Como as aves se orientam durante os seus deslocamentos migratórios?

Como as aves de rapina migratórias encontram o caminho para seus habitats temporários é uma incógnita. Muitos estudos apontam o magnetismo da Terra, além de detalhes da paisagem, como meio de orientação da maioria das espécies de aves durante as migrações (Wiltschko & Wiltschko, 2009).

De acordo com um estudo publicado na XX, algumas espécies são capazes de perceber a sensibilidade do campo magnético na visão. Segundo os pesquisadores, sob a influência do campo magnético, uma molécula especial presente nos olhos das aves responde à incidência da luz de tal forma a reforçar cores e brilhos em determinados pontos do campo de visão. O resultado disso aproxima-se ao de um visor, como os instrumentos de uma aeronave, com marcações próprias para balizar a navegação.

Como as aves sabem o momento certo de migrar?

Acredita-se que a duração do dia, direção do vento e mudanças hormonais desempenham um papel importante no instinto migratório das aves de rapina, funcionando como um “gatilho” para que elas iniciem as migrações.

Bibliografia recomendada:

Ritz, T. et al. Magnetic compass of birds is based on a molecule with optimal directional sensitivity. Biophys. J. 96, 3451–3457 (2009).

Hiscock, H. G., Mouritsen, H., Manolopoulos, D. E., and Hore, P. J. (2017). Disruption of magnetic compass orientation in migratory birds by radiofrequency electromagnetic fields. Biophys. J. 113, 1475–1484. doi: 10.1016/j.bpj.2017.07.031

Por muitos anos pesquisadores souberam que aves migratórias usam o campo magnético da Terra para se orientar. Alguns outros animais, como tartarugas e bois também podem, perceber e se orientar pelo magnetismo do planeta. Apesar disso ser um fato conhecido, nunca se soube exatamente como as aves e outros animais migratórios conseguem sentir ou ver campos magnéticos. Isso, todavia, acaba de mudar. Dois estudos, da Universidade de Lund, na Suécia e da  Carl von Ossietzky University Oldenburg, na Alemanha, mostraram como aves conseguem identificar o campo magnético da Terra.

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Como as aves se orientam durante os seus deslocamentos migratórios?
Joanjo Puertos Muñoz/Pixabay

Os pesquisadores analisaram tordos e mandarins em busca de pistas sobre o GPS magnético desses animais. A descoberta é que esses pássaros possuem uma proteína chamada Cry4 em seus olhos. A Cry4 pertence a um grupo de proteínas com o nome de criptocromos, que são sensíveis à luz azul. Acontece que essas proteínas também reagem na presença de um campo magnético. Dessa forma os pássaros conseguem visualizar o norte do planeta. Outros animais e plantas também possuem esse tipo de proteína, principalmente associadas ao ciclo circadiano e regulação de metabolismo.

Conquanto agora se saiba o que acontece, ainda existem aspectos bem desconhecidos desse processo de localização. Isso porque o campo magnético causa uma alteração no spin dos elétrons presentes na proteína. O spin é uma característica inata dos elétrons que influencia profundamente a organização dos elétrons ao redor de um átomo. Ademais, campos magnéticos afetam o spin por processos quânticos – que diga-se de passagem, ainda não são muito entendidos por ninguém, nem mesmo Einstein.

Migração e o campo magnético

Uma grande parte dos peixes, aves e mamíferos do planeta são animais migratórios. Ou seja, esses bichos viajam de tempos em tempos para buscar lugares mais favoráveis, com mais alimento, água ou temperaturas melhores. Esse processo é essencial para a sobrevivência dessas espécies, como as baleias jubarte, que podem viajar até 10.000km em busca de alimento e águas mais quentes. Há evidências que centenas desses animais migratórios usam o campo magnético do planeta para se orientar durante as viagens.

Como as aves se orientam durante os seus deslocamentos migratórios?
Helmut Stirnweis/Pixabay

O campo magnético, por sua vez, acontece pela movimentação do ferro líquido na parte mais externa do núcleo da Terra. Esse movimento cria uma corrente eletromagnética ao redor de todo o planeta. Essa é a Teoria do Dínamo. Isso faz com que o planeta se comporte como um grande imã, com uma polaridade magnética. Essa campo, aliás, protege a Terra de tempestades solares e outros eventos astronômicos que poderiam fritar todos os eletrônicos do mundo.

magnetic field lines 154887 1280OpenClipart-Vectors/Pixabay

Para completar as evidências, portanto, os cientistas ainda puderam observar que a proteína Cry4 tinha uma produção muito mais alta no organismo dos pássaros durante os períodos migratórios. Ou seja, mais um indicativo de que, de fato, esses animais conseguem viajar longas distâncias se baseando na visualização do campo magnético.

Como usar as aves se orientam durante seus deslocamentos migratórios?

“As aves orientam-se pelo sol e pelas estrelas. Estas últimas servem de referência a muitas espécies migradoras”, em concreto para as que escolhem migrar durante a noite, como as aves insetívoras, por exemplo.

Como as aves migratórias conseguem percorrer?

Como as aves sabem para onde ir? Além de seguir as pistas celestes, como a posição do sol, das estrelas e da lua, as aves adultas utilizam uma bússola magnética para navegar. Mesmo quando não há pontos de referência, esse “sistema de GPS” interno evita que elas se percam.

Como as aves sabem qual trajeto devem seguir?

A partir do movimento do sol, da posição das estrelas e da lua, esses animais reconhecem como viajar em suas longas jornadas. Quando a luz muda, as aves podem “reorientar” suas bússolas biológicas e saber que direção seguir para chegar ao seu destino.

Quais são as estratégias das aves migratórias para percorrer grandes distâncias?

Aves migradoras planadoras O aproveitamento das correntes térmicas (correntes de ar aquecido pela energia solar que sobem graças a diminuição da densidade) permite a estas aves percorrer grandes distâncias com um dispêndio mínimo de energia, mas implica que as migrações ocorram durante o dia.