A passagem do estado de natureza para o estado civil determina no homem


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Título:  ROUSSEAU: DA PASSAGEM DO ESTADO DE NATUREZA PARA O ESTADO DE SOCIEDADE.
Título(s) alternativo(s):  ROUSSEAU: From the passage of the state of nature to the state of Society.
Autor(es): 
Palavras-chave:  Rousseau; Estado de Natureza; Estado de Sociedade
Philosophy; State of Nature; Society State
Data do documento:  6-Jan-2014
Editor:  UFMA
Resumo:  Este trabalho enfatiza-se suas ideias, iniciando pelo Estado de Natureza, época em que Rousseau considera o homem é bom, feliz, igual e independente do outro. Apresenta-se os primeiros passos que teriam levado o homem a entrar na história e, conseqüentemente, ao Estado Civil. Mostra-se que o homem tornou-se corrupto, ambicioso, invejoso, e mal. Verifica-se o processo de corrupção – os respectivos progressos da decadência: Propriedade (pobre x ricos), Magistratura (poderosos x fracos) e Despotismo (senhor x escravos). Ressaltam-se os elementos que na linha do tempo marcaram a história e no decorrer se processou uma degeneração da humanidade resultando no Estado de Sociedade.
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1 – (UEM, 2016). “A passagem do estado de natureza para o estado civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo na sua conduta o instinto pela justiça e dando às suas ações a moralidade que antes lhe faltava. É só então que, tomando a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o homem, até aí levando em consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir baseando-se em outros princípios e a consultar a razão antes de ouvir suas inclinações. Embora nesse estado se prive de muitas vantagens que frui na natureza, ganha outras de igual monta: suas faculdades se exercem e se desenvolvem, suas ideias se alargam, seus sentimentos se enobrecem, toda a sua alma se eleva a tal ponto, que, se os abusos dessa nova condição não o degradassem frequentemente a uma condição inferior àquela donde saiu, deveria sem cessar bendizer o instante feliz que dela o arrancou para sempre e fez, de um animal estúpido e limitado, um ser inteligente e um homem.”

(ROUSSEAU, J-J. Do contrato social. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 36). A partir do excerto acima, assinale o que for correto.

01) A moral e a razão são produtos da vida social do homem, no sentido de seu completo desenvolvimento.
02) O estado de natureza representa a condição do homem natural em sua essência espiritual e biológica de simples indivíduo.
04) O uso das faculdades racionais representa um benefício para o homem, desde que utilizadas de forma correta.
08) O pacto social significa o retorno ao momento originário em que o homem apresentava suas capacidades instintivas, pulsionais e naturais.
16) Os sentimentos nobres representam o desenvolvimento espiritual do homem em sociedade, ou seja, levam em conta as regras e os padrões sociais do comportamento.

Resposta: 1 + 2 + 4 + 16 = 23.

2 – (UEM, 2016). “Deve-se compreender, nesse sentido, que, menos do que o número de votos, aquilo que generaliza a vontade é o interesse comum que os une, pois nessa instituição cada um necessariamente se submete às condições que impõe aos outros: admirável acordo entre o interesse e a justiça, que dá às deliberações comuns um caráter de equidade que vimos desaparecer na discussão de qualquer negócio particular, pela falta de um interesse comum que una e identifique a regra do juiz à da parte. Por qualquer via que se remonte ao princípio, chega-se sempre à mesma conclusão, a saber: o pacto social estabelece entre os cidadãos uma tal igualdade, que eles se comprometem todos nas mesmas condições e devem todos gozar dos mesmos direitos”.

(ROUSSEAU, J-J. Do contrato social. In ARANHA, M. Filosofar com textos: temas e história da Filosofia. São Paulo: Moderna, 2012, p. 427).

A partir do texto citado, assinale o que for correto.

01) O filósofo destaca a busca de uma igualdade política por meio de um pacto social que fundamente as relações em comunidade.

02) As discussões particulares ou privadas não visam o interesse comum e nem a equidade, por isso elas não podem normatizar a esfera pública.

04) Para o filósofo, o número de votos e mesmo as eleições são irrelevantes e descartáveis em uma comunidade política fundada no pacto social.

08) O contrato social nasce do comprometimento dos membros de uma comunidade em respeitar os direitos e princípios básicos que fundam essa comunidade.

16) A submissão à vontade geral propicia a realização de algo raro na vida política: a conjunção de justiça e interesse comum.

Resposta: 01 + 02 + 08 + 16 = 27.

3 – (UEM, 2015).  “Antes que a arte polisse nossas maneiras e ensinasse nossas paixões a falarem a linguagem apurada, nossos costumes eram rústicos, mas naturais. (…) No fundo, a natureza humana não era melhor, mas os homens encontravam sua segurança na facilidade de se perceberem reciprocamente, e essa vantagem, de cujo valor não temos mais noção, poupava-lhes muitos vícios. Atualmente, quando buscas mais sutis e um gosto mais fino reduziram a princípios a arte de agradar, reina entre nossos costumes uma uniformidade desprezível e enganosa, e parece que todos os espíritos se fundiram num mesmo molde: incessantemente a polidez impõe, o decoro ordena; incessantemente seguem-se os usos e nunca o próprio gênio. Não se ousa mais parecer tal como se é e, sob tal coerção perpétua, os homens que formam o rebanho chamado sociedade […]”.

