Como estavam estruturados os principais reinos e estados pré coloniais

A grande maioria das populações africanas empregadas como mão-de-obra escrava no empreendimento colonial americano foi trazida de regiões da África Subsaariana. Compreendendo uma extensão que vai do Senegal até a Angola, diversas populações subsaarianas, pertencentes ao tronco lingüístico banto, se fixaram ao longo das regiões de savana formando diferentes culturas. As aldeias ali formadas surgiam em terrenos onde a caça e a agricultura se mostravam mais viáveis.

Esse tempo em que as aldeias se formaram foi marcado por diferentes deslocamentos populacionais motivados por conflitos tribais, desastres naturais ou crescimento demográfico. Ao longo de sua história, diversas tribos passaram a entrar em contato e, posteriormente, formaram pequenos Estados. Essa primeira experiência política mais complexa possibilitou o desenvolvimento de um articulado comércio de gêneros agropecuários.

As condições hostis dessa região acabaram sendo propulsoras de uma série de práticas que marcaram os costumes destes povos africanos. As doenças e intempéries climáticas faziam com que a capacidade de manter uma prole extensa fosse extremamente valorizada. A virilidade sexual era compreendida como um dado que distinguia socialmente os indivíduos. A título de exemplo, observa-se a grande recorrência de esculturas representando a figura de mulheres grávidas.

De forma geral, a economia se organizava em torno da posse coletiva das terras. Um chefe tribal ordenava a distribuição de lotes de terra mediante o pagamento de uma determinada tributação. A divisão de tarefas no trabalho agrícola contava com a participação de homens e mulheres. As famílias agregavam uma ampla extensão de indivíduos que englobava filhos, esposas, parentes mais pobres, agregados e escravos. A prática da escravidão nessas culturas contava com uma complexa organização.

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Os escravos mais prestigiados eram utilizados para os combates militares entre as tribos rivais. Outra parcela de escravos trabalhava junto aos camponeses e acabavam sendo incorporados ao ambiente familiar. Alguns escravos chegavam a desfrutar de alguns privilégios e poderiam até mesmo ter algum tipo de posse. A inserção social de escravo só não acontecia na livre escolha de uma esposa ou na participação das questões políticas.

As práticas religiosas destas tribos africanas contavam com uma grande variabilidade de crenças. Um exemplo dessa questão pode ser claramente observado nas concepções que regiam a relação dos indivíduos com a natureza. Em algumas culturas, as manifestações naturais eram temidas e vistas como uma conseqüência direta do comportamento dos deuses. Dessa forma, diversos rituais eram desenvolvidos com o propósito de apascentar tais forças. Em outras culturas, animais eram compreendidos como representantes de determinadas virtudes e características.

A partir do processo de expansão marítima empreendido pelas nações européias e o desenvolvimento do tráfico negreiro, diversas dessas culturas foram profundamente transformadas. No ambiente colonial, várias das tradições foram reinterpretadas à luz das demais culturas que conviviam no continente americano. Contudo, as poucas características aqui levantadas sobre as culturas africanas, demonstram a existência de todo um modo de vida rico e diverso, estabelecido antes do contato com o “europeu civilizado”.

Por Rainer Sousa
Graduado em História

Pouco se fala da História da África pré-colonial, ou seja, antes da colonização dos europeus. Por isso, a importância dessa abordagem que procura mostrar que o continente africano mesmo antes da chegada dos colonizadores possuía sua própria história.

