Perguntas e Respostas 10 de janeiro de 201118 de fevereiro de 2018 Antidrogas Do ponto de vista do princípio ativo, ambos são a mesma substância. A diferença está da forma de apresentação (“pedra”, para o crack, e pó branco cristalino, para a cocaína), e na forma com exercem sua ação. A cocaína é aspirada e absorvida pela mucosa nasal, ou diluída em água e injetada na veia. Demora cerca de 5 minutos para chegar ao cérebro (onde apenas um terço da cocaína aspirada vai chegar) e seus efeitos duram em média 60 minutos. drugs 3.6 Ler o folheto
A cocaína e o crack podem ser ingeridos oralmente, pelo nariz (inalados), por meio de injecção intravenosa, ou, no caso do crack, pela inalação dos vapores após o seu aquecimento. Entre os termos usados para descrever as formas de consumo incluem–se mastigar, “snifar”, tomar um pico ou injectar e fumar. A palavra cocaína refere–se à droga em pó (cocaína) e em forma de cristais (crack). É feito a partir da planta de coca e, juntamente com a metanfetamina, 1 cria a maior dependência psicológica de todas as drogas. Efeitos a curto prazo:A cocaína provoca uma elevação intensa durante um período curto, que é seguida imediatamente pelos sentimentos intensos opostos de depressão e nervosismo e uma ânsia por mais droga. As pessoas que a usam não comem nem dormem adequadamente. Elas podem sofrer uma frequência cardíaca muito elevada, espasmos musculares e convulsões. A droga pode fazer com que a pessoa pareça paranoica, irritada, hostil e ansiosa, inclusive quando não está eufórica. Efeitos a Longo Prazo:Para além dos efeitos mencionados, a cocaína pode causar irritabilidade, transtornos do estado de ânimo, insónia, paranoia e alucinações auditivas. A tolerância à droga aumenta de maneira que se torna necessário mais droga para produzir a mesma euforia. Quando os efeitos da droga passam, causam uma depressão severa, que se torna mais e mais profunda após cada consumo. Isto pode tornar–se tão grave que a pessoa fará qualquer coisa para conseguir a droga. E se ele ou ela não consegue obter a cocaína, a depressão pode tornar–se tão intensa que pode levar o dependente ao suicídio.
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NOMES DE RUACRACK COCAINE 24 horas 7 dias por semana Pedra Basukos Ball Base Pedrada Doce (EUA) Química (EUA) Nuvem (EUA) Cookies (EUA) Crack Migalhas Crunch e munch (EUA) Droga do Diabo Dado Dadinho Fat bags (sacos gordos — EUA) French fries (Batata Frita — EUA) Glo (EUA) Gravel (EUA) Grit (EUA) Granizo Hard ball (EUA) Hard rock (EUA) Hotcakes Ice cube (EUA) Jelly beans Kryptonite (EUA) Nuggets (EUA) Paste (EUA) Peça Prime time (EUA) Produto Raw (EUA) Base Rock star (EUA) Rox/Roxanne (EUA) Scrabble (estalo — EUA) Sleet (EUA) Neve Coca Sugar block (torrão de açúcar — EUA) Topo (Espanhol) Tornado Troop (viagem — EUA) drugs Moléculas iguais, classes sociais diferentes. Venha entender de onde vem o crack e a cocaína, como eles agem e os estigmas que seguem essas substâncias tão controversas. Hoje, viemos falar sobre um assunto altamente estigmatizado por alguns na nossa sociedade: o uso e origem dos estimulantes crack e cocaína. Para começar, precisamos pedir que se deixem de lado
os preconceitos e alarmes midiáticos construídos a partir das substâncias, seus usuários e usuárias sob a ótica da Guerra às Drogas. Afinal, nós, como mulheres feministas e antiproibicionistas, temos a missão e o dever de falar abertamente sobre todas as drogas – e também sobre as estratégias de Redução de Danos que se encaixam em cada tipo de uso. Falando em Redução de Danos, o uso de cocaína injetável é a razão pela qual essa política emergiu aqui no Brasil. Na década de 80, em Santos
(SP), o médico Fábio Mesquita foi o precursor da distribuição de seringas e materiais não-contaminados a usuários de cocaína por via intravenosa. Essa ação começou após a organização dos próprios usuários, que reivindicavam pelos seus direitos no sistema de saúde durante a crise de transmissão de AIDS na época. Por isso, acima de tudo, sabemos que todas as substâncias devem (e merecem) ser estudadas, já que todas elas nos trouxeram até aqui, na situação atual na qual nos encontramos. Também