(ROUSSEAU, J-J. Discurso sobre as ciências e as artes. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.336).

A partir da transcrição acima, assinale o que for correto.

01) As relações intersubjetivas representam uma ameaça para a vida em sociedade.
02) O exercício das ciências e das artes colaborou para obscurecer as virtudes.
04) O estado de natureza é rústico, mas favorável às manifestações espontâneas das emoções.
08) O estado de vida social é coletivo, uniforme e amorfo.
16) O estado de natureza é artificial, requintado e polido.

Resposta: 02 + 04 + 08 = 14.

4 – (UEM, 2015).  Na passagem a seguir, Jean-Jacques Rousseau considera a natureza e as modificações da linguagem falada: “Tais progressos não são nem fortuitos nem arbitrários; prendem-se às vicissitudes das coisas. As línguas se formam naturalmente baseadas nas necessidades dos homens, mudam e se alteram de acordo com as mudanças dessas mesmas necessidades. Nos tempos antigos, quando a persuasão constituía uma força pública, impunha-se a eloquência. De que serviria hoje, quando a força pública substitui a persuasão? Não se tem necessidade nem de arte nem de figura para dizer: assim o quero.”

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Ensaio sobre a origem das línguas. 2ª. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.198).

Sobre a passagem acima, assinale o que for correto.

01) O estado originário das línguas não corresponde ao estado atual em que se encontram.
02) As transformações linguísticas são inexplicáveis e independentes das necessidades humanas.
04) Nos tempos antigos, o controle social era acompanhado pela eloquência de quem exercia o poder.
08) A prática da linguagem proporciona a livre adesão intersubjetiva, ao contrário da violência, que a obriga.
16) O uso da força e da violência pressupõe o uso de figuras de linguagem.

Resposta: 01 + 04 + 08 = 13.

5 – (UEM, 2014).  “O abuso do tempo é um grande mal. Outros males ainda piores decorrem das letras e das artes. Assim é o luxo, nascido como elas da ociosidade e da vaidade dos homens. O luxo raramente anda sem as ciências e as artes, e estas nunca andam sem ele. Eu sei que nossa filosofia, sempre fecunda em máximas singulares, pretende, contra a experiência de todos os séculos, que o luxo faz o esplendor dos Estados; […] Nós temos físicos, geômetras, químicos, astrônomos, poetas, músicos, pintores. Não temos mais cidadãos, ou se ainda os restam, dispersos em nossos campos abandonados, eles perecem indigentes e desprezados. Este é o estado a que foram reduzidos, estes são os sentimentos que recebem de nós aqueles que nos fornecem o pão e que dão o leite a nossas crianças”.

(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre as ciências e as artes, segunda parte, in MARÇAL, J. Antologia de textos filosóficos. Curitiba: Seed, 2009, p. 580/581).

A partir do texto assinale o que for correto.

01) Segundo Rousseau, muitos males decorrem das ciências, das letras e das artes.

02) Rousseau defende que as ciências e as artes sejam luxuosas.

04) Rousseau chama a atenção para a separação entre as ciências e as artes em relação aos problemas políticos reais.

08) Para Rousseau, os cidadãos são os mendigos e os indigentes.

16) Rousseau ressalta o desprezo dos aspectos políticos em relação à exaltação dos saberes artístico e científico.

Resposta: 01 + 04 + 16 = 21.

6 – (UEM, 2014).  “Suponhamos os homens chegando àquele ponto em que os obstáculos prejudiciais à sua conservação no estado de natureza sobrepujam, pela sua resistência, as forças de que cada indivíduo dispõe para manter-se neste estado. Então, esse estado primitivo já não pode subsistir, e o gênero humano, se não mudasse de modo de vida, pereceria. […] ‘Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes’. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece.”

(ROUSSEAU. J-J. O Contrato Social. São Paulo: Editora Nova Cultural, 2005, p. 69-70).

A partir do trecho citado, assinale o que for correto.

01) A sociedade civil que nasce do contrato social exige a instalação de um poder político absoluto sobre todos os cidadãos.

02) O estado de natureza pode colocar em risco a vida humana e, no limite, até o gênero humano.

04) O contrato social proposto é um acordo entre os homens para solucionar, entre outras dificuldades, os problemas relativos à conservação da vida presente no estado de natureza.

08) A liberdade política na sociedade civil é mais limitada em relação à liberdade presente no estado de natureza.

16) A sociedade civil deve proteger não somente os indivíduos contratantes, mas também as suas propriedades.

Resposta: 02 + 04 + 16 = 22.