Texto 1: Estrutura Tribal

“No Continente Africano, os reinos nascidos de algumas comunidades tribais eram bastante efêmeros e muitas das tribos jamais se institucionalizaram sob a forma dum estado. No entanto as comunidades tribais têm mantido a sua coesão como forma de se defenderem do meio envolvente e dos povos vizinhos. Na África Oriental, no século VII, uma nova elite composta de indivíduos influentes graças à riqueza obtida através do tráfico comercial deu origem ao declínio e ao isolamento de muitos chefes tribais. Os povos do Centro Africano ao adquirirem os seus conhecimentos de mineração, fundição e trabalho do ferro, iniciaram uma lenta evolução que os levaria do tribalismo a novas formas de organização social. Grandes concentrações de poder acompanharam a idade do ferro, com a chegada da tecnologia dos metais, a ocorrência dos inerentes conflitos sociais, das ambições e das ideologias que a nova tecnologia ajudou a promover.”  (Disponível em: http://www.eumed.net/libros-gratis/2008a/372/ESTRUTURA%20TRIBAL.htm)

Texto 2 : África e africanos: mosaico de culturas Depois de estudarmos a formação do feudalismo na Europa Ocidental do século V até o século X, nos perguntamos: o que ocorria na Ásia, na África e na América neste mesmo período? Havia ligação entre essas regiões do globo? Se houve algum contato, sob que circunstância teria ocorrido: respeito, tolerância, competição e/ ou hostilidade? Que impactos o contato entre culturas tão diferentes traria ao chamado “mundo medieval”? Responderemos estas e outras perguntas iniciando pela história do continente africano. Já é senso comum imaginar a África apenas como um conglomerado de países cobertos por vastas áreas abrigando animais selvagens, populações que sofrem com a miséria, economias falidas e governos corruptos. De fato, isso tudo ainda existe por lá, mas não pode representar o retrato de um continente tão grande e variado. De acordo com o que já estudamos na 5.º série, achados e pesquisas comprovam que os primeiros ancestrais dos seres humanos teriam vivido no Vale do Rift, na África, entre 3 e 4 milhões de anos atrás. Sendo assim a África, constitui-se continente berço do conhecimento e da humanidade, possui hoje uma população de 850 milhões de habitantes, 53 países e são faladas 2019 línguas. Antes de os europeus escravizarem os africanos, a partir do século XV, e colonizarem a África, no século XIX, diversas sociedades autônomas já existiam nesse continente. Cada uma contava com sua própria organização econômica, política e cultural. Portanto, a história da África não pode ser pensada a partir do contato com o mundo ocidental. Antes da chegada dos europeus, as sociedades africanas já tinham a sua própria história. A fase da história africana anterior à chegada dos europeus e depois marcada pelas relações entre eles os africanos foi convencionalmente chamada de África pré-colonial e durou aproximadamente do século IX ao XIX. No ano 1000, havia na África povos nômades e povos sedentários. Alguns deles possuíam governos centralizados; outros estavam organizados em aldeias, formadas por conjuntos de famílias que viviam sob o comando de conselhos de anciãos e de chefes de clãs 
(Texto disponível na integra no blog : Ensinando História na Eseba: http://gephiseseba.blogspot.com/ ) 
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Como estavam estruturados os principais reinos e estados Pré

Na África do Norte, estavam o Egito Antigo e o Império Cartaginês. Na África Oriental, concentravam-se o Império de Gana e o Império do Mali. Já na África Ocidental estava o Império da Etiópia e no Sul, os reinos do Congo, Sultanato de Kilwa e Zulus.

Como era a organização dos reinos africanos?

Os impérios africanos desenvolveram-se a partir da organização de um poder político centralizado, que exerceram um controle sobre uma grande diversidade de povos que constituíam esses reinos, e dentre esses, podemos destacar: o Império de Axum, o Reino de Gana, o de Songai e o de Mali.

Como viviam os povos africanos no período Pré

África Oriental Império de Gana – séc. 8 a 11 – baseava-se no comércio de ouro com os reinos africanos e cidades mediterrâneas cujos mercadores levavam para a Europa. A prosperidade termina devido ao esgotamento das minas e dos constantes assaltos às caravanas.

Qual foi o primeiro reino da África Pré

África Ocidental e Região Sul Destacou-se também na África Pré-colonial o Reino do Congo, que sucumbiu à dominação portuguesa. Seu território ocupava o Congo de hoje, mais a região Norte de Angola e uma fração do Gabão.