precisamos falar sobre algo muito importante: no crack e na cocaína, a molécula é igual, o que muda é a classe social do usuário. Quem trata muito disso é o doutor Carl Hart, primeiro professor titular de neurociência negro da Universidade Columbia. O escritor do livro “Um Preço Muito Alto” ainda afirma que as drogas não são responsáveis pela
violência urbana: têm apenas o papel de “bode expiatório” de governos que não se comprometem com políticas sociais para combater a desigualdade social e garantir acessos e oportunidades a seus cidadãos mais carentes. Para ele, “o crack é o menor dos problemas na cracolândia (termo abominado por ele, aliás, por estigmatizar determinado grupo de pessoas)”. Essa é a Guerra às Drogas – que oferece tratamentos bem diferentes de acordo com o CEP dos sujeitos, aprisionando a população
preta e pobre, sem se importar com o que acontece no bairro de burguês. Então, viemos trazer um apanhado de informações sobre essas substâncias, seus efeitos, como são feitas, quais suas diferenças e seus usos, além das estratégias de Redução de Danos vinculadas a elas. Nosso papel aqui é, como sempre, fazer uma apologia ao cuidado não às drogas, mas aos cuidados que devemos tomar caso haja uma decisão consciente de utilizá-las. Esse também é o nosso último texto da série
“Cannabis e outras drogas” – então, vamos entender como elas se relacionam entre si! Vamos lá? A cocaína é uma molécula presente nas folhas do arbusto de coca (Erythroxylum coca), planta nativa dos Andes. A pasta-base é um intermediário do processo de extração e purificação da droga. Dela, é possível refinar produtos em pó (cloridrato de cocaína), sólidos (crack) ou pastosos (merla). A cocaína é um estimulante poderoso do sistema nervoso central; logo, deixa as pessoas:
Quem usa, também costuma sentir prazer, mais autoconfiança, agressividade e desejo sexual. Mas algumas pessoas também ficam paranoicas: a pressão sanguínea aumenta e a temperatura corporal sobe, o batimento cardíaco e a respiração aceleram. Quando os efeitos passam, vem a “rebordosa” – o usuário se torna apático, deprimido e cansado. No caso do crack e da merla, todos os efeitos, tanto físicos quanto psíquicos, são ainda mais acentuados. Em pós, ela é usada cheirada ou diluída para aplicação intravenosa. Na forma de crack e merla, são fumadas. Ao cheirar o pós, os efeitos podem aparecer em cerca de cinco minutos; injetada, o tempo cai para poucos segundos. Em ambos os casos, eles duram de 30 a 60 minutos. Ao fumar, seu efeito é sentido em cerca de dez segundos, e duram aproximadamente cinco minutos. Mas é preciso ter cuidado com seus riscos imediatos: altas dosagens podem causar hipertermia, convulsões, derrames, paradas cardiorrespiratórias e overdose, além de infecções, no caso de uso intravenoso. Inclusive, como já falamos, foi por causa dela que surgiu a Redução de Danos no Brasil – para distribuir seringas novas e evitar a contaminação de usuários e usuárias com a AIDS. Além disso, o risco de uma relação problemática com essas substâncias é extremamente alto, especialmente quando usadas no meio intravenoso ou fumadas. Quando a tolerância é desenvolvida, o usuário precisa de quantidades cada vez maiores para satisfazer o corpo. Ao interromper o uso crônico, muitos apresentam uma síndrome de abstinência forte, marcada por insônia, depressão, comportamento irritado e agressivo, além de uma grande vontade de usar a droga. Como a cocaína é feitaA química por trás da extração da cocaína é muito parecida com o que já vimos sobre as extrações canábicas com solventes – até porque, assim como a cannabis, suas moléculas são lipossolúveis, e não solúveis em água.
Então não há diferença entre crack e cocaína?Ah, tem diferença sim! Primeiro, existem as diferenças entre os processos.