7 – (UEM, 2013).  “A passagem do estado natural ao estado civil produz no homem uma mudança notável, substituindo em sua conduta o instinto pela justiça, e conferindo às suas ações a moralidade que anteriormente lhes faltava. É somente então que a voz do dever, sucedendo ao impulso físico e o direito ao apetite, o homem, que até esse momento só tinha olhado para si mesmo, se visse forçado a agir por outros princípios e consultar a razão antes de ouvir seus pendores. […] Reduzamos todo este balanço a termos fáceis de comparar; o que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo que o tenta e pode alcançar; o que ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui”

(ROUSSEAU, J. J. O Contrato Social. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 606-607).

A partir do trecho citado, assinale o que for correto.

01) O estado civil implica a conquista de novos direitos e a conservação da liberdade civil para os homens.
02) A racionalidade inerente ao homem é um dos fatores fundamentais para sua opção em viver no Estado civil.
04) No estado de natureza, não havia moralidade nas ações humanas, porque os homens cediam aos impulsos e aos apetites naturais.
08) A transformação que ocorre no homem na passagem do estado de natureza para a sociedade civil é a troca da ação instintiva pela ação regulada pela razão e pela moralidade.
16) Na sociedade civil, o homem fica limitado politicamente, visto que perde sua liberdade natural.

Resposta: 1 + 2 + 4 + 8 = 15.

8 – (UEM, 2012). O filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) diz no Contrato Social: “A passagem do estado natural ao estado civil produz no homem uma mudança notável, substituindo em sua conduta o instinto pela justiça, e conferindo às suas ações a moralidade que anteriormente lhes faltava. […] O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo que o tenta e pode alcançar; o que ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui.”

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Contrato Social. In: Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED-PR, 2009, p. 606-607.)

A partir desse trecho, que reproduz uma concepção clássica da filosofia política contratualista, é correto afirmar que:

01) A opção pelo contrato social ocorre porque não há garantias jurídicas no estado natural.
02) O estado natural é pautado por condutas instintivas porque não há limitações cívicas ou legais.
04) O contrato social garante mais liberdade civil porque os homens agem moralmente.
08) A liberdade civil não é uma conquista para os homens porque eles perdem seu maior bem, a liberdade instintiva.
16) O estado natural é inseguro e injusto porque não há homens moralmente corretos.

Resposta: 1 + 2 + 4 = 7.

9 – (PUC-PR, 2015). Leia o fragmento a seguir, extraído do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Rousseau:

“É do homem que devo falar, e a questão que examino me indica que vou falar a homens, pois não se propõem questões semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois, com confiança a causa da humanidade perante os sábios que a isso me convidam e não ficarei descontente comigo mesmo se me tornar digno de meu assunto e de meus juízes”.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159.

A partir da teoria contratualista de Rousseau, assinale a alternativa que representa aquilo que o filósofo de Genebra pretende defender na obra.

a) Que a desigualdade social é permitida pela lei natural e, portanto, o Estado não é responsável pelo conflito social.   

b) Que a desigualdade social é autorizada pela lei natural, ou seja, que a natureza não se encontra submetida à lei.   

c) Que no estado natural existe apenas o direito de propriedade.   

d) Que a desigualdade moral ou política é uma continuidade daquilo que já está presente no estado natural.   

e) Que há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a primeira, natural, e a segunda, moral ou política.   

Resposta: E.

10 – (UNESP, 2014).  A China é a segunda maior economia do mundo. Quer garantir a hegemonia no seu quintal, como fizeram os Estados Unidos no Caribe depois da guerra civil. As Filipinas temem por um atol de rochas desabitado que disputam com a China. O Japão está de plantão por umas ilhotas de pedra e vento, que a China diz que lhe pertencem. Mesmo o Vietnã desconfia mais da China do que dos Estados Unidos. As autoridades de Hanói gostam de lembrar que o gigante americano invadiu o México uma vez. O gigante chinês invadiu o Vietnã dezessete.

(André Petry. O Século do Pacífico. Veja, 24.04.2013. Adaptado.)

A persistência histórica dos conflitos geopolíticos descritos na reportagem pode ser filosoficamente compreendida pela teoria 

a) iluminista, que preconiza a possibilidade de um estado de emancipação racional da humanidade. 

b) maquiavélica, que postula o encontro da virtude com a fortuna como princípios básicos da geopolítica. 

c) política de Rousseau, para quem a submissão à vontade geral é condição para experiências de liberdade. 

d) teológica de Santo Agostinho, que considera que o processo de iluminação divina afasta os homens do pecado. 

e) política de Hobbes, que conceitua a competição e a desconfiança como condições básicas da natureza humana. 

Resposta: C.

11 – (UEL, 2013). Leia o texto a seguir.

A questão não está mais em se um homem é honesto, mas se é inteligente. Não perguntamos se um livro é proveitoso, mas se está bem escrito. As recompensas são prodigalizadas ao engenho e ficam sem glórias as virtudes. Há mil prêmios para os belos discursos, nenhum para as belas ações.

