espanhol e o norte do atual Marrocos.
A colonização italiana[editar | editar código-fonte]A Itália conquistou a Líbia, a Eritreia e a região autónoma da Somália; a Somalilândia ou Somália Italiana.
A colonização alemã[editar | editar código-fonte]A Alemanha colonizou as regiões correspondentes aos atuais Togo, Camarões, Tanzânia (a parte continental ou Tanganica), Namíbia, Ruanda e Burundi.
A descolonização da África[editar | editar código-fonte]A ocupação da África pelas potências europeias prosseguiu até depois do final da Segunda Guerra Mundial, quando as colónias começaram a obter a independência, num processo que se chamou descolonização. Com exceção do Egito, que tinha proclamado unilateralmente a sua independência em 1922, e da África do Sul, que se tinha tornado autónoma em 1910, na forma de domínio do Império Britânico, os restantes territórios africanos começaram a obter a independência a partir da década de 1950 e, principalmente, a partir da Conferência de Bandung, em 1958, em que participaram os quatro países africanos independentes nessa data. A descolonização não foi pacífica, embora nem sempre fosse forçada através de guerras de libertação, como foi o caso das colónias portuguesas e da Argélia; as potências coloniais tentaram manter o seu domínio através do seu apoio a políticos amigos ou através de vínculos entre os territórios semi-autónomos e a Europa.[2] Os últimos países africanos a alcançarem a independência, já na década de 1990, foram a Namíbia e a Eritreia, que tinham ficado sob administração, respetivamente da África do Sul e da Etiópia, ao abrigo de uma antiga tutela da Sociedade das Nações. No entanto, ainda subsistem vários territórios de África ocupados por países europeus, como as possessões espanholas em Marrocos e as ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, administradas pelo Reino Unido. Outros territórios, como as ilhas Reunião e Mayotte, decidiram por referendo popular manter-se parte da República Francesa. Referências
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Quais as consequências do colonialismo europeu na África?Esse processo foi marcado por muita violência e intensa exploração das riquezas dos países africanos que, após conquistarem a independência, ficaram instáveis politicamente e economicamente, visto que os colonizadores simplesmente abandonaram a região em meio a diversos conflitos étnicos e separatistas.
Como se deu a colonização europeia na África e quais foram as consequências desse processo no continente?A colonização da África pelos europeus remonta ao século XV, quando Portugal dominou os primeiros territórios na costa atlântica do continente. Na busca por uma rota para as Índias, os portugueses encontraram ali grande oportunidade de atender a seus anseios mercantilistas.
Como se deu o colonialismo europeu?Os dois principais países da primeira onda do colonialismo europeu foram Espanha e Portugal, que foram responsáveis por colonizar a América do Sul e Caribe através do Tratado de Tordesilhas em 1494. Esse tratado foi responsável pela divisão da terra entre Espanha e Portugal.
Quais são as consequências do colonialismo?O colonialismo foi mais do que um sistema de exploração econômica e dominação política, e pode mesmo ser entendido como um modo de percepção do mundo. Produziu formas de enquadramento da vida social e criou relações fundadas em forças hegemônicas — sempre em tensão construtiva com imagens contra-hegemônicas.
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