Além delas, temos as diferenças entre intensidade e efeitos. Embora sejam parecidos, os efeitos fumar crack são muito mais fortes do que o de cheirar cocaína. Isso porque qualquer droga faz um efeito mais rápido vindo pelo pulmão do que pelo nariz. Depois, porque a molécula neutra do crack (COC°) entra mais facilmente no cérebro. A euforia chega e se vai de uma vez, o que deixa o usuário na fissura por outra dose. Um estudo de 2004 identificou sintomas de dependência em cinco a 12% dos usuários de cocaína. Entre os usuários de crack, esses sintomas foram de duas a três vezes mais comuns. Seus usos ancestrais, rituais e em outros contextosEnquanto a cocaína refinada que conhecemos pode ser considerada uma droga moderna, o uso da coca começou milênios atrás na América do Sul, quando os povos pré-colombianos ainda habitavam o continente. A evidência mais antiga dessa utilização (principalmente do ato de mastigar as folhas da coca) data de aproximadamente três mil anos A.C. Inclusive, traços da folha foram encontrados em diversos túmulos no Peru, e múmias encontradas no norte do Chile foram testadas e tinham traços da cocaína em seus fios de cabelos. É estimado que essas múmias tenham vivido há cerca de 4 mil anos atrás. Não existem muitas descrições dos possíveis rituais ancestrais utilizando a coca, mas eles eram muitos:
Além disso, de acordo com pesquisadores, as civilizações andinas não teriam como prosperar sem a coca: ela era um remédio, um afrodisíaco e até uma moeda de troca que fazia sua economia girar. O resto do mundo só a conheceu depois que os espanhóis foram se instalar na América do Sul para suprimir as culturas nativas locais. Como eles não compreendiam seus usos ritualísticos e mágicos, a coca foi proibida entre os anos 1560 e 1569. No século XVII, durante a inquisição espanhola, a planta foi ligada à prática de bruxaria, mas os povos indígenas sempre perseveraram na veneração à planta, negando as imposições da Igreja Católica. Em 1565, o físico espanhol Nicolás Monardes escreveu que os indígenas mastigavam folhas de coca com tabaco. Ele levou a primeira planta de coca para a Europa, em 1569. Mas apenas em 1855 que o químico alemão Friedrich Gaedecke conseguiu o extrato das folhas de coca, o erythroxylene. Quatro anos mais tarde, em 1859, o químico alemão Albert Niemann conseguiu isolar, entre os seus numerosos alcaloides, o extrato de cocaína, representando 80% deles. Os demais alcaloides compreendem:
Aproximadamente 100 gramas de folhas podem suprir as necessidades diárias dessas vitaminas. Somente em 1898, foi descoberta a fórmula exata de sua estrutura química. Em 1902, Willstatt (que recebeu um prêmio Nobel) produziu cocaína sintética em laboratório – sob a forma de cloridrato de cocaína, como é feita até hoje. Seus usos a partir da ciênciaNo início, ela foi considerada um remédio milagroso, e os americanos começaram a prescrevê-la para enfermidades particularmente difíceis de tratar. Tentaram empregar a cocaína no tratamento como um antídoto radical da morfina. Freud contribuiu de maneira decisiva para a divulgação da nova droga, quando, em 1884, publicou um livro chamado “Uber coca” (sobre a cocaína), no qual defendeu seu uso terapêutico como “estimulante, afrodisíaco, anestésico local, assim como indicado no tratamento de asma, doenças consuptivas, desordens digestivas, exaustão nervosa, histeria, sífilis e mesmo o mal-estar relacionado a altitudes”. O próprio Freud utilizava cocaína em doses de 200 mg por dia. Ele recomendava doses orais da substância entre 50 e 100 mg como estimulante e euforizante em estados depressivos. Freud utilizou cocaína para tratar um amigo, o médico Ernest von Fleischl Marxow, que havia se tornado dependente de morfina, prescrita para um quadro de dor intensa, por ter amputado a perna. O resultado foi um quadro de dependência dupla. Ernest von Fleischl Marxow desenvolveu delírios paranóides e alucinações de formigamento, tornando-se intratável. Freud também tratou o amigo Karl Koller, que recebeu o apelido de Coca-Koller devido à dependência desenvolvida com esse fármaco. Após quatro anos de sua publicação original, Freud voltou atrás, rendendo-se às evidências de que a “droga milagrosa” tinha uma série de inconvenientes, começando pelo seu potencial de criar dependência. Em 1892, Freud publicou uma continuação de “Uber coca”, modificando seu ponto de vista, originalmente favorável à cocaína. Não obstante, alguns autores, como Bucher (1992), defendem a tese de a cocaína ter contribuído indiretamente para que Freud realizasse a descoberta dos processos inconscientes, permitindo a criação da psicanálise. Dessa forma, Freud teria resgatado sua dívida com a humanidade, oferecendo um novo e poderoso instrumento para a autocompreensão sem toxicidade, embora não tão inofensivo para o “sono tranquilo”, baseado na ignorância sobre o próprio respeito da sociedade. Em 1884, Karl Koller também descobriu que o olho humano tornava-se insensível à dor com o uso de cocaína, representando o primeiro passo para a anestesia local. Wiliam Halsted, que seria conhecido como um dos pais da cirurgia moderna e um dos fundadores da Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins, também