(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre as ciências e as artes. 3.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.348. Coleção Os Pensadores.)

O texto apresenta um dos argumentos de Rousseau à questão colocada em 1749, pela Academia de Dijon, sobre o seguinte problema: O restabelecimento das Ciências e das Artes terá contribuído para aprimorar os costumes?

Com base nas críticas de Rousseau à sociedade, assinale a alternativa correta.

a) As artes e as ciências geralmente floresceram em sociedades que se encontravam em pleno vigor moral, em que a honra era a principal preocupação dos cidadãos. 

b) A emancipação advém da posse e do consumo exclusivo e diferenciado de bens de primeira linha, uma vez que o luxo concede prestígio para quem o possui. 

c) Os envolvidos com as ciências e as artes adquirem, com maior grau de eficiência, conhecimentos que lhes permitem perceber a igualdade entre todos. 

d) O amor-próprio é um sentimento positivo por meio do qual o indivíduo é levado a agir moralmente e a reconhecer a liberdade e o valor dos demais. 

e) O objetivo das investigações era atingir celebridade, pois os indivíduos estavam obcecados em exibir-se, esquecendo-se do amor à verdade. 

Resposta: E.

12 – (ENEM, 2012). O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo. 

ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 

A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que 

a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza. 

b) as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural. 

c) o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele. 

d) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. 

e) as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político. 

Resposta: A.

13 – (UNIOESTE, 2011)

“A passagem do estado de natureza para o estado civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo na sua conduta o instinto pela justiça dando às suas ações a moralidade que antes lhes faltava. É só então que, tomando a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o homem, até aí levando em consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir baseado em outros princípios e a consultar e ouvir a razão antes de ouvir suas inclinações. Embora nesse estado se prive de muitas vantagens que frui da natureza, ganha outras de igual monta: suas faculdades se exercem e se desenvolvem, suas ideias se alargam, seus sentimentos se enobrecem, toda sua alma se eleva a tal ponto que (…) deveria sem cessar bendizer o instante feliz que dela o arrancou para sempre e fez, de um animal estúpido e limitado, um ser inteligente e um homem”.

Rousseau.

Com base no texto, seguem as seguintes afirmativas:

I. A mudança significativa que ocorre para o homem, na passagem do estado natural para o estado civil, é a de que o homem passa a conduzir-se pelos instintos, como um “animal estúpido e limitado”.

II. A conduta do homem, no estado natural, é baseada na justiça e na moralidade e em conformidade com princípios fundados na razão.

III. Ao ingressar no estado civil, na sua conduta, o homem substitui a justiça pelo instinto e apetite, orientando-se, apenas, pelas suas inclinações e não pela “voz do dever” e sem “ouvir a razão”.

IV. Com a passagem do estado de natureza para o estado civil, o homem passa a agir baseado em princípios da justiça e da moralidade, orientando-se antes pela razão do que pelas inclinações.

V. Com a passagem do estado de natureza para o estado civil, o homem obtém vantagens que o faz um “ser inteligente e um homem”, obtendo, assim a “liberdade civil”, submetendo-se, apenas, “à lei que prescrevemos a nós mesmos”.

Assinale a alternativa correta. 

a) Apenas I e II estão corretas. 

b) Apenas II e III estão corretas. 

c) Apenas I e V estão corretas. 

d) Apenas IV e V estão corretas. 

e) Apenas II e V estão corretas. 

Resposta: D.

14 – (UFPA, 2011)

“A soberania não pode ser representada pela mesma razão por que não pode ser alienada, consiste essencialmente na vontade geral e a vontade absolutamente não se representa. (…). Os deputados do povo não são nem podem ser seus representantes; não passam de comissários seus, nada podendo concluir definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente não ratificar; em absoluto, não é lei”.

(ROUSSEAU, J.J. Do contrato social, São Paulo, Abril Cultural, 1973, livro III, cap. XV, p. 108-109).

Rousseau, ao negar que a soberania possa ser representada preconiza como regime político: 

a) um sistema misto de democracia semidireta, no qual atuariam mecanismos corretivos das distorções da representação política tradicional. 

b) a constituição de uma República, na qual os deputados teriam uma participação política limitada. 

c) a democracia direta ou participativa, mantida por meio de assembleias frequentes de todos os cidadãos. 

d) a democracia indireta, pois as leis seriam elaboradas pelos deputados distritais e aprovadas pelo povo. 

e) um regime comunista no qual o poder seria extinto, assim como as diferenças entre cidadão e súdito. 

Resposta: C.

15 – (UEL, 2010). Leia o seguinte texto de Rousseau e responda.

“[…] só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade de sua instituição, que é o bem comum, porque, se a oposição dos interesses particulares tornou necessário o estabelecimento das sociedades, foi o acordo desses mesmos interesses que o possibilitou. O que existe de comum nesses vários interesses forma o liame social e, se não houvesse um ponto em que todos os interesses concordassem, nenhuma sociedade poderia existir. Ora, somente com base nesse interesse comum é que a sociedade deve ser governada”.

