Criado: Segunda, 02 de Abril de 2018, 11h37 | Publicado: Terça, 03 de Abril de 2018, 00h03 | Última atualização em Segunda, 02 de Abril de 2018, 11h48 | Acessos: 37507 Por Elias Santana (publicado originalmente no Blog Gran Cursos Online) Em tempos de intensa conectividade, uma das modalidades educacionais mais usadas – e elogiadas – hodiernamente é a virtual. Apesar da pouca interação interpessoal (que também faz parte do processo de ensino e aprendizagem), poder estudar em casa, por meio da internet, possui significativas vantagens, como a economia de tempo e dinheiro e o autogerenciamento do ritmo de estudos. Com isso, uma expressão ganhou notoriedade: educação a distância. Existe um consenso entre gramáticos: caso a distância não seja especificada, não se deve usar o sinal indicativo de crase. As seguintes construções, portanto, são consideradas corretas: (1) Educação a distância. (2) Ensino a distância (3) Atendimento a distância. (4) A mãe observava a evolução do filho a distância. (5) Note que, nos três casos apresentados, o vocábulo “distância” foi usado em sentido genérico. A situação é um pouco diferente caso, no texto, a distância seja especificada. Se isso acontecer, o sinal indicativo de crase passar a ser obrigatório! Veja: (6) Eu estudava à distância de 300 metros da minha casa. (7) O atendimento foi feito à distância de 15 quilômetros do acidente. (8) Há um universo de conhecimento à distância de um clique! Agora, além de conhecer mais sobre o uso da locução “a distância”, você também aprendeu um pouco mais sobre o sinal indicativo de crase! Logo, você não tem mais motivos para usar apenas a sigla EaD para designar a sua forma de estudar! Não tenha vergonha! Use – ou deixe de usar – o acento grave sem medo! Fim do conteúdo da páginaUm meme que entrou na moda recentemente diz o seguinte: “Estou assustado. A distância entre 2022 e 1980 é a mesma que separa 1980 de 1938”. Confesso que também fiquei aterrorizado ao ler essa frase. Forcei-me a fazer uma conta para constatar que aquela era a pura verdade. Para algumas pessoas, como eu, o ano de 1980 parece ter ocorrido pouco tempo atrás. Mas os números são implacáveis: no calendário, se passaram 42 anos. E, de fato, a Terra girou 42 vezes ao redor do Sol entre 1938 e 1980. Quando eu penso com a minha cabeça de adolescente em 1980, percebo o quanto 1938 parecia longe para mim naquela época. Aquele adolescente de 42 anos atrás via 1938 como o último estágio de paz na Europa, antes da Segunda Guerra Mundial. No rádio, as músicas mais tocadas eram “As Pastorinhas”, com Silvio Monteiro, e “Na Baixa do Sapateiro”, com Carmem Miranda. Nos Estados Unidos, as grandes bandas estavam em moda, com Benny Goodman, Duke Ellington e Tommy Dorsey. O maior cantor da época? Bing Crosby, também uma estrela de Hollywood. Falando em Hollywood, foi o ano em que “O Mágico de Oz” foi produzido e que Betty Davis ganhou o Oscar por “Jezebel”. Para aqueles que são cinquentões, como eu, esses destaques artísticos são uma velharia atroz. Mas, e em 1980? As estações de rádio tocavam sem parar “Balancê”, de Gal Costa e “Another Brick in the Wall”, da banda Pink Floyd. As maiores bilheterias do cinema foram “O Império Contra-Ataca”, “Como Eliminar seu Chefe” e o primeiro episódio da saga “Sexta-Feira 13” (a franquia está em sua décima-segunda película). Foi um ano marcado pela tragédia: em 8 de dezembro, John Lennon foi assassinado com um tiro em frente ao prédio Dakota, onde morava em Nova York. Três semanas antes, Lennon e Yoko Ono (imagem) tinham lançado o álbum “Double Fantasy”. Curiosamente, eu deveria me sentir um idoso ao constatar que os anos 1980 estão vivos em minha memória, apesar de distantes. Mas encaro esse passado sem saudosismo – e abraçando as transformações deste Século 21 sem amargura ou ressentimento. Talvez essa seja uma lição importante que aprendemos depois de muita experiência: não adianta se irritar com as novidades que vão enterrando aos poucos o mundo que você conhecia tão bem e no qual se sentia tão confortável. Em vez da irritação ou da frustração, tente a curiosidade e a capacidade de compreensão das mudanças. Ao abraçar o novo, nos manteremos jovens. Mesmo que a cor de nossos cabelos diga o contrário.
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