pesquisou a cocaína por volta de 1880. Na tentativa de estabelecer o uso da droga como anestésico local, não ficando restrito à oftalmologia, Halsted passou a administrar cocaína em si mesmo e em outros. Ele e seus colegas obtiveram sucesso no bloqueio da dor, iniciando a era das cirurgias oculares, entre outras, mas o preço desse achado foi uma intensa dependência e, consequentemente, a deterioração profissional. Acreditando (incorretamente) que a morfina e a cocaína pudessem substituir uma à outra, Halsted utilizou morfina para tratar sua dependência de cocaína, tornando-se, também, dependente de morfina até o final de sua vida. CURIOSIDADE: em 1886, John Styth Pemberton criou uma bebida sem álcool, para estar de acordo com os princípios religiosos da sociedade americana do século XIX, mas com cocaína (60 mg por garrafa, de aproximadamente 240 ml) e com extrato de noz de cola, que era usado como tônico para o cérebro e os nervos. Assim nasceu a Coca-Cola. Atualmente, a cocaína foi substituída por cafeína, sendo o alcaloide retirado da fórmula em 1906, ainda que folhas de coca “descocainizadas” continuem sendo empregadas no seu preparo. Loucura, não? E a gente pensando que só tinha que se cuidar com a quantidade ridiculamente alta de açúcar na fórmula. Até 1885, as folhas da coca eram levadas da América do Sul para outros países, onde eram transformadas em produtos, mas perdia-se muito da concentração de cocaína nas longas viagens. Em 1885, um químico, trabalhando para a indústria farmacêutica Parke Davis, revolucionou a produção ao descobrir uma maneira de produzir cocaína semi-refinada nos próprios países onde estavam instaladas as fábricas. Viagens e armazenamento das folhas de coca foram simplificados, os preços caíram, e o consumo de cocaína semi-refinada aumentou substancialmente. Dessa forma, houve uma rápida explosão de fábricas de medicações utilizando a cocaína em diversos produtos. Sem leis e regulamentos próprios, a cocaína passou a ser presente em farmácias, mercearias e bares. Uma única fábrica, em 1885, oferecia cocaína em 15 diferentes formas, incluindo cigarros, charutos, inalantes, cristais, licores e soluções. Não é de espantar que episódios de toxicidade, tolerância, dependência e, até mesmo, morte pelo uso de tais produtos passassem a ser relatados em revistas médicas no início dos anos 20. Os problemas tornaram-se ainda mais frequentes e graves quando, na mesma época, surgiram comercialmente seringas hipodérmicas. Além de tudo isso, a cocaína surgiu na cultura ocidental desde o século passado, deixando rastros na literatura, na arte e nas diversas condutas da moda. Ressalta-se uma afinidade curiosa da cocaína com o romance policial do autor inglês Stevenson. O romancista teria escrito “Dr. Jekyll e Mr. Hyde” sob efeito da droga, sendo que os dois protagonistas representam com exatidão o fenômeno de dissociação de personalidade em dependentes da substância. Sir Arthur Conan Doyle, autor do personagem Sherlock Holmes, era um notório consumidor de cocaína. Em diversos momentos, ele colocava o personagem envolvido em problemas decorrentes da droga. Um desses episódios de ficção tratava de um encontro de Sherlock Holmes com Freud para tratar sua dependência. Como ocorre sua interação com outras drogas?Como sempre falamos durante os textos da série, um dos maiores riscos do uso de substâncias pode estar associado à mistura feita com outras drogas. A combinação de cocaína e álcool, por exemplo, pode ser desastrosa: o combo se torna o cocaetileno, que pode causar mortes súbitas, por ser mais tóxico para o fígado. Outras misturas, com estimulantes e/ou remédios para a gripe ou pressão, podem ser fatais. A mistura acelera demais os batimentos cardíacos. Como já mostramos também no nosso texto sobre maconha e outras drogas, a sua mistura com a cocaína também é mostrada como perigosa, de acordo com a tabela abaixo da Escola Livre de Redução de Danos, muito compartilhada em redes sociais na época do Carnaval com a Ação Fique Suave no Carnaval. Dicas de Redução de DanosAlém de não utilizar as misturas que já mencionamos acima, você pode:
Qual e a diferença entre cocaína e crack?O crack é uma mistura de cocaína com o bicarbonato de sódio ou amônia, vendido na forma de pequenas pedras que são fumadas em "cachimbos". A cocaína normalmente é misturada a pós brancos como o talco, leite em pó, pó de giz, e cal.
Qual e mais forte crack ou cocaína?O crack tem os mesmos efeitos que a cocaína, mas são mais intensos. por causa disso, ao final do efeito, o usuário sentirá uma depressão prolongada, fazendo-o fumar a pedra denovo. O risco de morte fica maior com o crack.
Tem crack na cocaína?O crack é produzido a partir da cocaína e pode ser fumado em cachimbos ou misturado ao tabaco e à maconha.
Por que o crack e mais barato que a cocaína?O crack é uma droga barata, produzida clandestinamente, sem controle e em sua composição são acrescentadas substâncias tóxicas como: cal, cimento, querosene, ácido sulfúrico, acetona, amônia e soda cáustica, a fim de baratear o custo e tornar-se acessível aos usuários, porém o efeito no organismo é muito mais ...
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