(ROUSSEAU, J.J. Do contrato social. 5. edição. São Paulo: Nova Cultural, 1991, p. 43).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre contrato social e vontade geral no pensamento de Rousseau, é correto afirmar: 

a) A vontade geral, fundamento da ordem social e política, consiste na soma e, por sua vez, na concordância de todas as vontades individuais, as quais por natureza tendem para a igualdade. 

b) Pelo contrato social, a multidão promete obedecer a um senhor, a quem transmite a vontade coletiva e, por este ato de doação, torna-se povo e institui-se o corpo político. 

c) Pelo direito natural, a vontade geral se realiza na concordância manifesta pela maioria das vontades particulares, reunidas em assembleia, que reivindicam para si o poder soberano da comunidade. 

d) Por força do contrato social, a lei se torna ato da vontade geral e, como tal, expressão da soberania do povo e vontade do corpo político, que deve partir de todos para aplicar-se a todos. 

e) O contrato social, pelo qual o povo adquire sua soberania, decorre da predisposição natural de cada associado, permitindo-lhe manter o seu poder, de seus bens e da própria liberdade. 

Resposta: D.

16 – (UFPA, 2010). Em O Contrato Social, após reconhecer as vantagens da instituição do estado civil, Rousseau afirma a necessidade de se acrescentar à aquisição deste estado a liberdade moral, pois só assim o homem torna-se senhor de si mesmo.

Com base nessa concepção, é correto afirmar: 

a) O estado civil é o único em que o homem pode viver em liberdade. 

b) No estado de natureza, todos os homens viviam em situação de escravidão moral. 

c) Na vida civil, os impulsos imorais do homem se acomodam incondicionalmente às regras do Estado de Direito. 

d) Não devemos situar em um mesmo plano civilidade e moralidade. 

e) Estado, lei e liberdade são uma só e mesma coisa. 

Resposta: D.

17 – (UEL, 2009). Oswald de Andrade, no Manifesto Antropofágico, procurou transformar o “bom selvagem” de Rousseau num aguerrido selvagem devorador, que digere e transforma a cultura europeia do colonizador, tornando-a parte de sua própria cultura. Considerando a questão do “bom selvagem” no pensamento de Rousseau, é correto afirmar. 

a) A idealização do bom selvagem, no estado de natureza, representa a exaltação da animalidade do homem primitivo que, no estado civil, adquire forma agressiva. 

b) A felicidade original do bom selvagem se realiza no suor de seu trabalho em sua propriedade, de onde retira o necessário para a sua sobrevivência. 

c) O homem, degenerado pela civilização, só poderá recuperar a felicidade no estado de natureza com o retorno à vida isolada no meio das florestas. 

d) No estado de natureza, o bom selvagem busca satisfazer sua necessidade inata de reconhecimento de si e de admiração pelo outro. 

e) No estado de natureza, o bom selvagem é autossuficiente e vive isolado, sobrevivendo com o que a natureza lhe provê e de acordo com suas necessidades inatas. 

Resposta: E.

18 – (UEG, 2009). Entendia o filósofo Jean-Jacques Rousseau que a sociedade civil é resultado das transformações que a espécie humana sofreu ao longo de sua história, sobretudo da condição de selvagem para a condição de homem civilizado. O que permitiu essa transformação, segundo este filósofo, é a perfectibilidade. Selecione, nos itens a seguir, aquele que expressa o sentido de perfectibilidade em Rousseau, ou seja, a capacidade que o homem tem de 

a) aperfeiçoar-se.

b) encontrar soluções para seus problemas. 

c) enfrentar seus medos. 

d) escapar dos perigos. 

Resposta: A.

19 – (PUC-PR, 2009). “O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo”. 

Levando em conta a principal ideia que Rousseau quer transmitir com essa afirmação, assinale a alternativa verdadeira: 

a) A propriedade privada, já existente antes da sociedade civil, trouxe a possibilidade de melhor organização entre os indivíduos e, consequentemente, facilitou sua convivência. 

b) A propriedade privada é um direito natural fundado no trabalho. 

c) A expressão “isto é meu” da frase de Rousseau quer mostrar que naturalmente o homem anseia por propriedade privada. 

d) A sociedade civil tem sua origem na propriedade privada que, junto consigo, trouxe os principais problemas entre os homens. 

e) O fundador da sociedade civil era um pensador grego que tinha grande capacidade de persuasão.

Resposta: D.

20 – (UNICAMP, 2012) 

“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais não deixa de ser mais escravo do que eles. (…) A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. (…) Haverá sempre uma grande diferença entre subjugar uma multidão e reger uma sociedade. Sejam homens isolados, quantos possam ser submetidos sucessivamente a um só, e não verei nisso senão um senhor e escravos, de modo algum considerando-os um povo e seu chefe. Trata-se, caso se queira, de uma agregação, mas não de uma associação; nela não existe bem público, nem corpo político”.

Jean-Jacques Rousseau, Do contrato social. [1762]. São Paulo: Ed. Abril, 1973, p. 28, 36).

No trecho apresentado, o autor 

a) argumenta que um corpo político existe quando os homens encontram-se associados em estado de igualdade política.

b) reconhece os direitos sagrados como base para os direitos políticos e sociais. 

c) defende a necessidade de os homens se unirem em agregações, em busca de seus direitos políticos. 

d) denuncia a prática da escravidão nas Américas, que obrigava multidões de homens a se submeterem a um único senhor. 

Resposta: A.

21 –  (UNICAMP, 2012). Sobre Do Contrato Social, publicado em 1762, e seu autor, é correto afirmar que: 

a) Rousseau, um dos grandes autores do Iluminismo, defende a necessidade de o Estado francês substituir os impostos por contratos comerciais com os cidadãos. 

b) A obra inspirou os ideais da Revolução Francesa, ao explicar o nascimento da sociedade pelo contrato social e pregar a soberania do povo. 

c) Rousseau defendia a necessidade de o homem voltar a seu estado natural, para assim garantir a sobrevivência da sociedade. 

d) O livro, inspirado pelos acontecimentos da Independência Americana, chegou a ser proibido e queimado em solo francês. 

Resposta: B.

22 – (UEL, 2004). “Não sendo o Estado ou a Cidade mais que uma pessoa moral, cuja vida consiste na união de seus membros, e se o mais importante de seus cuidados é o de sua própria conservação, torna-se-lhe necessária uma força universal e compulsiva para mover e dispor cada parte da maneira mais conveniente a todos. Assim como a natureza dá a cada homem poder absoluto sobre todos os seus membros, o pacto social dá ao corpo político um poder absoluto sobre todos os seus, e é esse mesmo poder que, dirigido pela vontade geral, ganha, como já disse, o nome de soberania.”

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Trad. de Lourdes Santos Machado. 3.ed. São Paulo: Nova Cultural, 1994. p. 48.)

De acordo com o texto e os conhecimentos sobre os conceitos de Estado e soberania em Rousseau, é correto afirmar.

a) A soberania surge como resultado da imposição da vontade de alguns grupos sobre outros, visando a conservar o poder do Estado.

b) O estabelecimento da soberania está desvinculado do pacto social que funda o Estado.

c) O Estado é uma instituição social dependente da vontade impositiva da maioria, o que configura a democracia.

d) A conservação do Estado independe de uma força política coletiva que seja capaz de garanti-lo.

e) A soberania é estabelecida como poder absoluto orientado pela vontade geral e legitimado pelo pacto social para garantir a conservação do Estado.

Resposta: E.

23 –  (MACKENZIE) Assinale a alternativa em que aparecem as principais ideias de Jean Jacques Rousseau em sua obra O CONTRATO SOCIAL.

a) Cada homem é inimigo do outro, está em guerra com o próximo e por esta razão cria o Estado para sua própria defesa e proteção.

b) O Estado é uma realidade em si e é necessário conservá-lo, reforçá-lo e eventualmente reformá-lo, reconhecendo uma única finalidade: sua prosperidade e grandeza.

c) O governante deve dar um bom exemplo para que os súditos o sigam. Através da educação e de rituais, os homens de capacidade aprenderiam e transmitiriam os valores do passado.

d) Que as classes dirigentes tremam ante a ideia de uma revolução! Os trabalhadores devem proclamar abertamente que seu objetivo é a derrubada violenta da ordem social tradicional.

e) A única esperança de garantir os direitos de cada indivíduo é a organização da sociedade civil, cedendo todos os direitos à comunidade, para que seja politicamente justo o que a maioria decidir.

Resposta: E.

24 – (UNESP, 2012). Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o contrato social oferece. […] Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. 

(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983). 

O texto apresenta características: 

a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma sociedade. 

b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.

c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os membros de uma sociedade. 

d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores. 

e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do Estado. 

Resposta: C

25 – (ENEM, 2018).

TEXTO I

Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.

(Hobbes. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983)

TEXTO II

Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.

[Rousseau. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado)].

Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma

a) predisposição ao conhecimento.

b) submissão ao transcendente.

c) tradição epistemológica.

d) condição original.

e) vocação política.

Resposta: D.

26 – (UEM, 2018). Na investigação sobre o fundamento da associação política, o pensamento moderno apresenta as chamadas teorias contratualistas. Caso expressivo desse pensamento é J. J. Rousseau, para quem o contrato que institui a sociedade política é realizado por todo o povo consigo mesmo.

A respeito da teoria contratualista de Rousseau, assinale o que for correto.

01) As duas partes contratantes se reduzem a uma só, o povo, que pode ser considerado soberano e súdito.

02) Somente é legítimo obedecer às leis se elas são expressão da vontade geral.

04) Para Rousseau, diferentemente de Étienne de La Boétie, a história das comunidades políticas não é a história da servidão.

08) Essa nova associação recebe o nome de República ou de corpo político, o que antigamente levava o nome de cidade.

16) Ao violar-se o pacto social o homem perde sua liberdade natural.

Resposta: 1 + 2 + 8 = 11.

27 – (UEL, 2019). Leia o texto a seguir.

Por que só o homem é suscetível de tornar-se imbecil? […] O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.

(ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Trad. Lourdes Santos Machado, 3. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. pp. 243; 259).

Com base nos conhecimentos sobre sociedade civil, propriedade e natureza humana no pensamento de Rousseau, assinale a alternativa correta.

a) A instauração da propriedade decorre de um ato legítimo da sociedade civil, na medida em que busca atender às necessidades do homem em estado de natureza.

b) A instauração da propriedade e da sociedade civil cria uma ruptura radical do homem consigo mesmo e de distanciamento da natureza.

c) A fundação da sociedade civil é legitimada pela racionalidade e pela universalidade do ato de instauração da propriedade privada.

d) O sentimento mais primitivo do homem, que o leva a instituir a propriedade, é o reconhecimento da necessidade da propriedade para garantir a subsistência.

e) A sociedade civil e a propriedade são expressões da perfectibilidade humana, ou seja, da sua capacidade de aperfeiçoamento.

Resposta: B.

28 – (UEL, 2020).

Leia o texto a seguir.

A “Querela do luxo” foi um dos mais intensos debates do século XVIII na França e consistiu em defender o luxo como sinal do progresso da humanidade, ou em atacá-lo como signo de decadência. Rousseau, partidário da segunda via, num dos seus textos, afirma:

A vaidade e a ociosidade, que engendram nossas ciências, também engendram o luxo. […] Eis como o luxo, a dissolução e a escravidão foram […] o castigo dos esforços orgulhosos que fizemos para sair da ignorância feliz na qual nos colocara a sabedoria eterna. […] Creem embaçar-me terrivelmente perguntando-me até onde se deve limitar o luxo. Minha opinião é que absolutamente não se precisa dele. Para além da necessidade física, tudo é fonte de mal.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Trad. Lourdes Santos Machado, 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.395; 341; 410.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria política e antropológica de Rousseau e a compreensão do autor acerca das ciências, das artes e do luxo, considere as afirmativas a seguir.

I. A crítica de Rousseau às ciências e às artes e, por extensão, ao luxo, resulta da sua compreensão da natureza humana, na qual a necessidade física é o critério decisivo sobre o que é bom para a humanidade.

II. Em sua teoria política, Rousseau dirige a crítica às ciências, às artes e ao luxo, por identificar neles a vigência de um princípio que sacrifica a possibilidade da criação de uma sociedade minimamente justa.

III. A vaidade e a ociosidade, que engendram o luxo, são uma constante da natureza humana, razão pela qual também as ciências e as artes são expressões necessárias da natureza humana.

IV. A defesa da feliz ignorância, na qual nasce cada ser humano, leva Rousseau a legitimar formas de governo caracterizadas pelo sacrifício da inteligência e da crítica e pela obediência a um poder soberano.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Resposta: A.

29 – (UNESP, 2020). Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. […] um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia […]. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado […].

(Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983).

O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do

(A) coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de estatização.

(B) humanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização no trabalho.

(C) socialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade socioeconômica.

(D) corporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade nacional.

(E) contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania.

Resposta: E.

30 – (UEM, 2019). “[….] uma observação que deverá servir de base a todo sistema social: o pacto fundamental, em lugar de destruir a igualdade natural, pelo contrário substitui por uma igualdade moral e legítima aquilo que a natureza poderia trazer de desigualdade física entre os homens, os quais, podendo ser desiguais na força ou no gênio, todos se tornam iguais por convenção e direito. Afirmo, pois, que a soberania, não sendo senão o exercício da vontade geral, jamais pode alienar-se, e que o soberano, que nada é senão um ser coletivo, só pode ser representado por si mesmo. O poder pode transmitir-se; não, porém, a vontade.”

(ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. Apud ARANHA, M. L. de A. Filosofando. São Paulo: Moderna, 1993, p. 229).

A partir desse fragmento e do pensamento político de Rousseau, assinale o que for correto.

01) O contrato social para Rousseau se origina do consentimento unânime, em que cada associado se aliena de todos os seus direitos.

02) Ao alienar-se em favor da comunidade, cada associado nada perde, pois, como povo incorporado, mantém sua soberania.

04) A soberania do povo para Rousseau é inalienável, ou seja, não pode ser representada.

08) Como a vontade geral é a soma da vontade de todos (considerados individualmente), ela não pode ser a expressão da lei.

16) O homem, no pensamento político de Rousseau, é livre na medida em que oferece o livre consentimento à lei.

Resposta: 1 + 2 + 4 + 16.

31 – (SEE-SP, 2013).

Jean-Jacques Rousseau escolheu a imagem a seguir para o frontispício da edição de 1801 de seu Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. Ela representa um nativo do sudoeste da África, um hotentote, retornando “para os seus iguais”, como informa a legenda que acompanha a figura. Imagem e legenda se referem a uma anedota então conhecida: um jovem hotentote fora trazido para a Europa e demonstrara grande aptidão em se adaptar e assimilar outra cultura. Mas, após uma visita aos seus parentes, decidiu voltar para os seus.

(Ilustração de Moreau le Jeune, in //collections.lacma.org/node/225471)

A respeito da relação entre a imagem e a antropologia de Rousseau, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.

(   ) Para Rousseau, a origem da desigualdade entre os homens se relaciona à dicotomia entre natural e artificial, expressa visualmente na distinção entre o selvagem e o homem
civilizado.

(   ) Para o filósofo, a maneira de viver dos europeus não tem valor universal, como ilustra o ato do hotentote de se despir e voltar “para os seus iguais”.

(   ) A imagem ilustra o regresso do hotentote ao estado natural, exemplificando a teoria de Rousseau sobre a gênese histórica das culturas e das sociedades civis e a consequente corrupção do homem natural.

As afirmativas são, respectivamente,

a)  F, V e F.

b) F, V e V.

c) V, F e F.

d) V, V e F.

e) F, F e V.

Resposta: D.

32 – (COPESE-UFT) Rousseau, na obra Do contrato social, afirma: “Proponho-me a investigar se pode haver na ordem civil uma regra de administração legítima e confiável que tome os homens tais como são e as leis tais como podem ser. Tentarei sempre conciliar nesta pesquisa o que é permitido pelo direito com o que é prescrito pelo interesse, a fim de que a justiça e a utilidade não fiquem em desarmonia”. Desta forma, o autor estabelece desde o início alguns termos essenciais do seu pensamento político.

No que concerne às bases das instituições políticas e sociais e à concretização dos princípios do direito político e da justiça em Rousseau, é CORRETO afirmar que a noção de “contrato social” se orienta fundamentalmente:

a) à conservação da condição de igualdade entre os cidadãos, à concretização do estado de direito e à garantia de um grau suficiente de igualdade material.

b) à autopreservação da vida, à livre iniciativa do trabalho e à propriedade privada como direitos fundamentais e inalienáveis do indivíduo.

c) à obediência irrestrita ao soberano e às suas leis em função da garantia da segurança pessoal no estado civil e do progresso material da sociedade.

d) à sacralidade da propriedade privada, do estado de direito e do respeito às diferenças entre os homens como condições para a validade de todo contrato.

Resposta: A.

33 – (UFU-MG – 2015) Dentre os filósofos do chamado século das luzes, que preconizavam a difusão do saber como o meio mais eficaz para se pôr fim à superstição, à ignorância, ao império da opinião e do preconceito, e que acreditavam estar dando uma contribuição enorme para o progresso do espírito humano, Rousseau, certamente, ocupa um lugar não muito cômodo.

NASCIMENTO, M.M. Rousseau: da servidão à liberdade. In: WEFFORT, Francisco C.  Os clássicos da política, v. 1. São Paulo: Ática, 1991, p. 189.

Sobre a filosofia política de Rousseau, é correto afirmar que:

a) Uma vez instaurado governo como corpo submisso à autoridade soberana, ulterior esforço de manutenção deste estado torna-se desnecessário.

b) As formas clássicas de governo aristocrático são incompatíveis com a ideia de um povo soberano.

c) Apenas por um pacto legítimo os homens, após terem perdido a sua liberdade natural, podem receber, em troca, a liberdade civil.

d) A ação política/governamental é boa em si quando leva em consideração a natureza própria do ser humano, da sua índole natural.

Resposta: C.

Por que o homem passa do Estado de Natureza para o estado civil?

Sendo assim, celebram um pacto ou contrato social no qual passam a estar submetidos a um governo que possa, através das leis, garantir-lhes uma vida segura. Os seres humanos abandonam o Estado de Natureza e dão origem ao Estado Civil por meio do contrato social.

O que significa a passagem do Estado de Natureza para o estado civil?

Este pode ser entendido como a ausência de sociedade, é anterior a sociedade civil. Hobbes afirmava que o Estado de Natureza nada mais era do que qualquer situação onde não existe governo. Locke por sua vez, entendia que o Estado de Natureza era uma situação onde as pessoas se submetiam às Leis da natureza.

Como se dar a passagem do Estado de Natureza para o estado civil?

(UNIOESTE - 2011)A passagem do estado de natureza É só então que, tomando a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o homem, até aí levando em consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir baseado em outros princípios e a consultar e ouvir a razão antes de ouvir suas inclinações.

Como Rousseau descreve o homem no Estado de Natureza?

No estado de natureza, afirma Rousseau, o homem tinha uma vida essencialmente animal. A rude existência das florestas fez dele um ser robusto, ágil, com os sentidos aguçados, pouco sujeito às doenças, das quais a maioria nasce da vida civilizada.

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